São Paulo, segunda-feira, 21 de junho de 2004

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VÔLEI

Bom começo

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

Os sinais indicam bons tempos para a seleção feminina. No primeiro torneio que disputou no ano, a equipe venceu a Itália na final por 3 sets a 0 e ficou com o título. Melhor do que a vitória foi que o Brasil jogou bem e, pelo que tudo indica, Mari, a revelação da última temporada, será a oposta titular da seleção.
Quem acompanha vôlei sabe que não há mistérios no time titular para os Jogos de Atenas: Valeskinha e Walewska no meio-de-rede; Érika e Virna nas pontas; Fernanda no levantamento; Arlene como líbero. A única vaga que ainda está aberta é a de oposto. A briga está entre Leila, Elisângela, Bia e Mari.
Mari, convocada pela primeira vez para a seleção, largou na frente nessa disputa. Para começar, já foi escalada para a final do torneio de Vale D'Aosta, na Itália. E ela aproveitou bem a chance: foi um dos destaques da vitória do Brasil. Marcou 16 pontos, um a menos do que Virna, a maior pontuadora do jogo.
A vitória sobre as italianas é significativa. Há 15 dias, elas foram campeãs da Volley Masters, na Suíça. E o torneio não foi moleza. Com exceção de Brasil, estavam presentes todas as grandes seleções: China, Rússia, Estados Unidos e Cuba. As outras três participantes foram Alemanha, Japão e Polônia.
O certo é que fica difícil explicar o fenômeno Itália. O país nunca tinha ganhado um grande título no vôlei feminino. Para surpresa geral, foi campeã mundial em 2002. Passou depois dois anos sem resultados expressivos, conseguiu a vaga para Atenas na repescagem, mas agora voltou a roubar a cena. Dois dias antes da decisão do título, o Brasil tinha jogado uma vez com a Itália na fase de classificação e perdido por 3 sets a 2. Um lembrete: as italianas estão no grupo das brasileiras em Atenas. Uma vitória sobre elas será importante para ficar em primeiro lugar e pegar um adversário mais fraco nas quartas-de-final.
Aliás, esse jogo já está tirando o sono do técnico José Roberto Guimarães. E não é para menos. O Brasil caiu na chave mais fácil da Olimpíada, mas isso pode não ser uma vantagem. No cruzamento das quartas-de-final, o adversário virá do grupo mais forte.
O que mais preocupa é que o Brasil tem chances de enfrentar Cuba ou Rússia nesse jogo único e eliminatório. Essas duas seleções, que não conseguiram grandes resultados na última temporada, mostraram sinais de recuperação na Volley Masters.
A seleção russa voltou a contar com uma de suas principais atacantes: Lioubov Chachkova Sokolova . A última participação dela na seleção tinha sido na conquista da medalha de prata nos Jogos de Sydney. A Rússia volta a ser uma das favoritas, ainda mais se tiver também o retorno de Artamonova e Godina.
Na Suíça, as cubanas, com o retorno de Ana Fernandes, surpreenderam: venceram as russas e fizeram um jogo duro com a Itália nas semifinais. Perderam por 3 sets e 2 e acabaram em quarto lugar na Volley Masters. E você sabe: Cuba não vai querer fazer feio em Atenas -afinal é a atual tricampeã olímpica.

Os números da Liga
Nenhum outro jogador do mundo disputou tantas partidas pela Liga Mundial como o levantador Maurício. Pelas estatísticas da federação internacional, ele é o recordista. Ontem, na segunda vitória sobre Portugal, completou 203 jogos. Maurício participou de 14 das 15 edições da competição. Só esteve ausente no torneio de 97, quando o técnico da seleção era Radamés Lattari.

Mais números
O Brasil é o país que mais torcida tem levando aos ginásios em jogos da Liga Mundial. Nas 14 edições anteriores, o total de público somou 1.060.927 torcedores. A média, por partida, foi 11.532 pessoas. Cuba é a segunda colocada. Nas 13 Ligas que disputou, somou 904.987 torcedores, com uma média de 10.523 pessoas por jogo.

E-mail: cidasan@uol.com.br


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