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COPA 2006
DIA DO EMBARQUE
Em uníssono, defensores alertam para o perigo de ficarem sobrecarregados
Jogadores pedem treino e conversa para que colegas do ataque cumpram papel na marcação e evitem que tática ofensiva naufrague
Esquema de Parreira assusta os quatro zagueiros da seleção
FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A COLÔNIA E MUNIQUE
Quatro jogadores ressabiados compõem a delegação da
seleção brasileira que embarca
hoje à noite para a Europa em
busca do sexto título mundial.
A preocupação é a mesma: a sobrecarga da defesa com a escalação do "quadrado mágico".
Eles entendem do assunto.
São os quatro zagueiros eleitos
por Carlos Alberto Parreira para jogar a Copa da Alemanha.
No país-sede do Mundial que
começa em 19 dias, a Folha esteve com os titulares Juan e
Lúcio. Pelo telefone, falou com
os reservas Cris e Luisão. Colheu declarações convergentes:
todos estão resignados com o
esquema ofensivo implementado pelo técnico desde março
do ano passado, mas alertam
para a exposição da defesa e recomendam muito treino e muita conversa nos próximos dias.
Dos 23 convocados na última
segunda por Parreira, 15 saem
do Brasil, hoje, com destino à
Suíça, onde a seleção cumprirá
a primeira parte da preparação
para o Mundial. Amanhã, em
Weggis, com a incorporação
dos atletas que continuaram na
Europa após os torneios nacionais, o grupo ficará completo.
Os primeiros testes serão na
terça. E, se dependesse de Lúcio, único dos zagueiros que
não voltou ao país ao fim da
temporada, a prioridade seria
uma só. "A sobrecarga vai
acontecer porque o time está
muito ofensivo. Então vamos
ter que treinar bastante, cobrar
do pessoal ali do ataque e do
meio para ajudar na marcação.
Senão vai atrapalhar", disse, no
CT do Bayern de Munique, o
jogador que atuou como titular
em 2002, na Coréia e no Japão,
na conquista do penta.
O "pessoal" a que ele se refere são Emerson, Zé Roberto e
os badalados integrantes do
quadrado mágico: Kaká, Ronaldinho, Ronaldo e Adriano. Desde março do ano passado, contra o Uruguai, pelas eliminatórias, Parreira vem procurando
armar a equipe com dois meias
ofensivos mais dois atacantes.
Fruto de contusões, de folgas
concedidas e de opções do técnico, os atuais donos das posições, porém, só atuaram juntos
uma vez: pelas eliminatórias,
nos 3 a 1 sobre a Venezuela.
"O quadrado sobrecarrega a
defesa, claro", disse Juan, em
Colônia, onde mora, antes de
viajar para descansar no Brasil.
Para Cris, do Lyon, a questão
é matemática. "Quanto mais
atletas na frente, mais difícil fica para a defesa." O outro reserva, Luisão, do Benfica, o
mais jovem e inexperiente entre os zagueiros da seleção, deixa a pouca rodagem com o time
nacional de lado e é direto no
diagnóstico. "É complicado para quem está lá atrás."
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