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NATA€ÃO
Resultados nos últimos torneios internacionais mostram evolução do país em provas de distâncias maiores
Brasileiros aprendem a nadar "longe'
FERNANDO ITOKAZU
da Reportagem Local
Os últimos resultados brasileiros
em competições internacionais
apontam para uma explícita evolução do país em provas longas.
Os fundistas (especialistas em
longa distância) conseguiram
"ofuscar" o desempenho dos velocistas, principalmente Gustavo
Borges e Fernando Scherer, responsáveis pelos principais resultados do Brasil nos últimos anos.
No último Campeonato Sul-Americano juvenil, no último fim-de-semana, em Vitória, o grande
destaque foi Nayara Ribeiro, 14,
que quebrou o recorde sul-americano absoluto dos 400 m livre, que
durava desde 1988.
Nayara, que treina no Iate Clube
da Bahia, cumpriu a distância em
4min19s32.
O recorde anterior era de Patrícia
Amorim, que, na Olimpíada de
Seul, marcou 4min19s64.
O tempo da juvenil foi o melhor
índice técnico da competição e está
abaixo da marca exigida pela
CBDA (Confederação Brasileira de
Desportos Aquáticos) para participar dos Jogos Pan-Americanos de
Winnipeg, Canadá, no início de
agosto, de 4min19s56.
A atleta, porém, vai precisar confirmar seu tempo em uma das duas
seletivas que a entidade organiza
em junho, no Rio.
"Não esperava quebrar o recorde
dos 400 m. Sou melhor nos 800 m
livre", disse Nayara.
A fundista nadou sua prova preferida na competição de Vitória,
mas, com uma inflamação na garganta, não conseguiu repetir a performance dos 400 m livre.
"Melhorei o meu tempo, mas poderia ter ido bem melhor", afirmou ela, que fez 8min59s68.
O técnico Guilherme Argolo diz
concordar com sua atleta.
"Se doente ela conseguiu nadar
os 800 m abaixo dos nove minutos,
acredito que em junho ela consiga
o índice para o Pan-Americano, de
8min50s68", disse Argolo.
O técnico disse que para chegar
ao recorde dos 400 m livre, Nayara
treinou, durante as férias escolares, em dois períodos.
"Com o início das aulas, não temos como fazer dois treinos por
dia, o que é muito importante para
conseguir bons resultados", disse
Argolo. "O fundista precisa de um
volume maior de treino."
²
Masculino
Entre os homens, o carioca Luiz
Lima, 22, é o melhor fundista brasileiro há alguns anos.
Seu desempenho nos últimos
meses, porém, surpreende até o
próprio atleta.
Em novembro, no Rio de Janeiro,
o nadador conseguiu pela primeira vez romper a barreira dos 15 minutos nos 1.500 m livre.
Nadou o percurso na etapa brasileira da Copa do Mundo, circuito
disputado em piscina curta (25
metros), em 14min57s87, recorde
sul-americano.
Nas duas últimas etapas da competição, circuito disputado em piscina curta (25 metros), Luiz Lima
quebrou o recorde duas vezes em
menos de uma semana.
Na etapa da Alemanha, no dia 28
de fevereiro, o nadador do Vasco
da Gama, que ficou com a medalha
de prata na prova, conseguiu o
tempo de 14min56s82.
No dia 4 de março, na Itália, Lima
voltou a melhorar a marca. Venceu
a prova com 14min55s44.
O nadador atribui os resultados a
uma mudança de tática.
"Estou começando as provas em
um ritmo bem forte", disse Lima.
"Como estou treinando muito, no
início de um ciclo de trabalho, consegui aguentar o ritmo."
O nadador disse que o fato de o
país contar com um maior número
de velocistas é fácil de explicar.
"Conseguir uma vaga no revezamento de Gustavo Borges e Fernando Scherer é garantia de disputa por medalha em qualquer competição. Isso motiva todo mundo."
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