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tempos difíceis
Com Muricy, São Paulo derrapa em seu estádio
Sob comando dele, time perdeu invencibilidade na Libertadores no Morumbi
Neste Brasileiro, equipe
conquistou apenas 52%
dos pontos disputados em
casa, contra 80% na edição
2006, quando foi campeão
JULYANA TRAVAGLIA
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL
Houve um tempo em que enfrentar o São Paulo no Morumbi era tarefa ingrata para qualquer adversário. E o desempenho da equipe na Libertadores,
culminando com os títulos de
1992 e 2005, conquistados sob
os olhos fanáticos de milhares
de torcedores, ratificou a fama
do estádio são-paulino.
Mas, se antes o Morumbi metia medo, a situação começou a
mudar sob a gestão técnica de
Muricy Ramalho. E para pior.
E o ponto alto desta queda
acontece neste Brasileiro. Dos
oito jogos realizados em casa,
foram três vitórias, dois empates e duas derrotas -Atlético-MG e Fluminense-, o que dá
um aproveitamento pouco acima da média: 52,4% contra
80,7% do ano passado, quando
ganhou o campeonato nacional
por antecipação.
Para o técnico Muricy Ramalho, o problema tem de ser resolvido pelos próprios jogadores. "Os times sempre vêm jogar na defesa e os nossos atletas
têm de aprender a sair da marcação", afirma o treinador, que,
em quatro jogos em casa -considerando o clássico contra o
Corinthians-, obteve somente
5 pontos de 12 possíveis (33,3%
de aproveitamento).
Acuado, o técnico já enfrenta
o descontentamento da torcida
e de parte da diretoria.
Muricy Ramalho, no entanto, vem misturando sua trajetória no clube com a perda de
marcas importantes, como a
derrota para o Chivas na primeira fase da Libertadores do
ano passado. O revés quebrou
uma invencibilidade de 19 anos
e 30 partidas sem derrota dentro de sua casa pelo mais nobre
torneio sul-americano.
Mas uma outra baixa, pela
mesma competição, foi ainda
pior. Diante de um Morumbi
lotado, o São Paulo caiu contra
o Inter com outro 2 a 1 e não
conseguiu reverter a vantagem
no Sul para ficar com o título.
Para os atletas que tentam
hoje resgatar a confiança junto
à torcida, não adianta ficar no
discurso. "Torcedor quer ver o
time vencer. Falar e não fazer é
igual a nuvem que não traz chuva", disse o volante Hernanes.
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