São Paulo, quarta-feira, 21 de abril de 2004

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TÊNIS

Ah, o circuito...

RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA

Mandado de busca e apreensão, formação de quadrilha, antecipação de eleições, renúncia, boicote, guerra de bastidores, conchavos, irregularidades, interesses pessoais, lançamento de chapas...
Esta coluna gastou boas linhas para falar desses assuntos, importantes, mas cansativos. Obrigou o leitor a se meter nesse mundinho pouco ético. E deixou de falar das coisas saborosas do circuito. Ah, o circuito...
Tommy Haas, "o idiota do tênis", está de volta; você reparou? Haas, aquele que costuma jogar com o boné virado para trás, foi número dois do mundo, mas sofreu com problemas no ombro. Ficou afastado o ano passado todo e, em 2004, já chegou às oitavas em Miami e ao título de Houston, desbancando Andy Roddick.
Cirurgias no ombro são delicadas, e pode ser que Haas fique no meio do caminho. Mas a chance de ver o alemão desferindo seus bons golpes dos velhos tempos e fazendo jogos de primeira linha, como fez ao longo dos anos contra Pete Sampras, Andre Agassi e mesmo Gustavo Kuerten, anima.
Anima ainda ver Marat Safin neste ano. Agora que está inteiro, sem penar com os problemas no punho, só precisa domar a cabeça, essa coisa quase incontrolável para ele. Como sabe jogar no saibro, pode aproveitar bobeadas de Juan Carlos Ferrero, Roddick, Roger Federer, Andre Agassi e Carlos Moyá para "beliscar" alguma coisa nestas próximas semanas.
Quem também mostrou as caras foi a família Williams. Venus e Serena resolveram dar mais uma chance ao tênis. Serena venceu com sobras em Miami, e Venus voltou a ganhar um título no domingo, em Charleston.
Elas são como o piloto Michael Schumacher: tem gente que admira, tem gente que odeia. Mas o fato de ter alguém além das duas belgas torna o circuito feminino mais interessante. Torna imprevisível, por exemplo, saber qual será a final de Roland Garros.
Por falar em belgas, especulou-se que Justine Henin-Hardenne descobrira uma doença rara, que, em um primeiro momento, a afastaria de toda a temporada de saibro. Parece que, felizmente, não passam de uma mera virose os problemas que a número um do mundo enfrenta.
 
E o intempestivo Flávio Saretta? Contrariou seu coordenador técnico, bancou uma postura de estrela e ficou fora da Davis. Em quadra, ainda não mostrou que a semifinal em Valência e as oitavas em Roland Garros, no ano passado, não foram "acidentes".
Há dez meses não obtém um resultado convincente. Hoje, que tem ranking para entrar direto em Masters Series, desperdiça três boas chances (duas quedas em estréias e uma segunda rodada).
Gustavo Kuerten, três derrotas em estréias em três Masters Series, também patina. Diz que consegue jogar bem, que não tem problemas físicos ou técnicos. Fala que o problema é não passar da estréia. É de fato um problema. Nenhum tenista ganha título se não passar da estréia, certo? Mas calma. Ainda tem Barcelona, Roma, Stuttgart, Roland Garros...

Fed Cup
A equipe brasileira passou bem pelas uruguaias ontem, na Bahia.

Dois circuitos
Bruno Rosa, Liège Dias (18 anos), Daniel da Silva, Aline Berkenbrock (16), Gustavo Kleine, Bruna Vieira (14), Eduardo Dischinger e Thaís Xavier (12) ganharam a 1ª etapa do Circuito Unimed, em Joinville.

Em cadeira de rodas
O francês Michael Jeremiasz ganhou de novo o Brasil Open, em Brasília. No feminino, deu Florence Gravellier, também francesa.

Na telinha
A Sportv exibe ao vivo os principais jogos de Wimbledon neste ano.

E-mail randaku@uol.com.br


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