São Paulo, quarta-feira, 21 de agosto de 2002

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FUTEBOL

Decisão do caso foi adiada, e clube admite negociá-lo com arqui-rival

Corinthians e Ricardinho fazem "jogo do empurra"

DIOGO PINHEIRO
MARÍLIA RUIZ
DA REPORTAGEM LOCAL

O Corinthians espera por uma decisão de Ricardinho, que por sua vez aguarda a palavra final do clube sobre as propostas que recebeu do Cruzeiro e do São Paulo.
Pela primeira vez, entretanto, com a iminente ida do jogador para o time do Morumbi, os corintianos querem que ele manifeste sua vontade de deixar o Parque São Jorge e, só então, poderiam pensar em estudar uma eventual proposta do arqui-rival.
"Se o jogador chegar e disser "eu quero" [sair do Corinthians e ir para o São Paulo], o clube tem que considerar", disse Antonio Roque Citadini, vice-presidente de futebol do Corinthians.
Mas o imbróglio da transferência do meia não terminou. Depois de uma longa reunião, os dirigentes do clube paulista e os representantes do jogador mais uma vez não chegaram a um acordo. Nem Alvimar Perrela, vice do Cruzeiro, que fez sua proposta, conseguiu convencê-los.
"Com os números atuais [referindo-se à proposta do São Paulo pelo jogador], o Cruzeiro está fora da negociação", disse o dirigente do time mineiro.
A Folha teve acesso a tais números. Para jogar no Morumbi por quatro anos, Ricardinho ganharia R$160 mil mensais no primeiro ano, R$ 180 mil no segundo e no terceiro, e R$ 190 mil na última temporada. De luvas, paralelamente, o meia receberia R$ 1,25 milhão nos dois primeiros anos e US$ 1,25, no terceiro.
O procurador e tio do jogador, Rubens Pozzi, disse após o encontro que a definição foi adiada. "O Corinthians pediu um prazo até quinta para definir se viabiliza a permanência do Ricardinho. Caso isso não ocorra, deverá decidir para qual clube irá liberá-lo. Há dois meses estamos conversando para evitar que isso [entrar na Justiça] ocorra, mas já chegamos no limite. Agora cabe ao clube dar uma resposta."
Mas a interpretação de Citadini foi outra. "Oferecemos 40% dos direitos dele se ele for negociado após a Libertadores. Queremos que ele fique. Mas temos as propostas do Cruzeiro e do São Paulo e reconhecemos que ele tem direito de ganhar mais", afirmou.
O Corinthians, entretanto, ofereceu vender 50% dos direitos do meia ao Cruzeiro, que não aceitou pagar R$ 6 milhões (cinco para o clube e um para o jogador) pelo negócio. "A nossa proposta foi bem inferior", disse Perrela.
A situação, por enquanto, é a mesma, com o São Paulo liderando as ofertas pelo jogador.
"Mantemos a posição de que se o Ricardinho quiser pagar a multa, nós cobrimos. Podemos supor que se o Pozzi não aceitou a proposta do Cruzeiro é porque ela é inferior. Mas é apenas uma suposição", disse Carlos Augusto Barros e Silva, diretor de futebol do São Paulo, que não quis falar quanto o clube ofereceu ao meia.


Colaborou Paulo Galdieri, da Reportagem Local



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