Na Copa dos Campeões, Inter de Milão anula astro e sai na frente do Barcelona

Com defensores brasileiros e argentinos, clube italiano mostra a dificuldade do melhor do mundo de atuar ante essa escola continental

Associated Press

O brasileiro Júlio César defende chute do sueco Ibrahimovic na vitória da Inter de Milão sobre o Barcelona no estádio San Siro

PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Do goleiro ao lateral-esquerdo, além de dois volantes, a Inter de Milão só escalou ontem jogadores sul-americanos para fazer a marcação do Barcelona, na abertura das semifinais da Copa dos Campeões da Europa.
Azar de Messi. O argentino mostrou mais uma vez que não repete suas atuações mágicas quando tem um rival sul-americano no seu cangote.
Com uma atuação apagada de seu camisa 10, o time catalão, de virada, perdeu para a Inter por 3 a 1. Para conseguir uma vaga na decisão, o Barcelona precisa de um 2 a 0 no jogo de volta, na próxima quarta. Se a equipe italiana marcar dois gols, o clube espanhol precisará anotar nada menos que cinco.
Messi não foi nem sombra do jogador que assombra o mundo em 2010. Segundo as estatísticas da Uefa, foram só dois chutes a gol. Uma mísera falta sofrida. A menor distância percorrida em campo entre os jogadores de linha do Barcelona que ficaram em campo por 90 minutos (quase três quilômetros a menos do que correu Xavi). O atacante foi também apenas o sétimo jogador que mais passes fez na sua equipe.
Individualmente, Messi não conseguiu superar a barreira sul-americana. No meio, foi acossado por Thiago Motta (brasileiro) e Cambiasso (argentino). Ao cair pelas laterais, parou no compatriota Zanetti ou em Maicon. Nas raras vezes em que chegou à área, foi presa fácil para Lúcio e para o argentino Samuel. Quando chutou de fora da área, Júlio César defendeu com segurança.
Pela Argentina, Messi tem um histórico de fracassos em jogos de seleções principais contra sul-americanos.
Contando a última Copa América, em 2007, e as eliminatórias para o Mundial de 2010, o atacante fez 22 jogos contra equipes sul-americanas. Marcou apenas cinco gols. A média de 0,22 tento por partida é praticamente um quarto da média geral de Messi pelo Barcelona nesta temporada.
Diante da Inter, o mais sul- -americano dos grandes europeus, o Barcelona já havia jogado duas vezes pela Copa dos Campeões nesta temporada. Na primeira, com Messi apagado, um empate sem gols. Na segunda, o argentino desfalcou sua equipe, que fez 2 a 0.
Ontem, no início, até parecia que o Barcelona iria repetir sua rotina recente de goleadas.
Logo aos 19min, o lateral brasileiro Maxwell fez jogada pela esquerda e cruzou para Pedro abrir o placar. Mas a Inter não se desarrumou e empatou ainda no primeiro tempo, com o meia holandês Sneijder.
Os anfitriões começaram o segundo tempo arrasadores. Logo aos 3min, Maicon virou o placar. O lateral brasileiro deixou o campo minutos depois, após um choque com Messi.
A situação milanista para o jogo que vale vaga na final ficou mais confortável aos 16min, quando o também argentino Milito fez o terceiro da equipe da casa, que depois recuou e "desistiu" de ampliar o placar.
Foi a primeira vez desde que o técnico Pep Guardiola assumiu o clube catalão, no início da temporada passada, que o Barcelona perdeu uma partida por mais de um gol de diferença.


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