São Paulo, sexta-feira, 21 de junho de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

QUARTAS/ HOJE

Técnico se irrita com comentários sobre o time, que pega os EUA em mata-mata

Alemanha rebate críticas e já vê ida à final como realidade

ROBERTO DIAS
ENVIADO ESPECIAL A ULSAN

Não é só Luiz Felipe Scolari que está bastante incomodado com as críticas a seu time.
O alemão Rudi Voeller cansou de apanhar e decidiu tomar a ofensiva nesta semana.
Sobrou para seu ex-colega de seleção Thomas Berthold, que criticara o jogo da Alemanha contra o Paraguai, nas oitavas-de-final.
"Há um ditado em italiano que diz que você pode perder a chance de ficar calado. Ele acaba de fazer isso", afirmou Voeller.
Sobrou ainda para um outro companheiro seu, o sul-coreano Cha Bum-kun, que também achara o time alemão fraco. "Talvez ele tenha tomado muita aspirina quando jogou no Bayer Leverkusen", disse o técnico alemão -o patrocinador do clube foi a primeira empresa a fabricar o medicamento. Voeller pediu desculpas depois ao coreano, mas diz que o mesmo não vale para Berthold.
"Tento manter o controle, mas sou apenas um ser humano", explicou o treinador alemão.
Ele disse que ficou particularmente irritado quando viu o meia Ballack navegando na internet e lendo o que se publicava sobre a seleção alemã. "Eu olhei por cima do ombro dele e aquilo me deixou louco", afirmou Voeller. "Franz [Beckenbauer, ex-técnico da Alemanha" me avisou para não levar em conta o que a imprensa diz e me preocupar apenas em treinar o time. Estou tentando."
Voeller cumpre na Ásia uma aposta que se tornou comum nas equipes que a Alemanha mandou aos Mundiais: colocar ex-atletas da seleção para comandar o time.
Nas quatro últimas Copas, foi assim. E, à semelhança de Voeller, os treinadores também haviam conquistado o título mundial como jogadores antes de chegar à seleção -casos de Franz Beckebauer, que esteve em 1986 e 1990, e de Berti Vogts, que sentou no banco em 1994 e 1998.
Desconsiderando o que acontecer hoje, ele caminha para comandar a equipe na próxima Copa também. O ex-atacante assumiu após a Eurocopa de 2000 e assinou contrato até 2006 para chefiar um projeto importante: vencer o Mundial dentro de casa.
Com um time renovado, a seleção chegou desacreditada ao Japão. Muita gente duvidou até que a equipe fosse capaz de superar a primeira fase. A vaga para as quartas-de-final surpreendeu os próprios alemães. "Chegar à final era um sonho, mas agora parece realidade. Seria decepcionante se não ficássemos entre os quatro", diz Karl-Heinz Rummenigge, outro ex-atleta da seleção que agora faz parte da comissão técnica.


NA TV - Globo e Sportv, ao vivo, às 8h30



Texto Anterior: Tostão: Nós e a múmia de títulos
Próximo Texto: Alemães acreditam ter vantagem psicológica
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.