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Na contramão da história
MATINAS SUZUKI JR.
do Conselho Editorial
Meus amigos, meus inimigos,
não dava para esperar outra
coisa do despreparo, da visão
curta e dos interesses particularizados dos diretores da
CBF, das federações, dos clubes
e dos políticos que usam o futebol para fins eleitoreiros.
Na contramão da história,
foi aprovado o Campeonato
Brasileiro com 26 times, incluindo o tecnicamente rebaixado Fluminense e o Bragantino de Marquinhos Chedid, sujeito que consegue a proeza de
ser um campeão de falta de
credibilidade nas duas atividades mais sem credibilidade
da sociedade brasileira: de dirigente de futebol e de político.
As razões para essa iniciativa que regride o futebol brasileiro em algumas décadas serão as turvas de sempre e as
consequências inimagináveis
no retrocesso (quem conseguirá, depois da volta desmoralizadora do Fluminense, rebaixar, no final do Brasileiro-97,
os quatro últimos colocados?).
A sociedade brasileira, que se
acostumou rapidamente à estabilização e que procura cada
vez mais regras estáveis para
exercer a sua cidadania, dá sinais de não suportar mais esse
regime de exceção corrupto e
sem lei dentro do futebol.
A estabilidade nas regras é
fundamental para o futebol. É
ela que faz o esporte ser facilmente assimilado pelo consumidor. É ela que permite que
os investimentos sejam seguros. É ela que permite o florescimento do futebol como atividade econômica relevante,
pois permite vender os jogos
para patrocinadores e consumidores (para o estádio e para
a televisão paga) antecipadamente. É ela que permite uma
boa cobertura pelas televisões
e pela imprensa, com planejamento e método.
A estabilidade nos torneios é
que permite as bases e as estatísticas comparativas entre times de diferentes temporadas.
É ela que permite um melhor
rendimento técnico (em outras
palavras, em jogos melhores),
pois o planejamento competitivo de técnicos e preparadores
físicos será respeitado.
Enfim, ela é melhor para o
torcedor, que pode se programar com antecedência para
ver os jogos, e para o jogador,
que evitará desgastes desnecessários e de última hora.
Dizem que uma grande crise
é a véspera da mudança. Não
creio que o futebol brasileiro
possa descer mais ainda do
ponto de vista administrativo.
Logo...
A grande jogada paraguaia
são os escanteios cobrados por
Arce e as faltas, por Chilavert.
A defesa, que seria o seu forte,
não terá Rivarola. Joga como o
Grêmio: sem grande talentos
na linha, mas com estratégia
de jogo e conjunto.
Conforme o prometido no sábado passado, aqui vai a seleção dos jogadores mais elegantes de todos os tempos de um
dos mais cotados para integrar
a seleção final: o ex-zagueiro e
meio-campista Dario Pereyra,
hoje técnico mais do que promissor do São Paulo. Dario
vem da escola uruguaia, notoriamente uma das mais elegantes da história do futebol.
Vamos lá: Raul, Toninho
(surpresa: é o primeiro brasileiro a entrar na vaga de Carlos Alberto), Oscar, ele, Dario,
e Júnior; Falcão, Beckenbauer,
Platini e Pedro Rocha (o maior
de todos, segundo Dario); Jairzinho e Tostão.
Matinas Suzuki Jr. escreve às terças, quintas e
sábados
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