ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Estado com maior tradição no futsal brasileiro, o Rio Grande do Sul prepara o retorno às grandes conquistas com a contratação dos principais jogadores do país e com um investimento pesado na modalidade.
O novo desafio de Ulbra e Carlos Barbosa, principais times do Estado, é a conquista da Liga Futsal, principal torneio do país, que começa na sexta-feira.
As equipes do Estado tentam esquecer os fracassos do ano passado, quando os clubes gaúchos não conseguiram nem chegar à decisão da Liga Futsal.
A Ulbra, melhor equipe do Estado, ficou em terceiro. O Carlos Barbosa foi o oitavo colocado, e a UCS (Universidade de Caxias do Sul) ficou com o penúltimo lugar.
Sem vencer o principal torneio do país há três anos, os gaúchos tentam levar a hegemonia de volta ao Estado.
"Para a Liga Futsal, nossa expectativa é ganhar o título. Trouxemos atletas experientes e mantivemos a base do ano passado. Estamos fortes, mas a Ulbra também está", disse Rudy Vieira, supervisor do Carlos Barbosa, sem esquecer a rivalidade local.
Um sintoma da nova fase pode ser notado pela seleção brasileira que disputou o Mundial da Guatemala, no ano passado. Dos 14 convocados pelo técnico Vander Iacovino, não havia nenhum que atuava em equipes gaúchas.
Este ano, a mesma lista de 2000 já conta com seis atletas que jogam nos dois principais times do Estado, a Ulbra e o Carlos Barbosa -Lavoisier, Rogério, Almir, Fininho, Lenísio e Índio.
Ao contrário do vôlei e do basquete, em que ainda há um domínio do eixo Rio-São Paulo, no futsal, são os gaúchos que detêm a maioria dos títulos.
Contando os três principais torneios do país -Taça Brasil, Liga Futsal e Campeonato Brasileiro de seleções estaduais- foram 13 títulos para o Rio Grande do Sul. Rio de Janeiro e Ceará têm 11. São Paulo conseguiu nove, enquanto Minas Gerais tem quatro.
"O Rio Grande do Sul está bem forte nesta liga. Mas há outras boas equipes fora do Estado, como Vasco, Banespa e Jaraguá do Sul", afirmou Reinaldo Simões, supervisor da Ulbra.
Para conquistar o título, os gaúchos terão que passar pelo Banespa, de Falcão, pelo Vasco, que conta com André, Schumacher e Vander Carioca, e pelo Jaraguá do Sul, estreante na liga, que trouxe o goleiro Franklin.
No entanto, não há mais o predomínio de uma equipe como foi o Vasco no ano passado. Em 2000, a equipe carioca venceu a Liga Futsal com 29 vitórias e foi derrotada somente sete vezes.
O time contava com a base da seleção brasileira. Mas, depois da crise financeira vinda com o rompimento do contrato com a VGL (Vasco da Gama Licenciamentos), o clube teve que readequar o orçamento e perdeu atletas importantes, como Manoel Tobias e Lenísio (leia nesta página).
Com isso, o ciclo migratório se deslocou para o Sul do país fazendo com que os próprios adversários reconhecessem a superioridade gaúcha na Liga Futsal.
"O Rio Grande do Sul tem um retorno maior de público. Com isso, as empresas intensificam seus investimentos. Em São Paulo, muitas vezes, jogamos com ginásios vazios", analisou Rubens Bueno, supervisor do Banespa.
Os resultados já apareceram na Taça Brasil, mais tradicional competição nacional da modalidade, encerrada há duas semanas.
Sem condições de prosseguir, por falta de segurança no ginásio Paulo Sarasate, em Fortaleza, o título acabou dividido entre Sumov-CE e Carlos Barbosa. Mesmo assim, o time cearense deve parte do título ao RS, já que a base da equipe foi emprestada da UCS.
Atenta a isso, a Chevrolet/GMC, de São Caetano, resolveu se associar à Ulbra, para a Liga Futsal.
O time do ABC manteve boa regularidade nas edições anteriores da liga. Chegou a todas as semifinais, mas nunca foi campeão. Aposta agora conquistar o título no Rio Grande do Sul.


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