São Paulo, domingo, 21 de junho de 2009

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ANÁLISE

Clube acena com 3ª era de vacas magras

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

A história do São Paulo passa muito pela sua luta em conseguir pomposa casa e mantê-la em bom estado. E o fim da era Muricy sinaliza, também, o início de novo ciclo em que o futebol tende a ficar em segundo plano para o time.
A demorada construção do Morumbi (inaugurado parcialmente em 1960 e totalmente dez anos depois) explica em boa parte a maior seca (1957-1970) de títulos do São Paulo, tido como um dos mais organizados e menos turbulentos clubes do Brasil.
Após a era Telê, a mais vitoriosa do clube, o Morumbi voltou a sugar recursos, com reformas estruturais. No meio dos anos 90, o futebol ficou em segundo plano para a colocação de amortecedores no estádio.
Os títulos de expressão voltaram a rarear para o São Paulo, que seguiu no período de vacas magras refutando grandes parcerias, diferentemente dos seus maiores adversários.
Agora, o projeto do Morumbi para a Copa-14, exigirá pelo menos R$ 130 milhões. Sem dinheiro público e com a iniciativa privada assustada com a crise, o São Paulo terá que arcar com praticamente tudo -pode chegar a R$ 300 milhões, suficientes para erguer arena nova.
Se São Paulo e Telê tiveram três anos muito frutíferos, seguidos de acentuado período decadente, o mesmo pode ser dito de São Paulo e Muricy (uma diferença é que Telê internacionalizou o clube, e Muricy o nacionalizou).
Na esteira da demissão do técnico que deu o único tri genuíno ao São Paulo, o clube deve cortar a folha de pagamento, uma das mais caras do país.
Washington, que ganha R$ 220 mil por mês, segundo a revista "Placar", é um dos atletas que podem deixar a equipe, que cobrará do novo técnico mais atenção com a promoção de garotos da base, fonte de renda para o clube -a venda recente de Kaká renderá quase R$ 7 milhões ao time formador.
Se o São Paulo rejeitou em 2008 11 milhões por Hernanes, nesta nova fase pode vendê-lo por menos.


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