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Pan marca a escalada de novatos
Thiago, Cielo, Kaio e Nilo começam a superar antiga geração da modalidade
Com melhor estrutura do que Fernando Scherer e Gustavo Borges, quarteto somou, até ontem, todos os sete ouros do masculino
DA SUCURSAL DO RIO
DO ENVIADO AO RIO
Thiago Pereira tinha acabado
de deixar o pódio dos 200 m
medley, com o quarto ouro de
seus cinco obtidos no Pan até
agora, e passava ao lado da piscina em frente à arquibancada.
"Me dá um", gritou Fernando
Scherer, ex-nadador, agora comentarista de TV, nas cadeiras.
O fluminense de Volta Redonda sorriu e tirou sua medalha do pescoço, levantando-a
para o agora aposentado.
A cena ilustra a passagem de
bastão da geração de Scherer e
Gustavo Borges -os nomes da
natação brasileira na década de
90- para a de Thiago, César
Cielo, Kaio Márcio e Nicolas
"Nilo". O quarteto somou, até
ontem, os 7 ouros das 10 medalhas no masculino. No total, o
Brasil tem 16 pódios na piscina.
Os novatos também começam a pulverizar recordes dos
antigos expoentes. Nos 100 m
livre, Cielo superou os 49s19 de
Scherer em Winnipeg-99: venceu no Rio com 48s79.
No 4 x 100 m livre, ontem,
Cielo, Nilo, Fernando Silva e
Eduardo Deboni faturaram o
ouro em 3min15s90. A melhor
marca anterior pertencia ao
Brasil, com Borges e Scherer no
time de 1999 (3min17s18).
À noite, na eliminatória dos
50 m livre, Nilo estabeleceu
22s20, superando os 22s22 de
Scherer em Winnipeg-99.
"Sempre soube que meus recordes iriam cair a partir do
momento em que eles subissem na borda da piscina", disse
Scherer. "Eu e Gustavo começamos do zero, buscando dinheiro para patrocínio. Eles já
começaram viajando, com estrutura que não tínhamos."
Ricardo Prado, prata nos 400
m medley na Olimpíada de Los
Angeles-84, diz que o Brasil
abriu o leque de opções. "Antes,
era só o estilo livre. Agora, temos o medley, o borboleta."
O desafio da nova geração é
superar os cinco pódios olímpicos de Borges e Scherer de Barcelona-92 a Sydney-00.
"A gente cresceu vendo o
Fernando e o Gustavo. Sonhava
fazer igual a eles ou melhor.
Eles eram deuses", disse Fernando Silva, do 4 x 100 m livre.
Prado pede mais renovação.
"Outros países fazem surgir talentos com mais freqüência."
(FABIO GRIJÓ E PAULO COBOS)
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