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cabo de guerra
Acuada por times, F-1 volta ao que era
Após reclamações, FIA recua, e campeão de 2009 será novamente decidido pela quantidade de pontos, não de vitórias
Associação das equipes afirma que entidade violou artigo do regulamento e que mudança não pode ser tão perto do início do Mundial
DA REPORTAGEM LOCAL
A reforma radical no sistema
de pontuação do Mundial de
F-1 durou somente três dias.
Pressionada pelas equipes, a
FIA anunciou que a implantação do novo sistema, que daria
o título ao piloto que vencesse
mais corridas, e não àquele que
marcasse mais pontos, será
adiada para o ano que vem.
A divulgação da mudança
veio pouco tempo depois de a
Fota, a associação das escuderias da categoria, emitir um comunicado repudiando a maneira e o momento no qual o sistema foi apresentado pela entidade: a menos de dez dias da abertura da temporada na Austrália
e sem a aprovação dos times.
A confusão começou na última terça-feira, após reunião do
Conselho Mundial da FIA em
Paris, quando a entidade que
comanda o esporte estabeleceu
uma série de mudanças para
este e para o ano que vem, rejeitando as sugestões feitas pela
associação dos times e acatando as da FOM (Formula One
Management), empresa que
tem os direitos comerciais da
F-1.
As equipes argumentam que,
ao fazer a troca, a entidade violou o artigo 199 do Código Esportivo Internacional, que estipula o período para a FIA fazer
mudanças no regulamento sem
ter a aprovação unânime dos
participantes do campeonato.
Pelas regras, a alteração tem
de acontecer 20 dias antes da
abertura das inscrições para o
próximo Mundial, mas nunca
depois de 30 de novembro.
"Como a mudança no sistema de pontuação unanimemente aprovada e sugerida pelos times não foi aprovada pelo
Conselho Mundial, nenhuma
mudança pode acontecer em
2009", afirma o documento divulgado pelas escuderias.
A proposta feita por elas após
uma pesquisa em 17 países com
torcedores e potenciais entusiastas do esporte era distribuir
12 pontos ao vencedor da prova, 9 ao segundo colocado, 7 ao
terceiro e assim por diante.
Mas, para dar mais valor às
vitórias e incentivar os pilotos a
lutar mais por triunfos, a sugestão foi rejeitada em favor do
plano de Bernie Ecclestone, da
FOM, que queria que as vitórias determinassem o dono do
título para evitar repetições do
que ocorreu no ano passado,
quando o vice-campeão, Felipe
Massa, venceu mais vezes que o
campeão, Lewis Hamilton.
A reviravolta de ontem deixa
evidente que há uma cisão entre os times e os organizadores
da F-1. Em outras palavras, entre Max Mosley, presidente da
FIA, Ecclestone e a Fota.
"As equipes querem reafirmar seu desejo de colaborar
com a FIA para juntas definirem um novo sistema de pontuação para a temporada de
2010, de maneira a estimular a
atratividade da F-1", tentou
amenizar o grupo das equipes.
Mas, independentemente
disso, o fato é que, pela primeira vez desde sua criação, no ano
passado, a associação dos times
venceu uma batalha contra os
mandatários da categoria.
Uma disputa pelo poder que
já dura anos e que ontem ganhou mais um componente de
peso. No comunicado divulgada à imprensa, a FIA colocou
mais lenha na fogueira.
"No dia 17 de março, o Conselho Mundial da FIA unanimemente rejeitou a proposta da
Fota para mudar o sistema de
pontuação do Mundial de Pilotos da F-1. A sugestão de "o vencedor ganha tudo" feita pelo dono dos direitos comerciais (que
havia sido informado de que os
times eram a favor) foi então
aprovada", diz a nota.
A uma semana dos primeiros
treinos para o GP da Austrália,
a disputa está apenas começando, já que a FIA também estabeleceu na terça-feira um teto
orçamentário para 2010 em
troca de liberdades técnicas.
Medida que a Fota chamou de
"absurda, severa e perigosa".
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