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TÊNIS
Ah, o circuito...
RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA
Mandado de busca e
apreensão, formação de
quadrilha, antecipação de eleições, renúncia, boicote, guerra de
bastidores, conchavos, irregularidades, interesses pessoais, lançamento de chapas...
Esta coluna gastou boas linhas
para falar desses assuntos, importantes, mas cansativos. Obrigou o
leitor a se meter nesse mundinho
pouco ético. E deixou de falar das
coisas saborosas do circuito. Ah, o
circuito...
Tommy Haas, "o idiota do tênis", está de volta; você reparou?
Haas, aquele que costuma jogar
com o boné virado para trás, foi
número dois do mundo, mas sofreu com problemas no ombro. Ficou afastado o ano passado todo
e, em 2004, já chegou às oitavas
em Miami e ao título de Houston,
desbancando Andy Roddick.
Cirurgias no ombro são delicadas, e pode ser que Haas fique no
meio do caminho. Mas a chance
de ver o alemão desferindo seus
bons golpes dos velhos tempos e
fazendo jogos de primeira linha,
como fez ao longo dos anos contra
Pete Sampras, Andre Agassi e
mesmo Gustavo Kuerten, anima.
Anima ainda ver Marat Safin
neste ano. Agora que está inteiro,
sem penar com os problemas no
punho, só precisa domar a cabeça, essa coisa quase incontrolável
para ele. Como sabe jogar no saibro, pode aproveitar bobeadas de
Juan Carlos Ferrero, Roddick, Roger Federer, Andre Agassi e Carlos Moyá para "beliscar" alguma
coisa nestas próximas semanas.
Quem também mostrou as caras foi a família Williams. Venus
e Serena resolveram dar mais
uma chance ao tênis. Serena venceu com sobras em Miami, e Venus voltou a ganhar um título no
domingo, em Charleston.
Elas são como o piloto Michael
Schumacher: tem gente que admira, tem gente que odeia. Mas o
fato de ter alguém além das duas
belgas torna o circuito feminino
mais interessante. Torna imprevisível, por exemplo, saber qual
será a final de Roland Garros.
Por falar em belgas, especulou-se que Justine Henin-Hardenne
descobrira uma doença rara, que,
em um primeiro momento, a
afastaria de toda a temporada de
saibro. Parece que, felizmente,
não passam de uma mera virose
os problemas que a número um
do mundo enfrenta.
E o intempestivo Flávio Saretta?
Contrariou seu coordenador técnico, bancou uma postura de estrela e ficou fora da Davis. Em
quadra, ainda não mostrou que a
semifinal em Valência e as oitavas em Roland Garros, no ano
passado, não foram "acidentes".
Há dez meses não obtém um resultado convincente. Hoje, que
tem ranking para entrar direto
em Masters Series, desperdiça três
boas chances (duas quedas em estréias e uma segunda rodada).
Gustavo Kuerten, três derrotas
em estréias em três Masters Series,
também patina. Diz que consegue
jogar bem, que não tem problemas físicos ou técnicos. Fala que o
problema é não passar da estréia.
É de fato um problema. Nenhum
tenista ganha título se não passar
da estréia, certo? Mas calma. Ainda tem Barcelona, Roma, Stuttgart, Roland Garros...
Fed Cup
A equipe brasileira passou bem pelas uruguaias ontem, na Bahia.
Dois circuitos
Bruno Rosa, Liège Dias (18 anos), Daniel da Silva, Aline Berkenbrock
(16), Gustavo Kleine, Bruna Vieira (14), Eduardo Dischinger e Thaís
Xavier (12) ganharam a 1ª etapa do Circuito Unimed, em Joinville.
Em cadeira de rodas
O francês Michael Jeremiasz ganhou de novo o Brasil Open, em Brasília. No feminino, deu Florence Gravellier, também francesa.
Na telinha
A Sportv exibe ao vivo os principais jogos de Wimbledon neste ano.
E-mail randaku@uol.com.br
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