Com elenco mais novo, diretoria aposta nas estratégias de Luxemburgo e na vontade dos reforços de mostrar serviço

De acordo com os jogadores, alterações no elenco irão tornar a equipe mais veloz no início do torneio, apesar de perder na experiência

RENAN CACIOLI
ENVIADO ESPECIAL A RIBEIRÃO PRETO

O Palmeiras que começa hoje, às 16h30, contra o Santo André, a luta pelo segundo título estadual consecutivo mudou de cara e, principalmente, de faixa etária, que caiu quase três anos em relação à do grupo que iniciou a disputa em 2008.
No time alviverde que derrotou o Sertãozinho por 3 a 1 na estreia do Paulista no ano passado, a média de idade era de 26,4. No que fechou o torneio como campeão, 26,5.
O elenco que inaugura hoje a nova fase do clube tem média de cerca de 24 anos -ela subirá quando Marcos, 35, voltar.
"Por um lado, o time está mais rápido. E jogará com um comprometimento maior, já que os tempos de contrato são mais longos e eles querem mostrar serviço no Palmeiras. De negativo, tem a inexperiência", analisa o volante Pierre.
Sinal dos novos tempos é que hoje Pierre, 27, pode ser considerado um dos "veteranos" da equipe, ao lado de Wendel. Apenas o zagueiro Jeci, 28, é mais velho dentre os que deverão iniciar o jogo em Ribeirão Preto. Os "pirralhos" são o lateral-esquerdo Jefferson e o meia-atacante Willians (20).
O primeiro da lista da última temporada foi o atacante Alex Mineiro, que chegou aos 32 anos como a principal aposta para o setor ofensivo. Ele acabou o campeonato como artilheiro, com 15 tentos.
Desta vez veio Keirrison, 20, revelação do Brasileiro do ano passado e que traz do Coritiba a dúvida se dará certo no clube do Parque Antarctica. Ele só estará apto para jogar no sábado, contra o Mogi Mirim, no mesmo palco do duelo desta tarde.
"O Palmeiras chega no mesmo nível de outros times. Não deve nada a ninguém. O Vanderlei quer ser tetra. A gente quer ser bi", afirma o arqueiro Bruno, que vai substituir Marcos, no mínimo, nos dois primeiros desafios pelo Estadual.
É justamente em Luxemburgo, campeão em 2006 e 2007 pelo Santos e em 2008 pelo Palmeiras, que a diretoria alviverde deposita a esperança de ver o novo time em forma e competitivo o mais rápido possível.
Apesar de admitir que o planejamento para 2009 falhou, uma vez que 12 atletas foram embora, enquanto sete outros chegaram, o comandante tem dito que é cedo para dizer até onde o grupo poderá chegar.
"As críticas começaram na montagem do elenco. Contratamos três revelações do Brasileiro [referindo-se a Keirrison, Marquinhos e Willians], e os capitães de Atlético-PR [Danilo], Coritiba [Maurício Ramos] e Figueirense [Cleiton Xavier]. Sou paciente, sei do trabalho que estou fazendo."
As duas primeiras aparições de 2009 assustaram a torcida. Nos jogos-treino realizados em Atibaia, onde o elenco permaneceu durante 14 dias na pré-temporada, derrotas por 3 a 0 para o Rio Claro e por 1 a 0 diante do União São João.
"Nosso time poderá ser analisado como ruim ou bom após o campeonato. Ninguém pode dizer que o Palmeiras está errado agora", diz Luxemburgo.