São Paulo, segunda-feira, 21 de maio de 2007

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Depois dos 30, atacante fica mais letal

Romário, que não bebe e nunca teve problemas com a balança, fez quase metade dos gols como "trintão" e "quarentão"

Datafolha aponta jogador como o mais eficiente dos últimos 20 anos, com média de 0,78 tento por partida mesmo depois dos 40 anos


PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Para a maioria dos jogadores, passar dos 30 é a reta final da carreira profissional. Chegar aos 40 é quase exclusividade dos goleiros. Mas para Romário, 41, esses momentos foram cruciais na sua contabilidade para chegar ao milésimo gol.
Dos mil tentos marcados pelo atacante, 486 foram anotados depois que ele passou dos 30. Pelé fez só 18% de seus 1.281 gols como "trintão" -parou antes de completar 40 anos.
E a arrancada como veterano não aconteceu por causa de um maior número de jogos disputados. O que melhorou mesmo foi a eficiência do atacante, que, segundo levantamento do Datafolha, é o jogador do futebol brasileiro mais eficiente nas finalizações nos últimos 20 anos.
Até completar 20 anos, sempre jogando no Brasil, Romário teve uma média de 0,62 tento por jogo. Esse número passou para 0,79 dos 20 aos 30, quando estava na Europa.
Como trintão, a média ficou em 0,87, patamar um pouco maior do registrado depois que ele passou dos 40 (0,78).
Se encerrar a carreira hoje, Romário terá feito em 2007 sua temporada como profissional com a média mais alta da sua vida (1 gol por partida).
Em números absolutos, o recorde do "Baixinho" aconteceu quando ele já tinha 34 anos.
Na temporada de 2000, ele balançou as redes 73 vezes.
Naquele ano, o atacante registrou também seu ano de mais proveitoso em termos de títulos por um clube brasileiro (foi, pelo Vasco, campeão nacional e da Mercosul).
Em 2005, ele foi o artilheiro mais velho de um Campeonato Brasileiro. Com 39 anos, conseguiu marcar 22 vezes.
As experiências em times inexpressivos dos EUA, Qatar e Austrália não empurram os números de Romário como veterano. Nesses três lugares ele teve desempenho abaixo do registrado de forma geral depois que ultrapassou os 30.
Se é verdade que nunca foi entusiasta de treinos e sempre abusou das noitadas, Romário tem pontos a favor para explicar sua performance como veterano. Ele não toma bebidas alcóolicas e nunca teve problemas de excesso de peso.
Há dois anos, o atacante até fez uma dieta para melhorar sua forma física.
Ele riscou, entre outras coisas, café, refrigerantes e carnes vermelhas de seu cardápio, na "dieta Gracie adaptada", que leva esse nome porque foi criada pela família do jiu-jitsu.
Mas Romário não ficou imune às contusões. A pior aconteceu quando foi cortado pouco antes da Copa do Mundo da França. Como ontem, chorou.


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