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Com Maurren, Rede cria rivalidade no atletismo
Equipe, orçada em R$ 6 milhões, quer bater BM&F
ADALBERTO LEISTER FILHO
ENVIADO ESPECIAL A BRAGANÇA PAULISTA
Esporte antes monopolizado
pela BM&F, o atletismo terá, a
partir de agora, rivalidade. A
Rede Atletismo apresentou ontem, em Bragança Paulista, sua
equipe para 2009, com 82 atletas, capaz de fazer frente ao tradicional time de São Paulo.
"Nossos objetivos são ganhar
o Troféu Brasil, enviar 25 atletas para o Mundial de Berlim e
conquistar duas medalhas na
competição", conta Marcos Coreno, diretor técnico da Rede.
A meta é bastante ambiciosa,
já que a BM&F detém hegemonia de 16 anos no Troféu Brasil,
equivalente ao Brasileiro da
modalidade, que será no Rio.
Além disso, no Mundial de
Osaka-2007, o Brasil teve 43
atletas. Ou seja, a Rede quer ser
responsável por mais da metade da delegação. Não bastasse
isso, a última vez que o país obteve dois pódios ou mais no
Mundial foi em Sevilha-1999.
Para atingir essas façanhas, a
equipe trouxe da rival sua
maior estrela, Maurren Maggi,
única brasileira campeã olímpica no atletismo. Além disso,
possui a base dos revezamentos
4 x 100 m masculino e feminino
do país, ambos quarto colocados nos Jogos de Pequim-08.
"Temos vários velocistas
com boas perspectivas para
2012 [nos Jogos de Londres]",
destaca o técnico Jayme Netto.
E é nas propostas recebidas
pelos astros adversários que está a maior crítica da concorrente. "Você demora anos para formar um atleta olímpico. E eles
vieram e assediaram 60% do
nosso time", afirma Sérgio Nogueira, diretor da BM&F.
"Não assediei 60%. Fiz proposta para 100% da equipe dele", rebate Jorge Queiroz de
Moraes, presidente da equipe.
"Queremos dar um couro na
BM&F", disse o dirigente, em
palestra para os atletas ontem.
Para atingir o objetivo, a Denerge, holding controladora do
Grupo Rede (empresa do setor
energético), comprou um spa.
Já foram investidos mais de
R$ 8,5 milhões na adaptação do
espaço em CT, com 210 mil m2 e
pista oficial da Mondo, a mesma da Olimpíada-2008 -neste
ano, sediará as provas de decatlo e heptatlo do Troféu Brasil.
Em abril, terminará as obras
na pista de aquecimento, que
fica ao lado. "Será a primeira
coberta do país", orgulha-se
Jayme, ressaltando que o local,
com espaço para disputas de
velocidade e saltos, possui medida menor do que a oficial.
Para este ano, também serão
entregues refeitório e alojamentos, o que tornará o terreno um centro de excelência da
América do Sul outorgado pela
Iaaf (entidade que comanda o
atletismo no mundo). A arquibancada, para 3.500 pessoas,
deve ser construída em 2010.
Com infraestrutura básica
quase pronta, a próxima meta é
se tornar autossustentável.
"A manutenção da equipe
custa R$ 6 milhões ao ano. Já
conseguimos R$ 1 milhão com
parcerias diversas e aprovamos
projeto de R$ 3,7 milhões via
lei de incentivo ao esporte",
contabiliza Moraes, que acertou com a Adidas para ser fornecedora do uniforme do time.
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