São Paulo, sexta-feira, 21 de agosto de 2009 |
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Além de ouros e recordes, Bolt quer status de lenda
Depois de quebrar novamente recorde mundial dos 200 m, jamaicano diz estar próximo de virar um mito do esporte
JOSÉ EDUARDO MARTINS ENVIADO ESPECIAL A BERLIM Usain Bolt não decepcionou e protagonizou mais um espetáculo no Mundial de Berlim. Além de conquistar, com folga, a sua segunda medalha de ouro na competição, o jamaicano quebrou o recorde mundial dos 200 m ao completar a prova em 19s19 -a marca anterior era 19s30, do próprio Bolt, obtida na Olimpíada de Pequim. Com mais esses feitos, o jamaicano caminha com suas largas passadas para cumprir o seu principal objetivo. "Ainda não sou uma lenda. Mas estou próximo de concretizar a minha meta e me transformar em uma", afirmou Bolt. Depois de baixar a sua marca nos 100 m, ele se tornou o primeiro a também quebrar o recorde nos 200 m em um mesmo de Mundial. Essa foi também a primeira vez que o melhor tempo dos 200 m foi batido em um Mundial. "Obviamente, foi maravilhoso conquistar duas medalhas de ouro e quebrar dois recordes no Mundial. Isso é resultado de muito trabalho", afirmou Bolt. A prata ficou com o panamenho Alonso Edward (19s81). O americano Wallace Spearmon (19s85) foi bronze. "Eu o conheço há muito tempo e não sei qual é seu limite. Não dá para saber até quanto pode baixar. É o Insane Bolt [Insano Bolt, em inglês]", brincou Spearmon. O próprio jamaicano também não sabe até quanto pode baixar os seus tempos. "Isso é complicado falar, mas penso que consigo diminuir os meus tempos. Acho que o mais rápido que um homem pode correr os 100 m é 9s40, mas não sei se eu consigo atingir essa marca." Fugindo de sua característica, Bolt largou bem ontem, com o melhor tempo de reação, 0s133, entre os oito finalistas. O jamaicano manteve o ritmo nos metros seguintes e abriu vantagem sobre os rivais. Logo após cruzar a linha de chegada, abriu um sorriso, olhou para o placar e apontou para o seu novo recorde. O show, como era esperado, ainda continuou após a prova. O velocista atravessou toda a pista, cumprimentou diversas vezes os torcedores jamaicanos e até apostou corrida com a mascote do campeonato, Berlino. Antes da largada, usou camiseta em que estava escrito "Ich bin ein Berlino" (Eu sou um Berlino, em alemão). O caminho de Bolt para a vitória nos 200 m, ontem, foi mais tranquilo quando comparado ao desafio nos 100 m. Na prova mais clássica do atletismo, no domingo, Bolt teve de enfrentar o compatriota Asafa Powell e o norte-americano Tyson Gay -ex-recordistas mundiais da distância. Inscrito para a disputa dos 200 m, Gay desistiu da prova para se recuperar de uma lesão na virilha. Na final dos 100 m, o americano ficou com a prata e Powell, com o bronze. Para chegar à sua terceira medalha no Mundial, Bolt ainda integrará, ao lado de Powell, o revezamento 4 x 100 m. Hoje, Bolt faz 23 anos e terá um dia de folga, porque será poupado no qualificatório do revezamento. "Vou aproveitar para dormir muito", brincou. Texto Anterior: Painel FC Próximo Texto: Sem medo: "Estou limpo", afirma campeão Índice |
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