DA REPORTAGEM LOCAL

Pergunte ao tímido José Maria Ortigoza quem é o ídolo dele no futebol, e a resposta virá cheia de ressalvas. "Mas precisa ser paraguaio?", questiona o jovem atacante, desconfiado de que será preciso enaltecer seu país.
Com o sinal verde para citar qualquer um, o jogador abre um sorriso e diz: "Ronaldo". Quase imediatamente, corrige-se.
"Não, não. Põe o Santa Cruz", afirma, interrompendo o repórter de rabiscar em seu bloquinho o primeiro eleito, com medo de ser mal interpretado pela torcida palmeirense.
A segunda opção, Roque Santa Cruz, ídolo da seleção paraguaia e atualmente no Blackburn, da Inglaterra, também cativa Ortigoza, 21. Mas não tem para ele o mesmo encanto que o atual xodó corintiano.
"Via Ronaldo jogar no Barcelona. Admirava sua habilidade e velocidade", afirma o ex-atacante do Sol de América, clube local de onde a Traffic, parceira palmeirense, o tirou.
No Palmeiras, Ortigoza terá sua primeira grande oportunidade hoje, pouco mais de um mês após ter sido apresentado.
Substituto de Keirrison, artilheiro do Paulista (12 gols), o atleta fará seu primeiro jogo como titular.
"Tenho que mostrar meu potencial ao treinador", diz Ortigoza, que entrou no jogo contra o Guarani, no dia 28 de fevereiro, e deu o passe para o único gol do confronto, anotado por Deyvid.
"Agora que vou conhecer de perto o Ortigoza", afirmou o treinador Vanderlei Luxemburgo.
No CT alviverde, o paraguaio ainda parece meio deslocado. Com cara de skatista (esporte que não gosta, prefere o tênis nas horas vagas), sua cabeleira virou piada no elenco.
Quando estiver em campo com a camisa 30, que pertenceu a Kléber, hoje no Cruzeiro, ele terá minutos preciosos para mostrar que pode ficar. (RC)


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