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BOXE
Uma nova realidade
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
O peso-leve (até 61,2 kg) Juliano Ramos é um dos mais
promissores pugilistas nacionais.
Ele tem luta marcada para hoje
em programação da ESPN International (que anuncia para amanhã, a partir das 18h, exibição do
teipe da programação), mas ao
que parece a atividade dentro do
ringue não será tão importante.
Quando perguntei nesta semana ao promotor de seus combates,
Arthur Pelullo, quem seria o adversário do boxeador brasileiro, o
norte-americano respondeu:
- É um professor. Qual é mesmo o nome dele? Hum. Não sei
agora. Mas acho que essa informação você consegue no site da
minha empresa, você já foi lá?
No site da Banner Promotions
tampouco existiam informações.
Finalmente descobri que Ramos estará enfrentando o colombiano Moises Pedroza (24 vitórias, 21 nocautes, 6 derrotas e 1
empate), 35. Questionei a pessoas
ligadas à promoção sobre o fato
de Pelullo ter se referido a Pedroza como um professor escolar.
Responderam que o manager
de Pedroza negou tudo e que
acrescentou ainda que seu lutador se concentra totalmente em
sua carreira. É um lutador em
tempo integral. "Talvez no passado tenha sido um professor..."
O nome do adversário do brasileiro soou familiar. Eu acertei.
E ele não é nenhum pangaré.
Em meados do ano passado, Pedroza perdeu em dois assaltos para Carlos Hernandez, campeão
superpena da FIB, em combate
não-válido pelo cinturão. Porém,
antes de ser nocauteado, fez "Famoso" Hernandez visitar a lona.
Também enfrentou Angel Manfredy, Billy Irwin, Steve Forbes e
Eddie Hopson, em 95, pelo cinturão vago dos superpenas da FIB.
Perdeu todas essas lutas, mas
pelo menos ganhou experiência.
Claro, o melhor momento de Pedroza já passou. No entanto ele
deve representar um bom teste
para Ramos, 24 (13 vitórias, 11
nocautes), até que não é tão ruim.
Porém fora do ringue deve haver mais ação. O ex-manager de
Ramos, Servílio de Oliveira, e o
advogado Antonio Garrido Jr. estão em Chicago para lutar pelo
que entendem ser seus direitos.
Argumentam que Ramos simplesmente ignorou o contrato
existente entre ele e Servílio, adotou um novo manager e que por
isso sua carreira seria congelada.
Pelullo não entendeu bem assim a situação. Disse que Ramos,
que acusa Servílio de desrespeitar
cláusulas contratuais, seguirá lutando. Só que não dará a ninguém a porcentagem do manager. Depositará em uma conta, na
qual deixará o dinheiro até que o
caso seja decidido pela Justiça.
Ou seja, alguém nessa história
cometeu um erro grosseiro e foi irresponsável e/ou espertalhão.
O que nos leva ao episódio da
semana passada, quando outro
brasileiro, Laudelino Barros, disse que não lutaria ontem em programação da Showtime "por não
poder dar o peso". Gary Shaw,
promotor da luta, ficou chateado,
para dizer o mínimo. Afirma que
houve quebra de contrato.
É natural suspeitar que atletas e
empresários nacionais, despreparados para o profissionalismo de
alto nível, se envolverão cada vez
mais em casos como esses.
Multirracial 1
O nome de um dos pugilistas da luta de fundo da programação na
qual Juliano Ramos se apresenta é bastante curioso: 3K Battery. É
que na Tailândia os pugilistas costumam adotar o nome de seu patrocinador. Na verdade, o nome real de 3K Battery é Narongrit Pirang, e o combate com Art Simonyan será uma eliminatória pelo título dos supergalos da FIB. Outro tailandês que assinou com Pelullo
foi o campeão dos superpenas da AMB, Yodsanan Nanathachai.
Multirracial 1
A mais nova "esperança branca" do pugilismo, "Baby" Joe Mesi, foi
elevado a primeiro do ranking dos pesos-pesados pelo Conselho
Mundial de Boxe. Em seus dois últimos combates, o invicto Mesi travou duelos de vida e morte com Vassiliy Jirov e Monte Barrett.
E-mail eohata@folhasp.com.br
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