São Paulo, domingo, 21 de maio de 2006

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Com Tite, Palmeiras se fecha em casa

Treinador faz sua estréia com quatro volantes no meio e afirma que o mais importante é não tomar gols do Santa Cruz

Choque entre lanterna e penúltimo opõe "dono" do pior início de um grande de SP no Brasileiro ao ataque que fez só 2 gols no certame


LUÍS FERRARI
DA REPORTAGEM LOCAL

Mais preocupado em não sofrer gols do que com a produção ofensiva, o técnico Tite estréia hoje no Palmeiras ante o Santa Cruz no Parque Antarctica.
Apesar de a partida ser na casa alviverde, e o adversário, recém-promovido da Série B, ser o vice-lanterna do Brasileiro, o discurso do novo comandante palmeirense é de cautela.
"O Palmeiras tem feito gols nos últimos jogos. Se não levar nenhum, já estaremos bem perto de vencer", afirmou Tite, anteontem, após o treino.
O discurso se reflete no time que ele escalou. Sem Juninho e Marcinho, a armação ficará a cargo de Paulo Baier, que terá a seu lado no meio os volantes Francis, Wendel e Correa.
Para o treinador, a armação mais defensiva é uma exigência do momento que o Palmeiras vive. Lanterna da competição com um só ponto, o time do Parque Antarctica ostenta o pior início de Campeonato Brasileiro na história de todos os grandes clubes paulistas na competição e dificilmente conseguirá se safar da zona de rebaixamento nesta rodada.
"Sabemos que o momento é difícil e que é pesado entrar em campo com um só ponto", declarou Tite, que fez até apelos aos torcedores palmeirenses.
"Gostaria de pedir uma única coisa à torcida: que tenha carinho com o grupo. Que faça críticas ou cobranças só no final."
Com pouco tempo de trabalho -comandou só três treinos antes da partida-, o técnico preferiu manter a maior parte do time que Marcelo Vilar vinha escalando e focou a preparação psicológica do grupo.
Anteontem, antes de os jogadores começarem a movimentação, Tite gastou 20 minutos em uma palestra ao elenco.
E a conversa surtiu efeito, ao menos no entendimento do novo armador do time. "Tite narrou as dificuldades que teve na carreira e mostrou a responsabilidade que nós, jogadores, devemos ter. É um cara que orienta, conversa muito e passa confiança", analisou Paulo Baier.
Na movimentação tática, porém, Tite não alterou muito a estratégia que pouco ajudou o Palmeiras até o momento.
Os últimos 30 minutos do treino foram dedicados a cruzamentos, fundamento em que o Palmeiras lidera o Brasileiro (com média de 35 por jogo), de acordo com o Datafolha. O segundo da lista é justamente o Santa Cruz, com 29 -a média da competição é de 22.
Os rivais de hoje não estão juntos só nesse ranking. Com 25% de acerto em finalizações, eles são, empatados, os lanternas na lista de aproveitamento de conclusões.
No time pernambucano, que só marcou dois gols, o panorama tático não é diferente. O técnico Valdyr Espinosa vai optar por um esquema precavido, com cinco jogadores no meio-campo. No ataque, isolado, o centroavante Nenê, ex-América de Rio Preto, que faz seu primeiro jogo pelo Santa Cruz.


Colaborou a Agência Folha, no Recife

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