São Paulo, quarta-feira, 21 de junho de 2006

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Calor alemão prova erro de ida à Suíça

DOS ENVIADOS A BERGISCH GLADBACH

As garrafas com água e isôtonicos na beira do gramado não mentem. Para quem se preparou para o Mundial no frio dos alpes suíços, a Copa da Alemanha tem sido um verdadeiro martírio para a seleção brasileira.
Nos jogos e treinos, a temperaturas sempre superou os 20C e beirou os 30C.
Ainda em Weggis, a cidade suíça onde o Brasil passou duas semanas e os termômetros chegaram perto do 0C -nevava nas montanhas-, o capitão Cafu disse que só seria possível saber se aquele era o clima ideal se as mesmas temperaturas baixas se repetissem na Alemanha.
Então, pelo seu raciocínio, a escolha da Confederação Brasileira de Futebol, que recebeu uma bolada (US$ 1,2 milhão, livres de impostos) para levar o time à Suíça, foi uma grande aposta furada.
O calor serve até para justificar o desempenho fraco do time. Foi o que fez, por exemplo, Zé Roberto logo após o jogo contra a Austrália. "Esse clima não ajudou", disse o meia.
As temperaturas nada amenas do verão alemão já haviam acontecido na Copa das Confederações, no ano passado. Tanto nessa competição como agora, o técnico Carlos Alberto Parreira previa um tempo gelado.
Fez isso se lembrando da Copa de 1974, também na Alemanha, só que com muito frio -uma das desculpas da seleção brasileira pela campanha modesta (o time foi apenas o quarto colocado).
Com o calor, pelo menos o preparador físico Moraci Sant'anna pode fazer uma de suas atividades preferidas sem correr o risco de alguém pegar um resfriado. Ele manda os jogadores mergulharem em banheiras de gelo nos dias seguintes aos jogos.
As temperaturas durante a Copa são uma reclamação de muitas seleções. A Inglaterra, que já jogou no ingrato horário das 15h locais (10h de Brasília), queixou-se tanto que a Fifa se comprometeu a aumentar a quantidade de água para os jogadores durante as partidas.
Zico, o brasileiro que comanda o Japão, disparou contra a Fifa pela entidade marcar as partidas para o meio da tarde alemã. Nos dois jogos até agora, os japoneses atuaram às 15h.
Sorte do Brasil que pelo menos o time não precisou entrar nenhuma vez no horário criticado. Na primeira fase, o time terá ao final duas partidas às 21h e outra às 18h, isso sempre pelo horário alemão. Terminando a fase em primeiro, vai jogar pelas oitavas-de-final às 17h. Indo até a final, sempre jogará à noite.
Robinho fez pouco caso do verão alemão e aproveitou para vender seu peixe.
"É difícil jogar neste calor. No meu caso, estou acostumado e sou ainda novo. Mas compreendo os que estão "há mais tempo na Europa, que perdem um pouco o costume." (EAR, PC, RP E SR)


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