São Paulo, sábado, 21 de julho de 2001

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Scolari e atletas desconhecem Honduras, que está perto da Copa de 2002

Seleção ignora rival em ascensão

Reuters
O técnico Scolari, cuja seleção desconhece o time de Honduras


FÁBIO VICTOR
SÉRGIO RANGEL
DOS ENVIADOS A CALI

"Não sei nada sobre eles." A frase dita pelo atacante Guilherme foi repetida diversas vezes ontem por quase todos os jogadores da seleção brasileira ao serem indagados sobre Honduras, o próximo adversário da equipe na Copa América da Colômbia.
Na segunda-feira à noite, a seleção comandada por Luiz Felipe Scolari vai decidir contra os hondurenhos uma vaga na semifinal do torneio. O jogo será na cidade de Manizales, que fica localizada a 2.500 metros acima do nível do mar, o que ajuda a complicar a situação da equipe nacional.
O time da América Central é um dos azarões da Copa América. Convidada na última hora pelos organizadores do torneio para substituir a Argentina, que desistiu de disputar a competição dois dias antes da abertura, Honduras surpreendeu na primeira fase.
Os hondurenhos ficaram em segundo lugar no Grupo C, com seis pontos, após vencer os sul-americanos Bolívia e Uruguai.
""No dia do jogo deles, eu preferi ir ao shopping center. Não conheço nada, mas a comissão técnica vai nos ajudar", disse o atacante reserva Jardel.
""Não sei nem a capital do país deles, mas vamos ter que respeitá-los. A campanha dos hondurenhos na Copa América está sendo muito boa. Por isso, temos que tomar cuidado", disse Guilherme.
Apesar de ser um desconhecido para os jogadores brasileiros, o futebol de Honduras está em ascensão e faz uma boa campanha nas eliminatórias da Copa do Mundo de 2002 da Concacaf. Está em terceiro lugar no torneio, à frente de México e Jamaica. Os três primeiros lugares se classificam para a Copa do Japão e da Coréia.
Mas não é de agora que o futebol hondurenho está em ascensão. Desde meados da década passada, o time vem conseguindo bons resultados.
Em 1995, eliminou o Brasil nas quartas-de-final do Pan-Americano de Mar del Plata. Se naquela ocasião os sul-americanos jogaram só com atletas jovens, logo depois, em um amistoso com os dois times principais em Goiânia, Honduras arrancou um empate em 1 a 1.
No ano passado, os hondurenhos foram à Olimpíada de Sydney, onde empataram com a poderosa Nigéria e venceram os donos da casa.
Com esses resultados, Honduras teve forte ascensão no ranking de seleções elaborado mensalmente pela Fifa. Na última edição, aparecia no 48º lugar, superando equipes mais tradicionais, como Equador e Bulgária. Em janeiro de 2000, a seleção da América Central ocupava o 71º posto.
Preocupado com o fator surpresa, o técnico Luiz Felipe Scolari vai fazer uma série de reuniões com os jogadores para ""descobrir" os hondurenhos.
Ontem à noite, o treinador assistiria com os atletas aos últimos jogos de Honduras, que tem o melhor ataque do hexagonal decisivo da Concacaf para a Copa de 2002, com 13 gols em seis jogos.
Além das reuniões, Scolari vai contar com a ajuda de Jairo dos Santos, o ""espião" oficial da seleção brasileira. Anteontem, ele acompanhou a vitória de Honduras sobre o Uruguai, por 1 a 0, em Medellín.
O "espião" entregará ao técnico da seleção um relatório sobre os hondurenhos, analisando os atletas e jogadas do adversário. Santos também fotografou a partida para Scolari ter todo o desenho tático de Honduras.
"Um adversário desconhecido é sempre muito perigoso. Nós não poderemos menosprezar os hondurenhos. Caso isso ocorra, poderá ser fatal para nós", disse o meia Juninho Pernambucano.


Colaborou a Reportagem Local



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