São Paulo, quinta-feira, 21 de julho de 2011

Texto Anterior | Índice | Comunicar Erros

FUTEBOL

RODRIGO BUENO

@RodrigoBuenoESP
rodrigo.bueno@grupofolha.com.br

Ainda há tempo para redescobrir a América

CHEGA AO FIM mais uma Copa América com os dez países filiados à Conmebol e dois convidados enfraquecidos das Américas do Norte e Central.
E termina com o presidente da entidade que dirige o futebol sul-americano apontando para uma óbvia, embora nunca tardia, união do continente americano.
México, priorizando (?) a Copa Ouro (?) e uma vaga na Copa das Confederações (?), e Costa Rica, pronta para qualquer parada, mandaram equipes sub-23 para a disputa na América do Sul que prometia ser a mais legal da história, ainda mais sem a presença comercial do Japão (?).
Até hoje, só não saiu a lógica Copa América com 16 seleções, as dez do Sul e outras seis de cima (definidas totalmente ou em parte por torneio qualificatório), por razões políticas tão idiotas quanto nebulosas.
As últimas eleições (?) presidenciais da Fifa mostraram o preço de vários dirigentes da Concacaf, e a mídia britânica escancarou a gula (?) dos principais cartolas sul-americanos.
Fazer uma competição só, fundindo Copa América e Copa Ouro, ganharia o poderoso mercado norte-americano, geraria mais dinheiro para Traffic, Full Play ou quem quer que seja e seria tecnicamente muito melhor, com força total de todos os participantes.
Seria, com tudo isso, uma resposta muito mais honesta e decente à Eurocopa, que namora já 24 seleções participantes, talvez um erro ou uma mania de grande- za europeia.
Mas meia dúzia de cartolas correriam o risco de perder votos e dinheiro sem seu torneio regional de qualidade mais que discutível.
Quem sabe o presidente da Conmebol, Nicolás Leoz, neste momento em que o mundo do futebol está mais atento à transparência e contestando velhas ditaduras, não tenha cedido à realidade afinal?
A globalização já é coisa do passado, o Mercosul já está velho e pequeno, e a Copa América caminha carente de mudanças que a tornariam algo muito maior e melhor.
A Libertadores conseguiu se adaptar aos novos tempos sem perder seu estilo próprio, sua veia desafiadora, sendo um perfeito espelho da Copa dos Campeões com identidade tão única quanto valiosa.
Não custa muito para que a Copa América seja unificada, como são a Copa da Ásia e a Copa da África.
A Pangeia dividiu os continentes, mas não separou as três Américas, ligadas ainda, mesmo que por um pequeno Panamá.
Espero que, quando esta coluna voltar de férias, já tenham descoberto novamente a América, não a América dos norte-americanos nem a América dos latino-americanos, mas a América de todos.


Texto Anterior: Tabárez não vê vice como um desastre
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.