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São Paulo, segunda-feira, 21 de abril de 2003

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VÔLEI

Tática torturante

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

Está sendo bem mais tranquilo do que o esperado: o BCN/Osasco venceu as duas primeiras partidas, da série melhor de cinco, contra o MRV-Minas e está a uma vitória do inédito título de campeão brasileiro. O time mineiro, dono da melhor campanha da Superliga, só conseguiu vencer um set nos dois jogos.
O maior mérito da equipe de Osasco tem sido quebrar o passe adversário. A tática chega a ser torturante: um saque insistente em cima da americana Logan Tom. No primeiro jogo, ela ficou tão desestabilizada que foi substituída. Anteontem, ela continuou em quadra, mas a sua recepção foi irregular.
Resultado: sem passe, a levantadora Fofão não pôde jogar com bolas de velocidade. O jogo ficou concentrado nas pontas e, para piorar, a principal atacante do Minas, a oposto Elisângela, não estava virando as bolas. Marcou só três pontos até a metade do segundo set, quando foi substituída por Sheila.
Mas quem viu o jogo também deve ter se encantado com a variedade e velocidade das jogadas de ataque do BCN. Com o passe na mão, a levantadora Fernanda deu show. O Minas só conseguiu fazer dois pontos de bloqueio. E o time paulista, com Paula, Virna, Bia, Valeskinha e Daniela, fez 51 pontos de ataque. Uau!
O próximo confronto será na quinta-feira, em Belo Horizonte. O Minas tem a vantagem de jogar em casa, mas vai ter que se esforçar para superar a pressão de não pode perder. Mais: vai ter que arrumar a recepção e acertar o saque, já que deixar Fernanda jogar com o passe na mão é suicídio.
Já o time de Osasco começou a ganhar confiança no primeiro jogo, quando derrotou o Minas também em Belo Horizonte. Esse resultado abalou o adversário e abriu o caminho para o título. Com a vantagem de duas vitórias, o talento e a experiência de Fernanda e Virna, vai ser difícil o BCN não ser campeão.
Sempre cauteloso, o técnico José Roberto Guimarães diz que faltam três jogos para o título. Ele tem razão. Só que nessas três partidas, basta uma vitória para seu time ser campeão. E isso pode acontecer nesta quinta-feira.
Vale também lembrar aqui as boas novas da seleção: Virna e Raquel estão de volta. Será que é o primeiro passo para a reconciliação? Fofão, Érika e Walewska, que também pertenciam ao grupo de cinco atletas que em 2002 pediram dispensa por divergências com o técnico, continuam fora da equipe.
Para infelicidade geral da nação, um país que tem Fernanda Venturini e Fofão não contará com nenhuma das duas na seleção. As duas levantadoras inscritas no Grand Prix são Marcelle e Fabíola. Mas, pelo que tudo indica, Marco Aurélio vai retomar as conversações com Fofão depois do fim da Superliga.
Vamos ficar torcendo. Você sabe, ela é fundamental para a seleção, ainda mais que 2004 é ano olímpico. Atenção, amantes do vôlei, precisamos iniciar uma campanha tipo "volta Fofão". O Brasil precisa de uma levantadora experiente em quadra para poder lutar pelo ouro em Atenas.

Italiano 1
O Macerata, do atacante Nalbert, e o Modena, do ponta Dante, vão se enfrentar na próxima quarta-feira no primeiro jogo das semifinais do Campeonato Italiano. A equipe do Macerata garantiu a classificação com uma vitória por 3 sets a 0 sobre o Latina, no quarto confronto da série de cinco. Já o time do Modena sofreu mais e acabou assegurando a vaga apenas na quinta partida ao derrotar o Trentino por 3 sets a 2 no último sábado.

Italiano 2
A outra semifinal reunirá o Treviso, dono da melhor campanha do torneio, e o Milano. O Treviso conta com estrelas da seleção italiana -Papi e Fei- e o russo Dineikine. Os destaques do Milano são o iugoslavo Nikola Grbic e o argentino Marcos Milinkovic.

E-mail cidasan@uol.com.br



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