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FUTEBOL
Auditoria em contas da entidade revela apropriação indébita de recursos da entidade, que deve R$ 13 milhões
Federação do PR paga até diária de motel
FLÁVIO ARANTES
da Agência Folha, em Curitiba
Auditoria determinada pela Justiça na contabilidade do ano passado da FPF (Federação Paranaense de Futebol) revela que houve
apropriação indébita de recursos
da entidade.
Os auditores também apontam
despesas estranhas à atividade de
uma federação de futebol, como
pagamento de diárias de motel e
compra de absorvente feminino.
Segundo a auditoria, a FPF tem
uma dívida de R$ 13 milhões.
O então presidente da federação
era o ex-deputado Onaireves
Moura, destituído do cargo por
ordem da Justiça.
Segundo Vicente Rodacki, interventor designado pela Justiça,
consta da contabilidade da federação uma nota de despesa de R$
250,00, referente a estadia em um
motel de Londrina.
A Agência Folha não conseguiu
ouvir Moura ontem. O seu telefone celular está desligado. A Telepar (Telecomunicações do Paraná) informa que ele não autoriza a
divulgação de seus telefones.
Em uma nota de compra em
uma farmácia de cerca de R$
140,00, é listado um pacote de absorvente feminino.
A mesma contabilidade que revela despesas com motel deixa de
registrar receitas de contratos firmados pela entidade.
Segundo Rodacki, um desses
contratos é com a empresa Publiesporte, que administrava as
placas de publicidade do Pinheirão, estádio que pertence à FPF.
O interventor afirma que, em
agosto do ano passado, a empresa
fez um repasse de R$ 15 mil à federação que não consta da sua contabilidade.
"Em 96, a empresa repassou R$
80 mil à federação. Esse dinheiro
foi contabilizado. Já os R$ 15 mil
repassados em agosto do ano passado não deram entrada", disse.
A segunda parcela do pagamento referente à locação do estádio a
uma igreja evangélica também
não entrou no caixa da FPF, segundo o interventor.
O aluguel previa o pagamento de
duas parcelas de R$ 4.000,0o.
"Apenas a primeira foi contabilizada", afirmou ele.
"Existia um gestor desse dinheiro. Por isso, a responsabilidade é
dele, mesmo que se prove que não
tenha sido ele quem se apropriou
desses recursos", diz Rodacki, se
referindo a Moura.
A maior parte da dívida da FPF é
com o INSS (Instituto Nacional de
Seguridade Social): R$ 4,5 milhões. A entidade deve também a
fornecedores, ao Atlético-PR e à
Prefeitura de Curitiba. A federação tem um débito de R$ 1,5 milhão de IPTU (Imposto Predial
Territorial Urbano).
Por causa dessa dívida, a Justiça
decretou em dezembro passado
intervenção na FPF e a destituição
de seu presidente, que estava no
cargo havia 12 anos.
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