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Depois dos 30, atacante fica mais letal
Romário, que não bebe e nunca teve problemas com a balança, fez quase metade dos gols como "trintão" e "quarentão"
Datafolha aponta jogador como o mais eficiente dos últimos 20 anos, com média de 0,78 tento por partida mesmo depois dos 40 anos
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Para a maioria dos jogadores,
passar dos 30 é a reta final da
carreira profissional. Chegar
aos 40 é quase exclusividade
dos goleiros. Mas para Romário, 41, esses momentos foram
cruciais na sua contabilidade
para chegar ao milésimo gol.
Dos mil tentos marcados pelo atacante, 486 foram anotados depois que ele passou dos
30. Pelé fez só 18% de seus 1.281
gols como "trintão" -parou antes de completar 40 anos.
E a arrancada como veterano
não aconteceu por causa de um
maior número de jogos disputados. O que melhorou mesmo
foi a eficiência do atacante, que,
segundo levantamento do Datafolha, é o jogador do futebol
brasileiro mais eficiente nas finalizações nos últimos 20 anos.
Até completar 20 anos, sempre jogando no Brasil, Romário
teve uma média de 0,62 tento
por jogo. Esse número passou
para 0,79 dos 20 aos 30, quando
estava na Europa.
Como trintão, a média ficou
em 0,87, patamar um pouco
maior do registrado depois que
ele passou dos 40 (0,78).
Se encerrar a carreira hoje,
Romário terá feito em 2007 sua
temporada como profissional
com a média mais alta da sua vida (1 gol por partida).
Em números absolutos, o recorde do "Baixinho" aconteceu
quando ele já tinha 34 anos.
Na temporada de 2000, ele
balançou as redes 73 vezes.
Naquele ano, o atacante registrou também seu ano de
mais proveitoso em termos de
títulos por um clube brasileiro
(foi, pelo Vasco, campeão nacional e da Mercosul).
Em 2005, ele foi o artilheiro
mais velho de um Campeonato
Brasileiro. Com 39 anos, conseguiu marcar 22 vezes.
As experiências em times
inexpressivos dos EUA, Qatar e
Austrália não empurram os números de Romário como veterano. Nesses três lugares ele teve desempenho abaixo do registrado de forma geral depois
que ultrapassou os 30.
Se é verdade que nunca foi
entusiasta de treinos e sempre
abusou das noitadas, Romário
tem pontos a favor para explicar sua performance como veterano. Ele não toma bebidas
alcóolicas e nunca teve problemas de excesso de peso.
Há dois anos, o atacante até
fez uma dieta para melhorar
sua forma física.
Ele riscou, entre outras coisas, café, refrigerantes e carnes
vermelhas de seu cardápio, na
"dieta Gracie adaptada", que leva esse nome porque foi criada
pela família do jiu-jitsu.
Mas Romário não ficou imune às contusões. A pior aconteceu quando foi cortado pouco
antes da Copa do Mundo da
França. Como ontem, chorou.
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