São Paulo, terça-feira, 21 de maio de 2002

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"Temos de atropelar quem vier pela frente"

RODRIGO BERTOLOTTO
DA REPORTAGEM LOCAL

Folha - Está pronto para a Copa?
Ronaldo -
Neste momento, diria que sim, mas é claro que a gente ainda pode melhorar alguma coisa. E vamos fazer de tudo para chegar 100% na Copa.

Folha - O que mudou da Copa do Mundo de 98 para agora?
Ronaldo -
São momentos diferentes. Claro que Copa do Mundo tem sempre uma grande expectativa. É bom que o Brasil agora não está vindo com todo o favoritismo que foi para a Copa de 98. Isso pode nos dar mais condições de trabalharmos tranquilos e surpreendermos nesta Copa.

Folha - E você, o que mudou?
Ronaldo -
Normal, igual à de 98. Com muita vontade de ganhar, de arrebentar, jogar bem, fazer muitos gols e ajudar a seleção.

Folha - O que, desta vez, você vai fazer diferente da última Copa?
Ronaldo -
Tentar sempre fazer melhor, fazer mais gols, jogar melhor. É a única coisa que a gente pode fazer, sempre melhorar.

Folha - O que mais marcou em sua experiência com Copas do Mundo, em 1994 e 1998?
Ronaldo -
Em 1994, o fato mais marcante foi viver a alegria de ser campeão mundial tão novo e ao lado de tantos jogadores experientes. Em 1998, claro, a tristeza da derrota me marcou para sempre. Aprendi nos dois casos. As duas Copas foram importantes.

Folha - Qual é a lição que você tirou desses dois Mundiais?
Ronaldo -
Deve haver união e confiança no grupo. Sem um jogador ajudando o outro, não se chega a lugar nenhum. Ninguém ganha nada sozinho. Em uma equipe, todos os jogadores devem reagir da mesma maneira.

Folha - Vencer essa Copa seria uma vingança pelo vice-campeonato de 1998?
Ronaldo -
Sem dúvida, sonho ir a uma final de novo e, se possível, contra a França.

Folha - Qual é a sua opinião sobre a Copa ser realizada na Ásia?
Ronaldo -
A Ásia é distante do Brasil, mas hoje o futebol é do mundo, está em toda a parte. O importante é que a Copa seja organizada e segura.

Folha - A seleção foi muito criticada durante as eliminatórias. Você acha que o time é um dos favoritos na Copa mesmo com a campanha irregular nas eliminatórias?
Ronaldo -
Realmente foi um momento muito difícil que o futebol brasileiro enfrentou. Mas os jogos de preparação deste ano mostraram um pouco do que podemos render. Nenhuma seleção do mundo tem tantos jogadores de qualidade como a nossa. Sem dúvida, o Brasil é um dos favoritos junto com as equipes da Argentina, França e Itália.

Folha - O Brasil caiu em uma chave considerada fácil, junto com China, Turquia e Costa Rica. Isso vai ajudar a seleção? Vai ajudar você, que vem de um período de recuperação física?
Ronaldo -
Talvez ajude, não sei. Claro, é mais fácil do que jogar com as grandes forças. Mas não temos de pensar nisso, temos de atropelar quem vier pela frente. A Copa do Mundo é uma coisa séria, muito séria. Temos que nos fazer respeitar desde o início.

Folha - Como está seu entrosamento com Ronaldinho no ataque. O que você pode ensinar a ele?
Ronaldo -
O entrosamento entre a gente é muito bom, é excelente. Ronaldinho já aprendeu muito na França e tem muito o que aprender ainda. Ele é um ótimo jogador, um grande amigo. E está descobrindo o caminho dele. Tenho muito pouco a ensiná-lo.


Colaborou Fábio Victor, enviado especial a Kuala Lumpur



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