São Paulo, sábado, 21 de junho de 2008

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Pequim retoma guerra contra "as quatro pragas"

Governo repete estratégia de Mao de incentivar a população a combater pestes

Autoridade sanitária envia três milhões de mensagens de celular para motivar famílias a combater rato, barata, mosca e mosquito

DA REPORTAGEM LOCAL

Diante do Ninho de Pássaro, principal edificação dos Jogos Olímpicos de Pequim, que começam em 8 de agosto, trabalhadores equipados com armas químicas lançaram ontem uma guerra na capital chinesa. Os inimigos são ratos, moscas, mosquitos e baratas.
A investida às vésperas da Olimpíada remete a um movimento lançado por Mao Tsé-tung (1893-1976) nos anos 50.
À época, o líder comunista conclamou a população a combater os "quatro males". A lista original dos inimigos tinha pardais no lugar das baratas, o que gerou um desequilíbrio ecológico, pois, com a queda no número dos pássaros, houve aumento na quantidade de gafanhotos (o que foi nefasto para plantações).
Em 1960, Mao determinou a troca de pardais por outro inseto na lista de bichos banidos.
A iniciativa no século 21 também procura mobilizar a população. Anteontem, o Comitê do Movimento Sanitário Patriótico de Pequim disparou 3 milhões de mensagens aos celulares da população -sobretudo dos residentes próximos de instalações olímpicas.
Além dos SMS pedindo às famílias que tentem manter os lixos menos sujos e que matem os bichos da lista negra, a entidade distribuiu 450 mil panfletos promocionais e 40 toneladas de pesticidas.
"É necessária uma ação unificada, pois baratas não podem ser exterminadas efetivamente se um vizinho não está determinado a cooperar", declarou o sanitarista Zhang à agência de notícias Xinhua. Ele foi entrevistado no bairro de Chaoyang, região que tem 25 das 31 instalações olímpicas de Pequim.
"Na era de Mao, simplesmente mobilizávamos as massas para exterminar as pragas. Agora usamos um método mais científico. O controle de pestes virou uma especialidade", afirmou Zeng Xiaofan, funcionário do Centro de Controle e Prevenção de Doenças de Pequim.
Especialista no combate a pragas desde 1985, ele comentou que os Jogos ajudam a cidade a prevenir doenças e contou que a entidade em que atua gastou 10 milhões de yuan (o equivalente a R$ 2,25 milhões) no combate às pestes.
Ele citou instrumentos de monitoramento por GPS e estudos laboratoriais avançados que permitiram a pesquisadores observarem a resistência dos bichos a pesticidas, por meio de estudos genéticos.


Com Agência Xinhua

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