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FUTEBOL
RODRIGO BUENO
@RodrigoBuenoESP
rodrigo.bueno@grupofolha.com.br
Futebol-arte do Stoke e futebol-tosco do Real
EM MEIO à overdose de Barça x Real, parece que todos
os outros jogos perdem em
importância. Mas houve um
verdadeiro espetáculo no
domingo. O limitado, previsível e tosco Stoke City aplicou um insinuante 5 a 0 no
Bolton e fará sua primeira final da Copa da Inglaterra.
Para quem não conhece
bem o Stoke, é um time pequeno, cuja principal arma é
o lateral-monstro de Delap,
um jogador capaz de mandar a bola com as mãos a
uma velocidade superior a
60 km/h e que pode servir
um colega que está a 40 m
de distância dessa forma.
Para quem não conhece o
Bolton, é um time pequeno,
que por muito tempo fez uso
do melhor e do pior estilo
"kick and rush", aquela ligação direta, aquele bicão seguido de correria, aquele esquema 0-10 com todo o time
na área do adversário para
tentar um abafa, um pinball, um lance de churrasco.
O Bolton traiu o movimento que eu apelidei certa
vez de "Futebolton" e nesta
temporada passou a jogar
um futebol mais vistoso com
o seu técnico Owen Coyle.
Até por isso era favorito nessa semifinal da FA Cup de times que parecem se divertir
com a ausência de craques.
E eis que veio o mais surpreendente futebol-arte. O
Stoke fez cinco gols sem ter
chegado às redes por meio
de sua famosa e temida bola
parada. Até Huth, um defensor e lenhador alemão que
tem muito mais que a cintura dura, deixou sua marca.
O Stoke não faz a menor
questão de ter mais posse de
bola que o adversário. Deverá ser "dominado" sem complexos pelo rico Manchester
City na decisão em Wembley
e por todos os rivais estrangeiros que venham a enfrentá-lo numa Liga Europa.
Num hipotético jogo com
o Barcelona, deixaria a bola
quase 100% do tempo com o
belo time catalão, e talvez o
derrotasse com toda a sua
inocente grossura. E Mourinho tem todo o direito de armar um Real que lembra o
Stoke para bater o Barça.
O TIME DE FRANCO
Ditador espanhol era Atlético, nada doente
A tese de que o Real Madrid se
transformou no maior time do
mundo por conta de Franco
tem vários "buracos". Um deles é que o ditador pouco curtia futebol, e o time que ajudou
quando chegou ao poder foi o
Atlético, seu clube preferido, o
único que viajava de avião. O
governo espanhol sugeriu que
Barça e Real "dividissem" Di
Stéfano. O Barça não aceitou.
'SPECIAL' NO BARÇA Mourinho, Xavi, Puyol...
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