São Paulo, sexta-feira, 21 de agosto de 2009

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Escândalo da "máfia do apito" é engavetado

Grupo acusado de fraudar partidas não será julgado

DA REPORTAGEM LOCAL

Foi encerrada ontem pelo Tribunal de Justiça de São Paulo a ação penal sobre a "máfia do apito", acusada de fraudar 11 jogos do Campeonato Brasileiro de 2005. Os sete réus do processo, entre eles o ex-árbitro Edilson Pereira de Carvalho, não serão sequer julgados.
Os desembargadores Fernando Miranda e Francisco Menin já haviam votado pelo trancamento da ação. Faltava ainda o voto de Christiano Kunz, que ontem seguiu os outros dois e também decidiu pelo fim do processo.
O grupo, que supostamente combinava resultados com o árbitro e depois faturava em apostas na internet, foi denunciado em 2005 pelo Ministério Público de São Paulo. Sete pessoas foram acusadas de estelionato e formação de quadrilha.
A ação penal teve início em 2006, e as testemunhas de acusação já haviam sido ouvidas. Quando seriam tomados os depoimentos das testemunhas de defesa, o processo foi interrompido por um pedido de habeas corpus de Nagib Fayad, acusado de ser o líder da quadrilha.
A alegação do advogado de Fayad, Eduardo Silveira Melo Rodrigues, é que as provas em posse do Miinistério Público não configuravam crime, argumentação que acabou sendo aceita pelos desembargadores.
Os grampos telefônicos e a confissão de Edilson Pereira de Carvalho não foram levados em conta. O Ministério Público ainda pode recorrer ao Superior Tribunal de Justiça, em Brasília, mas as chances de reviravolta no caso são remotas.
Neste ano, o governo enviou ao Congresso projeto de lei que altera o Estatuto do Torcedor e prevê prisão de dois a seis anos para quem "aceitar vantagem para alterar ou falsear resultado de competição esportiva".
Segundo a acusação, Edilson Pereira de Carvalho faturava de R$ 10 mil a R$ 15 mil por partida fraudada. O projeto já foi aprovado pelos deputados, mas ainda precisa passar pelo Senado. (MARTÍN FERNANDEZ)


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