São Paulo, segunda-feira, 21 de agosto de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Rogério brilha com recorde e empate

Capitão pega pênalti, faz dois gols, supera Chilavert como maior goleiro artilheiro da história e pára o Cruzeiro em BH

Cruzeiro 2
São Paulo 2

DA REPORTAGEM LOCAL

Depois da falha clamorosa na final contra o Inter, Rogério voltou a fazer jus à sua era. Com defesa de pênalti, salvamentos arrojados, dois gols e quebra de recorde internacional, o capitão do Morumbi foi o principal personagem no empate de 2 a 2 com o Cruzeiro, no Mineirão.
"Isso é secundário. Se o jogo terminar 3 a 2, talvez a gente comemore bem isso aí", disse no intervalo, quando já era o maior goleiro artilheiro da história do futebol mundial.
Com 64 gols reconhecidos pela Fifa, a partir de ontem o guarda-metas são-paulino superou o paraguaio José Luis Pérez Chilavert, que deixou o futebol tendo balançado as redes dos adversários 62 vezes.
A virada não veio, mas faltou pouco. Aos 48min, o São Paulo concluiu duas vezes no mesmo lance, uma delas com o goleiro Fábio batido. Alex Dias chutou, mas Michel tirou em cima da linha. No rebote, Thiago bateu, mas Fábio voltou a defender.
Foi a última grande defesa num jogo em que os dois goleiros brilharam. O São Paulo, porém, parecia ter começado com uma maré de azar.
Com 8min, Francismar cruzou, e Alex Silva teve a infelicidade de tocar para o fundo das suas próprias redes, no primeiro jogo que fazia efetivado como substituto de Lugano, que foi para o Fenerbahce (TUR).
Não era a única mudança no time. O ataque tinha a presença de Aloísio no lugar que foi de Ricardo Oliveira, que voltou para o Betis, e, na ala esquerda, Lúcio substituiu o titular Júnior, que apresenta problemas no tornozelo esquerdo.
A maré de azar prosseguiu aos 35min. O lateral Michel recebeu bola cara a cara com Rogério e chutou. O goleiro defendeu parcialmente, mas a bola acabou sobrando de novo para Michel, que concluiu.
Com 2 a 0 no placar, o Cruzeiro pareceu ainda mais perto de acabar com a seqüência de cinco partidas sem vitória quando Josué fez pênalti no meia-atacante Wagner.
Na cobrança do próprio Wagner, Rogério pulou certo no canto direito e evitou o terceiro gol, aos 39min do primeiro tempo. A partir daí, a sorte mudou de lado no Mineirão.
Numa cobrança de falta ensaiada, Rogério rolou a bola para Souza, que apenas posicionou a bola. O goleiro acertou o canto esquerdo de Fábio e ali quebrou o recorde mundial.
Aos 17min do segundo tempo, num pênalti sofrido por Aloísio, foi a vez de ampliar a marca, numa cobrança no alto.
No fim da partida, Rogério manteve o discurso coletivista. "Foi um jogo especial como todos os outros que fiz pelo São Paulo. O resultado não foi o que esperávamos, mas saímos com um ponto, conquistado em cima de um time que briga pelo título da competição", afirmou ele, que ainda fez cinco defesas salvadoras ao longo da partida, segundo o Datafolha.
O empate não foi nada mal para o time de Muricy Ramalho, que acabara de sofrer o trauma da perda da Libertadores na última quarta, em Porto Alegre. A equipe paulista lidera o Brasileiro com 34 pontos, três a mais que o vice Paraná.
Na próxima quinta-feira, o São Paulo recebe o Paraná no Morumbi, pela 19ª rodada do primeiro turno. O time do Morumbi, porém, ainda "deve" uma partida desta metade do Brasileiro: contra o Atlético-PR, em 30 de setembro, na Kyocera Arena, adiada devido à decisão da Libertadores.
(MÁRVIO DOS ANJOS)


Colaborou a Agência Folha, em Belo Horizonte


Texto Anterior: Juca Kfouri: Rogério Ceni nunca mais
Próximo Texto: Cortesia: Cruzeiro aplaude camisa 1
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.