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FUTEBOL
Final Brasil-Argentina e placares dilatados avalizam aumento de jogos
Duelo fecha Libertadores de muitos times e muitos gols
DA REPORTAGEM LOCAL
O aumento radical no número
de participantes de um torneio,
normalmente sinônimo de queda
de nível técnico, teve reflexos bastante positivos no balanço final da
Taça Libertadores de 2000.
A Confederação Sul-americana
de Futebol (Conmebol) promoveu na edição deste ano o maior
inchaço da história do mais importante torneio interclubes do
continente.
Na Libertadores do ano passado
eram 21 participantes, que passaram a 32 neste ano.
Coincidência ou não, o fato é
que fazia muito tempo que a decisão do torneio não era tão estimulante como a que se verá hoje.
Nela estão reunidas duas equipes que já foram campeãs da
competição, treinadas por dois
técnicos igualmente vencedores
no torneio (Luiz Felipe Scolari,
com Grêmio e Palmeiras, e Carlos
Bianchi, com o Vélez Sarsfield),
representantes das duas mais fortes escolas do futebol sul-americano -que, ainda por cima, alimentam uma das maiores rivalidades do planeta.
Desde 1995, quando Grêmio e o
colombiano Nacional de Medellín
fizeram a final, a decisão da Libertadores não opunha dois ex-campeões do torneio.
E desde 1984, quando o mesmo
Grêmio e o argentino Independiente decidiram, os finalistas não
eram ambos clubes de tradição no
continente.
No ano passado, por exemplo, o
Palmeiras decidiu contra o Deportivo Cali (Colômbia), terceiro
ou quarto time em tradição na
Colômbia. Em 98, o Vasco fez a final contra o Barcelona de Guayaquil, menos expressivo ainda -o
futebol equatoriano jamais venceu uma Libertadores.
Além disso, naquele que talvez
seja o mais significativo índice estatístico de futebol, a média de
gols, a Libertadores-2000 também
mostrou um grande avanço em
relação aos últimos anos.
Desde a década de 60, não se
viam tantos gols no torneio. Nos
125 jogos disputados até aqui, foram marcados 434 gols, uma média de 3,47 por partida.
Somente em 1962 (4,12) e em
1964 (3,52), quando o Santos representou o Brasil na competição,
houve médias maiores de gols.
Comparada com as médias dos
torneios brasileiros disputados
este ano, o aumento na Libertadores é ainda mais alentador. A Copa do Brasil e o Paulista, por
exemplo, registraram queda na
média de gols em relação às edições dos últimos anos.
O presidente da Confederação
Sul-Americana, Nicolas Leoz,
mostrava-se radiante ontem, no
evento da Toyota para apresentar
os preparativos para a decisão.
"Foi excelente a passagem para
32 clubes, e esta decisão só comprova isso. Tivemos boas partidas, boas arbitragens, muitos gols
e controle antidoping em todos os
jogos", disse ele.
"Agora, o que mais queremos é
que o time que ganhe amanhã
(hoje) também conquiste a Copa
Toyota", completou Leoz, em referência à disputa do Mundial interclubes no final do ano em Tóquio, contra o Real Madrid (Espanha), vencedor da Copa dos Campeões da Europa.
Empolgação igual, ou maior,
aparentava o presidente do Palmeiras, Mustafá Contursi.
Para ele, a presença de mais um
time brasileiro na final da Libertadores demonstra "toda a pujança,
a organização e a qualidade do futebol brasileiro".
Com o inchaço na edição deste
ano, o Brasil, assim como a Argentina, que tinha dois representantes, passou a ter quatro equipes garantidas na Libertadores.
Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru e Uruguai têm
três representantes cada um.
A Venezuela tem duas vagas.
Equipes mexicanas, que têm disputado classificatórias para o torneio, podem entretanto ocupar
algumas dessas vagas.
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