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São Paulo, quarta-feira, 21 de maio de 2003

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OLIMPÍADA

"Investimentos não essenciais" aos Jogos representam US$ 2 bilhões

São Paulo fala em enxugar conta do projeto olímpico

EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL

A secretária municipal de Esporte de São Paulo, Nádia Campeão, reavaliou os valores projetados para organizar a Olimpíada-2012 no município e concluiu que alguns gastos, que atingiriam até US$ 2 bilhões, não seriam indispensáveis à realização dos Jogos.
O Comitê Olímpico Brasileiro anuncia em 7 de julho, entre São Paulo e Rio de Janeiro, a cidade que irá representar o país na disputa mundial. O Comitê Olímpico Internacional definirá em 2005 quem organizará os Jogos Olímpicos de 2012. Também concorrem Londres (ING), Leipzig (ALE), Madri (ESP), Moscou (RUS) e Nova York (EUA). Paris (FRA) também deve confirmar logo sua candidatura.
"Algumas obras previstas não teriam um impacto determinante na organização dos Jogos Olímpicos. É o caso da duplicação da Tamoios, da complementação do Rodoanel e do ferroanel", avaliou Nádia Campeão. "Essas obras representariam uma melhor qualidade de vida à população, porém não são indispensáveis à realização da Olimpíada."
Tais obras já constavam no plano diretor do governo do Estado e, como facilitariam a locomoção da população e turistas pela cidade, também foram incluídas no dossiê de candidatura de São Paulo mesmo não sendo essenciais.
Inicialmente, quando o dossiê foi entregue ao presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman, no dia 14 de abril, foi anunciado que entre infra-estrutura, que lançou para o alto o orçamento, e a organização da Olimpíada seriam consumidos US$ 12,4 bilhões.
As obras de infra-estrutura já estariam nos planos do governo do Estado e da Prefeitura de São Paulo, mas uma eventual vitória da cidade aos Jogos Olímpicos-2012 aceleraria as suas conclusões, além de facilitar o aporte de verbas, segundo o comitê organizador da candidatura paulista.
Seriam gastos US$ 10 bilhões para, entre outras ações, despoluir os rios Tietê, Pinheiros e Tamanduateí e as represas Billings e Guarapiranga, construir linhas de metrô, ciclovias e implementar uma linha de trem expresso que ligaria o centro ao aeroporto de Cumbica. Outros US$ 2,4 bilhões seriam utilizados com os Jogos Olímpicos e abrangeriam a construção de equipamentos e os custos operacionais.
Isso tornou a candidatura a mais cara entre os postulantes à Olimpíada-2012. Madri projetou seus gastos em US$ 1,27 bilhão; Moscou prevê gastar cerca de US$ 1,93 bilhão, e Nova York usará US$ 2,7 bilhões.
A secretária salientou que entre os investimentos indispensáveis de infra-estrutura estariam aqueles relacionados ao meio ambiente, metrô, obras aeroportuárias e portuárias.
O comitê paulista projeta que o governo federal arcaria com US$ 1,3 milhão dos custos; o Estado investiria US$ 8,5 milhões, e o município, US$ 185 mil.
O investimento nas instalações esportivas alcançaria US$ 1,13 bilhão. O comitê organizador pagaria US$ 327,4 milhões. Outros US$ 440,4 milhões viriam do setor privado, enquanto a Prefeitura de São Paulo arcaria com US$ 359,2 milhões, e o governo do Estado entraria com US$ 12,6 milhões desse total.


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