Guus Hiddink pode ser o responsável por eliminar a grande sensação do torneio

À frente da seleção russa, treinador que comandou time laranja por quatro anos tem histórico de conduzir azarões a grandes feitos

DA REPORTAGEM LOCAL

Vencer times favoritos parece ser o passatempo favorito de Guus Hiddink, 61, atual técnico da Rússia. Hoje, o holandês tentará mais um feito justamente diante de seu país, sensação da Eurocopa-2008.
"Eles têm uma equipe maravilhosa, com jogadores de primeira classe mundial, mas podemos pará-los", falou Hiddink, comandante da seleção laranja de 1995 a 1998.
A tarefa não é, de fato, das mais fáceis. Líder do Grupo C, o chamado "grupo da morte" da competição, a Holanda venceu os três jogos, sendo dois por larga margem -3 a 0 na Itália, 4 a 1 na França. Na última rodada, sem sete titulares em campo, o time do treinador Van Basten ganhou dos romenos por 2 a 0.
A campanha russa é mais modesta. Massacrada pela Espanha na estréia (4 a 1), a equipe reagiu com vitórias sobre Grécia (1 a 0) e Suécia (2 a 0).
"Não podemos nos comparar a eles, apesar do orgulho por ter chegado às quartas-de-final", reconheceu Hiddink.
Mas é justamente diante dos rivais mais temidos que ele tem alcançado seus maiores feitos.
Na Copa de 2002, ele dirigiu um dos países anfitriões, a Coréia do Sul -o Japão foi o outro.
Como se não bastasse ter se classificado em sua chave, deixando Portugal de fora, a Coréia passou pela Itália nas oitavas (2 a 1), e pela Espanha nas quartas (5 a 3, nos pênaltis, após empate sem gols no tempo normal e na prorrogação).
Parou só na fase semifinal, contra a Alemanha (1 a 0). Depois, na decisão do terceiro lugar, perdeu dos turcos por 3 a 2.
No último Mundial, no comando da Austrália, Hiddink levou a equipe à inédita classificação para a segunda fase depois de ter avançado como segunda do grupo do Brasil, eliminando a cotada Croácia.
Nas oitavas, viu os italianos se vingarem da última Copa com um magro 1 a 0, em pênalti duvidoso quase no final.
Outro fator que conta a favor de Hiddink é o fato de, pela questão "caseira", conhecer boa parte do time holandês.
"Não podemos ganhar com medo. Eles gostam de tomar a iniciativa, o controle do jogo, mas creio que encontramos seus pontos fracos. Devemos ser práticos contra uma equipe que técnica, física e taticamente é a melhor do mundo."
O técnico da seleção holandesa prefere evitar as comparações com o colega mais experiente. "Vamos jogar contra a Rússia, não contra Hiddink", afirmou Van Basten, campeão como jogador da Euro-1988. "Pensamos no nosso jogo. Temos um status a honrar. E temos tudo para vencer."
No último confronto entre as seleções, goleada por 4 a 1 a favor de Van Basten, em 2007.