São Paulo, quinta-feira, 21 de agosto de 2008

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Muricy se diz pronto para dirigir seleção

DA REPORTAGEM LOCAL

A queda do Brasil na Olimpíada arranhou mais o comando da seleção brasileira e aumentou a pressão pela saída do técnico Dunga.
Na última sexta, quatro dias antes da derrota para a Argentina, pelas semifinais da competição, o técnico Muricy Ramalho, bicampeão brasileiro com o São Paulo, falou à Folha sobre a equipe nacional e se mostrou pronto para trabalhar para a CBF.
"Ser técnico da seleção brasileira é objetivo meu. É a realização profissional. Acho que técnicos de times de ponta têm de estar preparados se surgir uma proposta dessa. Mas, para mim, tudo é natural. Não fico com essa loucura de ser técnico. Tudo tem de ser na hora certa."
Ontem, após a vitória sobre o Atlético-PR, o treinador moderou o tom. Diz que é difícil falar de seleção porque ela "tem técnico".
Sem vergonha de ser grosseiro em algumas ocasiões, Muricy falou, na última sexta, sobre as coisas que devem nortear um treinador postulante à equipe nacional. "O técnico que vai para a seleção tem que estar preparado. Como o Vanderlei [Luxemburgo] mesmo já foi. Saber de tudo o que acontece no futebol mundial. Não é ver só quem está aqui."
Na corrida por um lugar no time nacional, Muricy concorre com nomes famosos, como o próprio Luxemburgo e Luiz Felipe Scolari.
Apesar de nunca ter tido ligação estreita com a CBF, o treinador são-paulino não se vê em desvantagem para assumir o cargo.
"Eu não sei como é a CBF, como as coisas funcionam lá. Eu sei que eu sou um técnico de futebol. E a CBF contrata técnico de futebol. Se me contratar, vou lá para trabalhar como técnico, convocar jogadores e tentar fazer a seleção ganhar títulos. É assim que trabalho", disse Muricy.
Na busca para levar o São Paulo ao hexacampeonato brasileiro, o treinador não vê motivos para mudar sua forma de trabalhar ou sua maneira de tratar as pessoas.
"Todo mundo conhece o meu jeito e a minha forma de trabalhar. E eu não sou de mudar. Trabalhei na China, trabalhei no México, trabalhei em vários lugares e sempre me dei bem. O que você tem de fazer é convocar bem e ganhar os jogos. No futebol, em qualquer seguimento, tudo são resultados."
Em busca de uma aproximação com o líder do Brasileiro, Muricy não tem dúvida de que, atuando em São Paulo, seu trabalho ganhou muito mais visibilidade.
"Eu estava em um grande clube, que era o Inter, e vim para outro grande clube, que é o São Paulo. Acho que fiz a escolha certa, pois aqui você está muito mais exposto para as coisas boas e também para as ruins", comentou.
Em sua terceira temporada no São Paulo -assumiu em janeiro de 2006-, Muricy contabiliza os dividendos desta sua passagem pelo clube pelas propostas que recebeu recentemente.
"Olha, fiquei até surpreso. Muitos clubes do Brasil fizeram ofertas para me tirar daqui. A mais forte foi a do Qatar, que veio com papel timbrado e tudo. Mas, como sou de cumprir os meus contratos, preferi ficar", comentou.


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