São Paulo, sábado, 21 de julho de 2007

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Pan marca a escalada de novatos

Thiago, Cielo, Kaio e Nilo começam a superar antiga geração da modalidade

Com melhor estrutura do que Fernando Scherer e Gustavo Borges, quarteto somou, até ontem, todos os sete ouros do masculino

DA SUCURSAL DO RIO
DO ENVIADO AO RIO

Thiago Pereira tinha acabado de deixar o pódio dos 200 m medley, com o quarto ouro de seus cinco obtidos no Pan até agora, e passava ao lado da piscina em frente à arquibancada.
"Me dá um", gritou Fernando Scherer, ex-nadador, agora comentarista de TV, nas cadeiras.
O fluminense de Volta Redonda sorriu e tirou sua medalha do pescoço, levantando-a para o agora aposentado.
A cena ilustra a passagem de bastão da geração de Scherer e Gustavo Borges -os nomes da natação brasileira na década de 90- para a de Thiago, César Cielo, Kaio Márcio e Nicolas "Nilo". O quarteto somou, até ontem, os 7 ouros das 10 medalhas no masculino. No total, o Brasil tem 16 pódios na piscina.
Os novatos também começam a pulverizar recordes dos antigos expoentes. Nos 100 m livre, Cielo superou os 49s19 de Scherer em Winnipeg-99: venceu no Rio com 48s79.
No 4 x 100 m livre, ontem, Cielo, Nilo, Fernando Silva e Eduardo Deboni faturaram o ouro em 3min15s90. A melhor marca anterior pertencia ao Brasil, com Borges e Scherer no time de 1999 (3min17s18).
À noite, na eliminatória dos 50 m livre, Nilo estabeleceu 22s20, superando os 22s22 de Scherer em Winnipeg-99.
"Sempre soube que meus recordes iriam cair a partir do momento em que eles subissem na borda da piscina", disse Scherer. "Eu e Gustavo começamos do zero, buscando dinheiro para patrocínio. Eles já começaram viajando, com estrutura que não tínhamos."
Ricardo Prado, prata nos 400 m medley na Olimpíada de Los Angeles-84, diz que o Brasil abriu o leque de opções. "Antes, era só o estilo livre. Agora, temos o medley, o borboleta."
O desafio da nova geração é superar os cinco pódios olímpicos de Borges e Scherer de Barcelona-92 a Sydney-00.
"A gente cresceu vendo o Fernando e o Gustavo. Sonhava fazer igual a eles ou melhor. Eles eram deuses", disse Fernando Silva, do 4 x 100 m livre.
Prado pede mais renovação. "Outros países fazem surgir talentos com mais freqüência." (FABIO GRIJÓ E PAULO COBOS)


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