São Paulo, segunda-feira, 21 de abril de 2008

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Painel FC

Ricardo Perrone - painelfc.folha@uol.com.br

Pimenta nos olhos

Os são-paulinos mais exaltados querem, no mínimo, constranger o governo do Estado. Como o gás em seu vestiário no Parque Antarctica virou caso de polícia, pedem uma investigação que esclareça quem liberou o estádio. Estão certos de que a ordem para a PM dar o aval partiu do governador José Serra, palmeirense. Ontem, já houve aquecimento. Enquanto a PM vistoriava o vestiário e, inicialmente, suspeitava de teatro, gente do São Paulo tentava telefonar para o promotor Paulo Castilho, que vetara a arena verde.

Lágrimas. Enquanto saía do Parque Antarctica, o presidente do São Paulo, Juvenal Juvêncio, teve de aturar um torcedor palmeirense que furou o bloqueio de seguranças e lhe disse: "Tinha gás pimenta mesmo. Aqui é o Palestra".

Guarda-chuva. A FPF pensou em colocar Juvenal e seu estafe no gramado, depois da confusão por causa do gás. Desistiu porque chovia.

Hum, hum. A coluna entrou no vestiário são-paulino cerca de 20 minutos após o episódio do gás. O cheiro era forte, fazia o nariz arder e causava tosse. "Isso é gás comprado na rua 25 de Março. Se fosse de verdade, você não estaria aqui", disse o tentente-coronel Carlos Botelho.

Ligado. Em cima dos armários dos atletas, podia-se ver duas latas vazias de energético. Nos bastidores, o consumo da bebida pelos são-paulinos é criticado do lado alviverde.

Desespero. O presidente do Palmeiras, Affonso della Monica, desceu para o vestiário bem na hora que acabou a energia elétrica do Parque Antarctica. Na escuridão, torcedores festejavam: "Acabou o jogo". O presidente berrou: "Acabou nada. Se não voltar a luz, tem que jogar de novo".

A calhar. Se a Justiça Desportiva interditar o Parque Antarctica, a diretoria do Palmeiras não vai achar ruim. Isso porque os dois jogos com a Ponte poderiam ser no Morumbi, com rendas maiores. E não correria o risco de se indispor com sua torcida.

Alvo. De Adriano, sobre as confusões ontem: "A culpa é da imprensa". Referia-se ao espaço para brigas de cartolas.

Falso ou verdadeiro? Doze ingressos de conselheiros do Palmeiras foram rejeitados pelas catracas. Mas nenhum foi impedido de entrar.

Atrasado. O meia Carlos Alberto ainda não entregou dados do Imposto de Renda à Polícia Federal. Promete fazê-lo logo, mas corre risco de encarar pedido de quebra de sigilo fiscal. Ricardinho, Nilmar, Roger e Magrão fizeram a entrega, que é parte da investigação sobre a parceria entre Corinthians e MSI.

O nome. Sem cargo, André Luiz de Oliveira, conselheiro corintiano conhecido como André Negão, é o homem forte de Andres Sanchez. Cuida de obras e fala pelo clube em ocasiões como a criação de projeto social em Heliópolis.


Colaborou MÁRVIO DOS ANJOS, da Reportagem Local

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"Só poderia sair da cabeça do Vanderlei Luxemburgo que a gente faria uma canalhice dessa, prejudicando nossos jogadores"
De CARLOS AUGUSTO DE BARROS E SILVA, vice de futebol do São Paulo, sobre o técnico dizer que o clube pode ter armado o episódio do gás


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