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OLIMPÍADA
"Investimentos não essenciais" aos Jogos representam US$ 2 bilhões
São Paulo fala em enxugar conta do projeto olímpico
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
A secretária municipal de Esporte de São Paulo, Nádia Campeão, reavaliou os valores projetados para organizar a Olimpíada-2012 no município e concluiu que
alguns gastos, que atingiriam até
US$ 2 bilhões, não seriam indispensáveis à realização dos Jogos.
O Comitê Olímpico Brasileiro
anuncia em 7 de julho, entre São
Paulo e Rio de Janeiro, a cidade
que irá representar o país na disputa mundial. O Comitê Olímpico Internacional definirá em 2005 quem organizará os Jogos Olímpicos de 2012. Também concorrem Londres (ING), Leipzig (ALE), Madri (ESP), Moscou
(RUS) e Nova York (EUA). Paris
(FRA) também deve confirmar
logo sua candidatura.
"Algumas obras previstas não
teriam um impacto determinante
na organização dos Jogos Olímpicos. É o caso da duplicação da Tamoios, da complementação do
Rodoanel e do ferroanel", avaliou
Nádia Campeão. "Essas obras representariam uma melhor qualidade de vida à população, porém não são indispensáveis à realização da Olimpíada."
Tais obras já constavam no plano diretor do governo do Estado
e, como facilitariam a locomoção da população e turistas pela cidade, também foram incluídas no dossiê de candidatura de São Paulo mesmo não sendo essenciais.
Inicialmente, quando o dossiê
foi entregue ao presidente do
COB, Carlos Arthur Nuzman, no
dia 14 de abril, foi anunciado que
entre infra-estrutura, que lançou
para o alto o orçamento, e a organização da Olimpíada seriam
consumidos US$ 12,4 bilhões.
As obras de infra-estrutura já
estariam nos planos do governo
do Estado e da Prefeitura de São
Paulo, mas uma eventual vitória
da cidade aos Jogos Olímpicos-2012 aceleraria as suas conclusões, além de facilitar o aporte de
verbas, segundo o comitê organizador da candidatura paulista.
Seriam gastos US$ 10 bilhões
para, entre outras ações, despoluir os rios Tietê, Pinheiros e Tamanduateí e as represas Billings e
Guarapiranga, construir linhas de
metrô, ciclovias e implementar
uma linha de trem expresso que
ligaria o centro ao aeroporto de
Cumbica. Outros US$ 2,4 bilhões
seriam utilizados com os Jogos
Olímpicos e abrangeriam a construção de equipamentos e os custos operacionais.
Isso tornou a candidatura a
mais cara entre os postulantes à
Olimpíada-2012. Madri projetou
seus gastos em US$ 1,27 bilhão;
Moscou prevê gastar cerca de US$
1,93 bilhão, e Nova York usará
US$ 2,7 bilhões.
A secretária salientou que entre
os investimentos indispensáveis
de infra-estrutura estariam aqueles relacionados ao meio ambiente, metrô, obras aeroportuárias e
portuárias.
O comitê paulista projeta que o
governo federal arcaria com US$
1,3 milhão dos custos; o Estado investiria US$ 8,5 milhões, e o município, US$ 185 mil.
O investimento nas instalações
esportivas alcançaria US$ 1,13 bilhão. O comitê organizador pagaria US$ 327,4 milhões. Outros
US$ 440,4 milhões viriam do setor
privado, enquanto a Prefeitura de
São Paulo arcaria com US$ 359,2
milhões, e o governo do Estado
entraria com US$ 12,6 milhões
desse total.
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