São Paulo, quinta-feira, 21 de junho de 2007

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Riquelme brilha de novo e ratifica fama de carrasco

Argentino exibe seu melhor futebol e pavimenta caminho para voltar à seleção

Marcelo Hernandez/Associated Press
Díaz e Ledesma erguem Riquelme, o herói do Boca Juniors, seis vezes campeão da Libertadores


Grêmio 0
Boca Juniors 2

DO ENVIADO A PORTO ALEGRE
E DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

No primeiro tempo, ele irritou o estádio Olímpico controlando o jogo com passes e lançamentos. No segundo, deixou os gremistas estupefatos com o faro de um típico artilheiro.
Juan Román Riquelme, 28, que deve ser chamado hoje de volta à seleção argentina que vai à Copa América, foi maestro e matador na partida que acabou com as chances do Grêmio de ganhar a Taça Libertadores pela terceira vez. Terminou o jogo escolhido o craque da partida pela organização.
E mostrou que, com a camisa do Boca Juniors, é o craque que não consegue ser na seleção e de seu país ou nos clubes europeus -os espanhóis Barcelona e Villarreal- que defendeu.
No primeiro gol, um chute forte no ângulo feito a partir do bico da grande área, aos 23min do segundo tempo, ele mostrou ser de categoria superior.
No segundo, aos 36min, foi oportunista ao aproveitar falha do goleiro Saja para sacramentar a vitória. Que só não foi ainda mais dilatada porque Palermo confirmou sua inabilidade para bater pênaltis ao errar uma cobrança de forma bisonha já perto do apito final do juiz colombiano Oscar Ruiz.
Não foi a primeira vez que Riquelme destruiu um time brasileiro. Em 2000 e 2001, foi o grande nome do Boca nos triunfos contra o Palmeiras.
Enquanto Riquelme brilhava, o Grêmio destruiu a fama de defesa intransponível em casa nesta Libertadores e confirmou a falta de apetite de seu ataque na competição.
Antes da partida de ontem, o time sulista havia feito seis jogos em casa pelo campeonato sul-americano e, até então, sua meta não havia sido vazada.
A equipe terminou o torneio sul-americano com apenas 11 gols marcados em 14 jogos. No mesmo número de confrontos no ano passado, o São Paulo também foi vice-campeão balançando a rede 23 vezes.
Ontem, o Boca teve a chance marcar o primeiro logo aos 6min, em cabeçada de Palermo defendida por Saja.
Mas os 45 minutos iniciais foram marcados mesmo pela falta de emoção de lado a lado.
Perigo mesmo para o rival o Grêmio só criou aos 42min, quando Diego Souza chutou da lateral direita e acertou o travessão defendido pelo Boca.
Mesmo com esse lance, a primeira etapa foi tão morna que nem foi preciso Oscar Ruiz mostrar um mísero cartão amarelo.
Como havia adiantado na véspera, o técnico Mano Menezes voltou para o segundo tempo com um trio de atacantes -o ex-corintiano Amoroso entrou no lugar do meia Tcheco.
E a mudança começou dando fôlego aos donos da casa. Aos 3min, o zagueiro gremista Schiavi cabeceou na trave. A bola voltou para Diego Souza, que chutou forte para grande defesa do goleiro Caranta.
Mas o fogo gremista durou pouco. O Boca novamente começou a controlar a bola. Aos 23min, a defesa gremista se atrapalhou, mas Palermo perdeu a chance de marcar com o goleiro Saja já fora do lance.
Nesse momento, Amoroso já mostrava a falta de futebol que abate a sua carreira nos últimos meses e Tuta nada fazia -ele foi um dos poucos vaiados pela fanática torcida gremista durante o jogo decisivo.
E foi então que o show de Riquelme, contratado por empréstimo ao Villarreal pelo presidente do Boca, Mauricio Macri, começou. Sorte para os brasileiros que ele deve voltar para a Europa e não jogar a próxima Libertadores.0 (PAULO COBOS E SIMONE IGLESIAS)


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