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FUTEBOL
Decisão do caso foi adiada, e clube admite negociá-lo com arqui-rival
Corinthians e Ricardinho fazem "jogo do empurra"
DIOGO PINHEIRO
MARÍLIA RUIZ
DA REPORTAGEM LOCAL
O Corinthians espera por uma
decisão de Ricardinho, que por
sua vez aguarda a palavra final do
clube sobre as propostas que recebeu do Cruzeiro e do São Paulo.
Pela primeira vez, entretanto,
com a iminente ida do jogador
para o time do Morumbi, os corintianos querem que ele manifeste sua vontade de deixar o Parque São Jorge e, só então, poderiam pensar em estudar uma
eventual proposta do arqui-rival.
"Se o jogador chegar e disser "eu
quero" [sair do Corinthians e ir
para o São Paulo], o clube tem
que considerar", disse Antonio
Roque Citadini, vice-presidente
de futebol do Corinthians.
Mas o imbróglio da transferência do meia não terminou. Depois
de uma longa reunião, os dirigentes do clube paulista e os representantes do jogador mais uma
vez não chegaram a um acordo.
Nem Alvimar Perrela, vice do
Cruzeiro, que fez sua proposta,
conseguiu convencê-los.
"Com os números atuais [referindo-se à proposta do São Paulo
pelo jogador], o Cruzeiro está fora
da negociação", disse o dirigente
do time mineiro.
A Folha teve acesso a tais números. Para jogar no Morumbi por
quatro anos, Ricardinho ganharia
R$160 mil mensais no primeiro
ano, R$ 180 mil no segundo e no
terceiro, e R$ 190 mil na última
temporada. De luvas, paralelamente, o meia receberia R$ 1,25
milhão nos dois primeiros anos e
US$ 1,25, no terceiro.
O procurador e tio do jogador,
Rubens Pozzi, disse após o encontro que a definição foi adiada. "O
Corinthians pediu um prazo até
quinta para definir se viabiliza a
permanência do Ricardinho. Caso isso não ocorra, deverá decidir
para qual clube irá liberá-lo. Há
dois meses estamos conversando
para evitar que isso [entrar na
Justiça] ocorra, mas já chegamos
no limite. Agora cabe ao clube
dar uma resposta."
Mas a interpretação de Citadini
foi outra. "Oferecemos 40% dos
direitos dele se ele for negociado
após a Libertadores. Queremos
que ele fique. Mas temos as propostas do Cruzeiro e do São Paulo
e reconhecemos que ele tem direito de ganhar mais", afirmou.
O Corinthians, entretanto, ofereceu vender 50% dos direitos do
meia ao Cruzeiro, que não aceitou pagar R$ 6 milhões (cinco para o clube e um para o jogador)
pelo negócio. "A nossa proposta
foi bem inferior", disse Perrela.
A situação, por enquanto, é a
mesma, com o São Paulo liderando as ofertas pelo jogador.
"Mantemos a posição de que se
o Ricardinho quiser pagar a multa, nós cobrimos. Podemos supor
que se o Pozzi não aceitou a proposta do Cruzeiro é porque ela é
inferior. Mas é apenas uma suposição", disse Carlos Augusto Barros e Silva, diretor de futebol do
São Paulo, que não quis falar
quanto o clube ofereceu ao meia.
Colaborou Paulo Galdieri,
da Reportagem Local
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