|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Gás, grama, pêra e apagão colocam Parque em xeque
Incidentes no estádio palmeirense foram desde composto
químico no vestiário tricolor até falta de luz por
17 minutos
Diretoria do São Paulo presta queixa em juizado no
estádio; Muricy Ramalho ainda levou "perada" em
gramado cheio de falhas
DA REPORTAGEM LOCAL
DO PAINEL FC
Altamente debatido como
palco do jogo, o Parque Antarctica serviu como fator casa para
o Palmeiras. Mas presenciou
incidentes que foram da condenável presença de um gás que
provoca irritação nos olhos e
narinas no vestiário tricolor até
uma fruta atirada em Muricy
Ramalho. Some-se ainda uma
queda de luz por 17 minutos.
Mas o que já virou caso de polícia ontem mesmo foi o gás no
vestiário. A diretoria do São
Paulo, que costuma assistir aos
jogos no vestiário por uma TV,
saiu do estádio e foi acompanhar o restante da partida no
CT tricolor, na Barra Funda.
O São Paulo fez um boletim
de ocorrência no Jecrim, juizado que funcionava no estádio. E
o vestiário passou por uma perícia da polícia técnica.
"Quando o Muricy ia começar a palestra, sentimos o cheiro de gás, vindo da janela. Ficou
impossível respirar, era altamente irritante para as narinas
e olhos", disse o médico do time, José Sanchez.
"Foi um ato criminoso, estamos inconformados com tudo
o que aconteceu", declarou
Carlos Augusto de Barros e Silva, vice do São Paulo, ao Uol.
O mais provável, segundo o
tenente-coronel Botelho, é que
o gás -um genérico do gás pimenta, segundo o militar- tenha sido jogado pelo duto de
ventilação. "É alguém que conhece o vestiário. Com certeza,
foi premeditado", dando a entender que havia interesse palmeirense no incidente -ocorrido justamente no intervalo.
"Pode ter sido alguém que
trouxe no bolso, pode ter sido
escondido em algum vão do estádio. Em tese, pode tudo."
Ele vistoriou o vestiário no
início da segunda etapa. Checou as entradas de ar. Após examinar as duas primeiras, concluiu que não havia vestígios de
gás. Disse então que poderia ter
sido solto do lado de dentro.
Aí houve bate-boca com o gerente do São Paulo, José Carlos
dos Santos. "Não vou permitir
que falem um absurdo desses."
O tentente-coronel seguiu
com a vistoria. Antes de dar sua
palavra final, disse que provavelmente o gás veio da última
entrada checada. "É impossível
alguém ter jogado gás lá", disse
o dirigente palmeirense Toninho Cecílio, antes da vistoria.
"É difícil a gente falar, porque, se perdermos, dirão que é
desculpa. Agora, as pessoas tem
que tomar cuidado. Gás pimenta é muito forte. Eu nunca tinha
sentido esse negócio, e a ânsia
de vômito é grande", disse o
técnico Muricy Ramalho.
Ele ainda foi acertado por
uma pêra, ao voltar para o gramado. "Tomei uma "perada",
veio de trás, eu senti uma pancada forte na perna."
Aos 40min do segundo tempo, a luz se apagou no Parque
Antarctica. Na penumbra, Rogério tomou cartão amarelo,
após pôr a mão no rosto de Valdivia. E o jogo parou.
A preocupação com o gramado se justificou. A chuva deixou
o campo com grandes falhas.
Do lado de fora, os torcedores
são-paulinos, no portão de entrada dos visitantes, se deparavam com um provocação de rivais pichada em um muro: "entrada das meninas". Ainda haviam postes pintados de rosa.
Texto Anterior: Foco: Shopping vê tumulto e sofre invasão verde em seu primeiro clássico Próximo Texto: Frases Índice
|