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Riquelme brilha de novo e ratifica fama de carrasco
Argentino exibe seu melhor futebol e pavimenta caminho para voltar à seleção
Marcelo Hernandez/Associated Press
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Díaz e Ledesma erguem Riquelme, o herói do Boca Juniors, seis vezes campeão da Libertadores |
Grêmio 0
Boca Juniors 2
DO ENVIADO A PORTO ALEGRE
E DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
No primeiro tempo, ele irritou o estádio Olímpico controlando o jogo com passes e lançamentos. No segundo, deixou
os gremistas estupefatos com o
faro de um típico artilheiro.
Juan Román Riquelme, 28,
que deve ser chamado hoje de
volta à seleção argentina que
vai à Copa América, foi maestro
e matador na partida que acabou com as chances do Grêmio
de ganhar a Taça Libertadores
pela terceira vez. Terminou o
jogo escolhido o craque da partida pela organização.
E mostrou que, com a camisa
do Boca Juniors, é o craque que
não consegue ser na seleção e
de seu país ou nos clubes europeus -os espanhóis Barcelona
e Villarreal- que defendeu.
No primeiro gol, um chute
forte no ângulo feito a partir do
bico da grande área, aos 23min
do segundo tempo, ele mostrou
ser de categoria superior.
No segundo, aos 36min, foi
oportunista ao aproveitar falha
do goleiro Saja para sacramentar a vitória. Que só não foi ainda mais dilatada porque Palermo confirmou sua inabilidade
para bater pênaltis ao errar
uma cobrança de forma bisonha já perto do apito final do
juiz colombiano Oscar Ruiz.
Não foi a primeira vez que Riquelme destruiu um time brasileiro. Em 2000 e 2001, foi o
grande nome do Boca nos
triunfos contra o Palmeiras.
Enquanto Riquelme brilhava, o Grêmio destruiu a fama de
defesa intransponível em casa
nesta Libertadores e confirmou a falta de apetite de seu
ataque na competição.
Antes da partida de ontem, o
time sulista havia feito seis jogos em casa pelo campeonato
sul-americano e, até então, sua
meta não havia sido vazada.
A equipe terminou o torneio
sul-americano com apenas 11
gols marcados em 14 jogos. No
mesmo número de confrontos
no ano passado, o São Paulo
também foi vice-campeão balançando a rede 23 vezes.
Ontem, o Boca teve a chance
marcar o primeiro logo aos
6min, em cabeçada de Palermo
defendida por Saja.
Mas os 45 minutos iniciais
foram marcados mesmo pela
falta de emoção de lado a lado.
Perigo mesmo para o rival o
Grêmio só criou aos 42min,
quando Diego Souza chutou da
lateral direita e acertou o travessão defendido pelo Boca.
Mesmo com esse lance, a primeira etapa foi tão morna que
nem foi preciso Oscar Ruiz
mostrar um mísero cartão
amarelo.
Como havia adiantado na
véspera, o técnico Mano Menezes voltou para o segundo tempo com um trio de atacantes -o
ex-corintiano Amoroso entrou
no lugar do meia Tcheco.
E a mudança começou dando
fôlego aos donos da casa. Aos
3min, o zagueiro gremista
Schiavi cabeceou na trave. A
bola voltou para Diego Souza,
que chutou forte para grande
defesa do goleiro Caranta.
Mas o fogo gremista durou
pouco. O Boca novamente começou a controlar a bola. Aos
23min, a defesa gremista se
atrapalhou, mas Palermo perdeu a chance de marcar com o
goleiro Saja já fora do lance.
Nesse momento, Amoroso já
mostrava a falta de futebol que
abate a sua carreira nos últimos
meses e Tuta nada fazia -ele
foi um dos poucos vaiados pela
fanática torcida gremista durante o jogo decisivo.
E foi então que o show de Riquelme, contratado por empréstimo ao Villarreal pelo presidente do Boca, Mauricio Macri, começou. Sorte para os brasileiros que ele deve voltar para
a Europa e não jogar a próxima
Libertadores.0
(PAULO COBOS E SIMONE IGLESIAS)
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