|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
São Paulo se firma como candidato ao título
ALBERTO HELENA JR.
da Equipe de Articulistas
Enquanto o Palmeiras, no
Parque, goleava o América de
Natal por 4 a 0, e o Santos se
livrava com facilidade do
Goiás, na Vila, por pouco o tricolor não cedia o empate ao
Fluminense, no Morumbi.
Não que o São Paulo tenha
jogado mal. Ao contrário: poderia ter pespegado uma goleada histórica no adversário,
caso convertesse as inúmeras
chances desperdiçadas. Mas
oscilou, e permitiu ao Flu algumas pontadas, sobretudo no
segundo tempo, que poderiam
ter acinzentado a festiva tarde
da torcida tricolor.
De qualquer forma, meteu 2
a 1 e vai-se firmando como um
sério candidato ao título, desde que essa meninada, de rodada em rodada, amadureça.
Principalmente depois da
volta de Aristizábal ao lado de
Dodô e de Denílson ao
meio-campo. Deus me livre!
Foram uns 10, 15 minutos de
emoção: quatro gols -dois de
cada lado-, e, no fim do empate com o Guarani, restou a
sensação de que o Corinthians
está longe de ser aquele timaço
sonhado desde a entrada em
campo do Excel.
Parte, porque o técnico não
está podendo usar Silvinho e
Fábio Augusto na intermediária, fórmula que deu fluência
ao meio-campo desse time no
Paulistão. Parte, pela ausência
de Marcelinho. É preciso correr atrás de um meia-direita
habilidoso e com senso de organização de jogo. Pra ontem.
No sábado, dois enigmas: essa Lusa, capaz de trucidar o
Flamengo por 3 a 0, vice-campeã brasileira, que ameaça,
ameaça e nunca chega; e esse
Flamengo, que vinha pimpão
com seus pimpolhos, até que
Romário e Sávio voltassem ao
time.
Aí, novamente, caiu na gangorra.
Espanta-me a maneira infantil com que a mídia foi manipulada por Farah, nos últimos dias. E não digo isso porque tenha eventualmente vaticinado o resultado da tal reunião de cartolas na véspera.
Nada mais fiz do que seguir a
lógica, como, aliás, a imensa
maioria da opinião pública
expressa na pesquisa do Datafolha no dia do evento.
Todo mundo sabia que era
uma jogada de marketing, primária, grosseira, do presidente
da Federação Paulista, menos
boa parte da imprensa -alguns, já crescidinhos o bastante para não entrar nessa.
E o pior: ainda há quem
creia que Farah -inclusive,
ele- tenha realmente faturado prestígio com toda essa patética movimentação. Pois
deu-se o inverso. O máximo
que ele conseguiu foi antepor a
imprensa e a opinião pública
ao seu projeto da Taça Estado
de São Paulo, que, se apresentado sob outro ângulo, teria
obtido apoio maciço.
Afinal, ninguém quer matar
os pequenos. O que se quer é
poupar os grandes e a paciência (e o bolso) das imensas
massas de torcedores desses
clubes. Assim, sua proposta de
ampliar a participação dos pequenos e diminuir a dos grandes até que seria bem-vinda.
Os pequenos escapariam da
trágica ociosidade em que se
encontram durante a pré-temporada, e os grandes só entrariam na fase que o título realmente estará em jogo.
Mas burrice e pretensão também matam.
Alberto Helena Jr. escreve às segundas, quartas e domingos
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|