São Paulo, quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

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Com Maurren, Rede cria rivalidade no atletismo

Equipe, orçada em R$ 6 milhões, quer bater BM&F

ADALBERTO LEISTER FILHO
ENVIADO ESPECIAL A BRAGANÇA PAULISTA

Esporte antes monopolizado pela BM&F, o atletismo terá, a partir de agora, rivalidade. A Rede Atletismo apresentou ontem, em Bragança Paulista, sua equipe para 2009, com 82 atletas, capaz de fazer frente ao tradicional time de São Paulo.
"Nossos objetivos são ganhar o Troféu Brasil, enviar 25 atletas para o Mundial de Berlim e conquistar duas medalhas na competição", conta Marcos Coreno, diretor técnico da Rede.
A meta é bastante ambiciosa, já que a BM&F detém hegemonia de 16 anos no Troféu Brasil, equivalente ao Brasileiro da modalidade, que será no Rio.
Além disso, no Mundial de Osaka-2007, o Brasil teve 43 atletas. Ou seja, a Rede quer ser responsável por mais da metade da delegação. Não bastasse isso, a última vez que o país obteve dois pódios ou mais no Mundial foi em Sevilha-1999.
Para atingir essas façanhas, a equipe trouxe da rival sua maior estrela, Maurren Maggi, única brasileira campeã olímpica no atletismo. Além disso, possui a base dos revezamentos 4 x 100 m masculino e feminino do país, ambos quarto colocados nos Jogos de Pequim-08.
"Temos vários velocistas com boas perspectivas para 2012 [nos Jogos de Londres]", destaca o técnico Jayme Netto.
E é nas propostas recebidas pelos astros adversários que está a maior crítica da concorrente. "Você demora anos para formar um atleta olímpico. E eles vieram e assediaram 60% do nosso time", afirma Sérgio Nogueira, diretor da BM&F.
"Não assediei 60%. Fiz proposta para 100% da equipe dele", rebate Jorge Queiroz de Moraes, presidente da equipe.
"Queremos dar um couro na BM&F", disse o dirigente, em palestra para os atletas ontem.
Para atingir o objetivo, a Denerge, holding controladora do Grupo Rede (empresa do setor energético), comprou um spa.
Já foram investidos mais de R$ 8,5 milhões na adaptação do espaço em CT, com 210 mil m2 e pista oficial da Mondo, a mesma da Olimpíada-2008 -neste ano, sediará as provas de decatlo e heptatlo do Troféu Brasil.
Em abril, terminará as obras na pista de aquecimento, que fica ao lado. "Será a primeira coberta do país", orgulha-se Jayme, ressaltando que o local, com espaço para disputas de velocidade e saltos, possui medida menor do que a oficial.
Para este ano, também serão entregues refeitório e alojamentos, o que tornará o terreno um centro de excelência da América do Sul outorgado pela Iaaf (entidade que comanda o atletismo no mundo). A arquibancada, para 3.500 pessoas, deve ser construída em 2010.
Com infraestrutura básica quase pronta, a próxima meta é se tornar autossustentável.
"A manutenção da equipe custa R$ 6 milhões ao ano. Já conseguimos R$ 1 milhão com parcerias diversas e aprovamos projeto de R$ 3,7 milhões via lei de incentivo ao esporte", contabiliza Moraes, que acertou com a Adidas para ser fornecedora do uniforme do time.


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