São Paulo, quinta-feira, 21 de julho de 2011

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Interlagos terá de refazer obra malfeita

AUTOMOBILISMO
Chicane de R$ 100 mil na Curva do Café apresenta ângulo errado após reforma da SP Turis


DE SÃO PAULO

Uma pequena chicane de R$ 100 mil na pista do autódromo de Interlagos causou críticas, muita polêmica e até a demissão de um funcionário da prefeitura paulistana.
O trecho, situado na Curva do Café, passou por obras há uma semana e terá de ser refeito pela SP Turis, empresa de turismo do município.
No último final de semana, os pilotos do Campeonato Brasileiro de marcas se recusaram a passar pela chicane (alça na parte interna da pista), tamanha a deformação daquele trecho do circuito.
Ontem, o matemático Artemis de Oliveira, supervisor técnico e operacional do autódromo de Interlagos, foi exonerado do cargo pelo presidente da SP Turis, Caio Luiz de Carvalho, pela falha.
Oliveira, que trabalhava no autódromo desde agosto de 2010, declarou não ser responsável pelo projeto polêmico e não quis comentar a decisão da SP Turis.
Cleyton Pinteiro, presidente da CBA (Confederação Brasileira de Automobilismo), esquivou-se do atrito com a empresa que gere o autódromo. "Quem errou ou deixou de errar na construção daquela chicane não tem a menor importância", disse ele.
Carvalho disse que não há projeto. "Aquele trecho já existia, só precisava de orientação para ser feito corretamente", afirmou. "Foi uma trapalhada, de fato", admitiu o presidente da SP Turis.
A chicane é apenas uma medida paliativa desde que o piloto Gustavo Sondermann, da Copa Montana, morreu em abril após se envolver em um acidente na Curva do Café, uma dos mais velozes do autódromo paulistano.
O pequeno desvio feito na curva força a desaceleração dos carros, o que ajudaria a evitar novas tragédias.
O trecho é usado só nas corridas do calendário nacional. Para a prova da F-1, o traçado permanece o original.
No primeiro dia de treinos do Brasileiro de marcas, na sexta-feira passada, os pilotos descobriram que a angulação da chicane estava errada. A manobra para a entrada obrigava os pilotos a quase parar o carro, e o alto da curva dava em um barranco.
As zebras também estavam mais altas do que o normal. "Está impraticável", disse o piloto Daniel Serra, que participa do Brasileiro de marcas e da Stock Car.
"A chicane foi feita pelo lado contrário. Quem a construiu nunca fez uma zebra, deve estar acostumado a fazer lombada ou guias nas ruas da cidade", afirmou ele.
Na manhã de ontem, uma comissão formada por membros da confederação, da SP Turis e por pilotos foi ao local para confirmar as falhas.
"Estão todos convidados para, na quarta-feira da próxima semana, ver a nova chicane que vamos fazer aqui", declarou Pinteiro.
A SP Turis garantiu que não haverá custo adicional.
A estreia da nova chicane deve ser em agosto, na Corrida do Milhão, da Stock Car.


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