|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Scolari e atletas desconhecem Honduras, que está perto da Copa de 2002
Seleção ignora rival em ascensão
Reuters
|
O técnico Scolari, cuja seleção desconhece o time de Honduras
|
FÁBIO VICTOR
SÉRGIO RANGEL
DOS ENVIADOS A CALI
"Não sei nada sobre eles." A frase dita pelo atacante Guilherme
foi repetida diversas vezes ontem
por quase todos os jogadores da
seleção brasileira ao serem indagados sobre Honduras, o próximo adversário da equipe na Copa
América da Colômbia.
Na segunda-feira à noite, a seleção comandada por Luiz Felipe
Scolari vai decidir contra os hondurenhos uma vaga na semifinal
do torneio. O jogo será na cidade
de Manizales, que fica localizada a
2.500 metros acima do nível do
mar, o que ajuda a complicar a situação da equipe nacional.
O time da América Central é um
dos azarões da Copa América.
Convidada na última hora pelos
organizadores do torneio para
substituir a Argentina, que desistiu de disputar a competição dois
dias antes da abertura, Honduras
surpreendeu na primeira fase.
Os hondurenhos ficaram em segundo lugar no Grupo C, com seis
pontos, após vencer os sul-americanos Bolívia e Uruguai.
""No dia do jogo deles, eu preferi
ir ao shopping center. Não conheço nada, mas a comissão técnica
vai nos ajudar", disse o atacante
reserva Jardel.
""Não sei nem a capital do país
deles, mas vamos ter que respeitá-los. A campanha dos hondurenhos na Copa América está sendo
muito boa. Por isso, temos que tomar cuidado", disse Guilherme.
Apesar de ser um desconhecido
para os jogadores brasileiros, o futebol de Honduras está em ascensão e faz uma boa campanha nas
eliminatórias da Copa do Mundo
de 2002 da Concacaf. Está em terceiro lugar no torneio, à frente de
México e Jamaica. Os três primeiros lugares se classificam para a
Copa do Japão e da Coréia.
Mas não é de agora que o futebol hondurenho está em ascensão. Desde meados da década
passada, o time vem conseguindo
bons resultados.
Em 1995, eliminou o Brasil nas
quartas-de-final do Pan-Americano de Mar del Plata. Se naquela
ocasião os sul-americanos jogaram só com atletas jovens, logo
depois, em um amistoso com os
dois times principais em Goiânia,
Honduras arrancou um empate
em 1 a 1.
No ano passado, os hondurenhos foram à Olimpíada de
Sydney, onde empataram com a
poderosa Nigéria e venceram os
donos da casa.
Com esses resultados, Honduras teve forte ascensão no ranking
de seleções elaborado mensalmente pela Fifa. Na última edição,
aparecia no 48º lugar, superando
equipes mais tradicionais, como
Equador e Bulgária. Em janeiro
de 2000, a seleção da América
Central ocupava o 71º posto.
Preocupado com o fator surpresa, o técnico Luiz Felipe Scolari vai
fazer uma série de reuniões com
os jogadores para ""descobrir" os
hondurenhos.
Ontem à noite, o treinador assistiria com os atletas aos últimos
jogos de Honduras, que tem o
melhor ataque do hexagonal decisivo da Concacaf para a Copa de
2002, com 13 gols em seis jogos.
Além das reuniões, Scolari vai
contar com a ajuda de Jairo dos
Santos, o ""espião" oficial da seleção brasileira. Anteontem, ele
acompanhou a vitória de Honduras sobre o Uruguai, por 1 a 0, em
Medellín.
O "espião" entregará ao técnico
da seleção um relatório sobre os
hondurenhos, analisando os atletas e jogadas do adversário. Santos também fotografou a partida
para Scolari ter todo o desenho tático de Honduras.
"Um adversário desconhecido é
sempre muito perigoso. Nós não
poderemos menosprezar os hondurenhos. Caso isso ocorra, poderá ser fatal para nós", disse o meia
Juninho Pernambucano.
Colaborou a Reportagem Local
Texto Anterior: Painel Próximo Texto: Scolari estuda pôr time à frente em 1º mata-mata Índice
|