São Paulo, quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FUTEBOL

Mulheres jogam por ouro e para dar lição a homens

Seleção feminina tenta pôr país da bola pela 1ª vez no topo do pódio

BRASIL
Contra americanas, Marta e companhia podem obter sua maior glória, às 10h


FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A PEQUIM

PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A XANGAI

"Ficamos bem tristes, claro. Estávamos torcendo por eles o tempo todo e não foi diferente desta vez. Entendo por que ele ficou daquele jeito, pode ter sido a última Olimpíada dele."
Eles, a seleção masculina. Ele, Ronaldinho. A autora da frase, Marta. Num retrato cru e significativo das atuais fases das equipes de futebol do país.
Às 10h (horário de Brasília) de hoje, em Pequim, o time de Marta entra em campo para decidir o ouro olímpico diante dos EUA. A 1.070 km dali, em Xangai, a equipe masculina deve assistir à partida pela TV, na espera para tentar pelo menos um bronze contra a Bélgica.
Sucesso e anticlímax, alto e baixo, que vêm se consolidando ano a ano na comparação entre as mulheres e os homens.
Seja de forma coletiva, do sub-20 aos adultos, seja em façanhas individuais, o Brasil hoje é muito mais forte no feminino no cenário internacional.
A equipe das mulheres é a atual vice-campeã mundial e olímpica. O Brasil dos homens foi o quinto colocado na última Copa, não disputou os Jogos de Atenas -não conseguiu a classificação na América do Sul. Na China será, na melhor das hipóteses, terceiro colocado.
Na base, os resultados recentes do feminino também são muito mais animadores. No último Mundial sub-20, em 2006, o Brasil foi o terceiro colocado, o melhor resultado da sua história, revelando jogadoras que hoje estão na Olimpíada, como a goleira Bárbara.
Já o time júnior masculino só despenca, depois de dominar a categoria, hoje nas mãos da Argentina -como no futebol olímpico. No último Mundial, no Canadá e com Alexandre Pato no grupo, o Brasil não passou das oitavas-de-final, com só uma vitória em quatro jogos.
Na eleição dos melhores do mundo pela Fifa, em 2007, duas brasileiras -Marta, a vencedora, e Cristiane, terceira- foram top 3. Entre os homens, Kaká, que levou o prêmio, foi o único brasileiro finalista.
Se o fosso que separa os times é grande em dinheiro e visibilidade, outro começa a se insinuar no desempenho em campo. E hoje pode atingir sua amplitude máxima, com as mulheres conquistando o ouro.
O único título que o badalado time masculino nunca obteve.


Texto Anterior: Frase
Próximo Texto: Frase
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.