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SS fará teste de droga que nem Pequim viu
Prova terá seus exames enviados para laboratório no Canadá, que flagra Cera
Medicamento, lançado para tratar insuficiência renal, foi detectado pela 1ª vez na Volta da França e motivou "recall" em testes olímpicos
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Droga não testada nos Jogos
de Pequim, em agosto, o Cera
(Ativador Contínuo do Receptor de Eritropoietina, na sigla
em inglês) será um dos alvos do
antidoping da São Silvestre.
A droga, lançada comercialmente com o nome de Mircera
pelo laboratório Roche no ano
passado, estimula a produção
de glóbulos vermelhos, melhorando a oxigenação no sangue.
Na medicina, a substância é
utilizada para o tratamento de
anemia em pacientes com insuficiência renal crônica. No esporte, passou a ser flagrada a
partir da Volta da França de ciclismo, realizada em julho.
"Vamos enviar os testes para
Montréal, que já conta com tecnologia de detecção do Cera",
diz Rafael Trindade, coordenador médico da Anad (Agência
Nacional Antidoping), responsável pelos testes da prova.
"A droga é nova, mas hoje,
pela internet, os atletas podem
ter acesso a ela", acrescenta.
Segundo Trindade, as amostras não seguirão para o Ladetec, no Rio, único laboratório
do país credenciado pela Agência Mundial Antidoping, porque o local estará em recesso.
O Ladetec possui, desde
2007, tecnologia para detectar
a EPO (eritropoietina), da qual
o Cera é derivado. "Eles implantaram essa análise para o
Pan do Rio [em 2007], mas
nunca houve nenhum caso."
A EPO surgiu em 1985. Acredita-se que a substância tenha
sido usada desde então para o
aumento artificial de glóbulos
vermelhos, favorecendo atletas
de provas de resistência.
Para obter status de prova internacional, a São Silvestre necessita, entre outras obrigações, realizar ao menos oito
testes. A regra é da Iaaf (entidade que comanda o atletismo).
"Mas ainda não definimos o
número total de testes que serão feitos. É possível que sejam
mais, se a CBAt [Confederação
Brasileira de Atletismo] achar
necessário", diz Thomaz Mattos de Paiva, presidente da
Anad, que é vinculada à CBAt.
Sem tecnologia disponível no
Centro de Controle de Doping
da China, os Jogos de Pequim
não fizeram testes para o Cera.
A ausência de análise para a
nova droga obrigou o Comitê
Olímpico Internacional a promover o primeiro "recall" de
antidoping -as amostras são
armazenadas por oito anos.
Para encontrar possíveis
fraudadores da última Olimpíada, haverá 400 novos testes
de sangue no Laboratório Suíço
de Análise de Doping, em Lausanne. Outras cem amostras de
urina passarão por reavaliação
no Instituto de Bioquímica de
Colônia, na Alemanha. Além do
Cera, nova espécie de insulina
também é alvo dos novos controles promovidos pelo COI.
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