São Paulo, segunda-feira, 21 de abril de 2008

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Gás, grama, pêra e apagão colocam Parque em xeque

Incidentes no estádio palmeirense foram desde composto químico no vestiário tricolor até falta de luz por 17 minutos

Diretoria do São Paulo presta queixa em juizado no estádio; Muricy Ramalho ainda levou "perada" em gramado cheio de falhas

DA REPORTAGEM LOCAL
DO PAINEL FC

Altamente debatido como palco do jogo, o Parque Antarctica serviu como fator casa para o Palmeiras. Mas presenciou incidentes que foram da condenável presença de um gás que provoca irritação nos olhos e narinas no vestiário tricolor até uma fruta atirada em Muricy Ramalho. Some-se ainda uma queda de luz por 17 minutos.
Mas o que já virou caso de polícia ontem mesmo foi o gás no vestiário. A diretoria do São Paulo, que costuma assistir aos jogos no vestiário por uma TV, saiu do estádio e foi acompanhar o restante da partida no CT tricolor, na Barra Funda.
O São Paulo fez um boletim de ocorrência no Jecrim, juizado que funcionava no estádio. E o vestiário passou por uma perícia da polícia técnica.
"Quando o Muricy ia começar a palestra, sentimos o cheiro de gás, vindo da janela. Ficou impossível respirar, era altamente irritante para as narinas e olhos", disse o médico do time, José Sanchez.
"Foi um ato criminoso, estamos inconformados com tudo o que aconteceu", declarou Carlos Augusto de Barros e Silva, vice do São Paulo, ao Uol.
O mais provável, segundo o tenente-coronel Botelho, é que o gás -um genérico do gás pimenta, segundo o militar- tenha sido jogado pelo duto de ventilação. "É alguém que conhece o vestiário. Com certeza, foi premeditado", dando a entender que havia interesse palmeirense no incidente -ocorrido justamente no intervalo.
"Pode ter sido alguém que trouxe no bolso, pode ter sido escondido em algum vão do estádio. Em tese, pode tudo."
Ele vistoriou o vestiário no início da segunda etapa. Checou as entradas de ar. Após examinar as duas primeiras, concluiu que não havia vestígios de gás. Disse então que poderia ter sido solto do lado de dentro.
Aí houve bate-boca com o gerente do São Paulo, José Carlos dos Santos. "Não vou permitir que falem um absurdo desses."
O tentente-coronel seguiu com a vistoria. Antes de dar sua palavra final, disse que provavelmente o gás veio da última entrada checada. "É impossível alguém ter jogado gás lá", disse o dirigente palmeirense Toninho Cecílio, antes da vistoria.
"É difícil a gente falar, porque, se perdermos, dirão que é desculpa. Agora, as pessoas tem que tomar cuidado. Gás pimenta é muito forte. Eu nunca tinha sentido esse negócio, e a ânsia de vômito é grande", disse o técnico Muricy Ramalho.
Ele ainda foi acertado por uma pêra, ao voltar para o gramado. "Tomei uma "perada", veio de trás, eu senti uma pancada forte na perna."
Aos 40min do segundo tempo, a luz se apagou no Parque Antarctica. Na penumbra, Rogério tomou cartão amarelo, após pôr a mão no rosto de Valdivia. E o jogo parou.
A preocupação com o gramado se justificou. A chuva deixou o campo com grandes falhas.
Do lado de fora, os torcedores são-paulinos, no portão de entrada dos visitantes, se deparavam com um provocação de rivais pichada em um muro: "entrada das meninas". Ainda haviam postes pintados de rosa.


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