São Paulo, sexta-feira, 21 de maio de 2004

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BOXE

Uma nova realidade

EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL

O peso-leve (até 61,2 kg) Juliano Ramos é um dos mais promissores pugilistas nacionais.
Ele tem luta marcada para hoje em programação da ESPN International (que anuncia para amanhã, a partir das 18h, exibição do teipe da programação), mas ao que parece a atividade dentro do ringue não será tão importante.
Quando perguntei nesta semana ao promotor de seus combates, Arthur Pelullo, quem seria o adversário do boxeador brasileiro, o norte-americano respondeu:
- É um professor. Qual é mesmo o nome dele? Hum. Não sei agora. Mas acho que essa informação você consegue no site da minha empresa, você já foi lá?
No site da Banner Promotions tampouco existiam informações.
Finalmente descobri que Ramos estará enfrentando o colombiano Moises Pedroza (24 vitórias, 21 nocautes, 6 derrotas e 1 empate), 35. Questionei a pessoas ligadas à promoção sobre o fato de Pelullo ter se referido a Pedroza como um professor escolar.
Responderam que o manager de Pedroza negou tudo e que acrescentou ainda que seu lutador se concentra totalmente em sua carreira. É um lutador em tempo integral. "Talvez no passado tenha sido um professor..."
O nome do adversário do brasileiro soou familiar. Eu acertei.
E ele não é nenhum pangaré.
Em meados do ano passado, Pedroza perdeu em dois assaltos para Carlos Hernandez, campeão superpena da FIB, em combate não-válido pelo cinturão. Porém, antes de ser nocauteado, fez "Famoso" Hernandez visitar a lona.
Também enfrentou Angel Manfredy, Billy Irwin, Steve Forbes e Eddie Hopson, em 95, pelo cinturão vago dos superpenas da FIB.
Perdeu todas essas lutas, mas pelo menos ganhou experiência. Claro, o melhor momento de Pedroza já passou. No entanto ele deve representar um bom teste para Ramos, 24 (13 vitórias, 11 nocautes), até que não é tão ruim.
Porém fora do ringue deve haver mais ação. O ex-manager de Ramos, Servílio de Oliveira, e o advogado Antonio Garrido Jr. estão em Chicago para lutar pelo que entendem ser seus direitos.
Argumentam que Ramos simplesmente ignorou o contrato existente entre ele e Servílio, adotou um novo manager e que por isso sua carreira seria congelada.
Pelullo não entendeu bem assim a situação. Disse que Ramos, que acusa Servílio de desrespeitar cláusulas contratuais, seguirá lutando. Só que não dará a ninguém a porcentagem do manager. Depositará em uma conta, na qual deixará o dinheiro até que o caso seja decidido pela Justiça.
Ou seja, alguém nessa história cometeu um erro grosseiro e foi irresponsável e/ou espertalhão.
O que nos leva ao episódio da semana passada, quando outro brasileiro, Laudelino Barros, disse que não lutaria ontem em programação da Showtime "por não poder dar o peso". Gary Shaw, promotor da luta, ficou chateado, para dizer o mínimo. Afirma que houve quebra de contrato.
É natural suspeitar que atletas e empresários nacionais, despreparados para o profissionalismo de alto nível, se envolverão cada vez mais em casos como esses.

Multirracial 1
O nome de um dos pugilistas da luta de fundo da programação na qual Juliano Ramos se apresenta é bastante curioso: 3K Battery. É que na Tailândia os pugilistas costumam adotar o nome de seu patrocinador. Na verdade, o nome real de 3K Battery é Narongrit Pirang, e o combate com Art Simonyan será uma eliminatória pelo título dos supergalos da FIB. Outro tailandês que assinou com Pelullo foi o campeão dos superpenas da AMB, Yodsanan Nanathachai.

Multirracial 1
A mais nova "esperança branca" do pugilismo, "Baby" Joe Mesi, foi elevado a primeiro do ranking dos pesos-pesados pelo Conselho Mundial de Boxe. Em seus dois últimos combates, o invicto Mesi travou duelos de vida e morte com Vassiliy Jirov e Monte Barrett.

E-mail eohata@folhasp.com.br


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