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Escândalo da "máfia do apito" é engavetado
Grupo acusado de fraudar partidas não será julgado
DA REPORTAGEM LOCAL
Foi encerrada ontem pelo
Tribunal de Justiça de São Paulo a ação penal sobre a "máfia
do apito", acusada de fraudar 11
jogos do Campeonato Brasileiro de 2005. Os sete réus do processo, entre eles o ex-árbitro
Edilson Pereira de Carvalho,
não serão sequer julgados.
Os desembargadores Fernando Miranda e Francisco
Menin já haviam votado pelo
trancamento da ação. Faltava
ainda o voto de Christiano
Kunz, que ontem seguiu os outros dois e também decidiu pelo fim do processo.
O grupo, que supostamente
combinava resultados com o
árbitro e depois faturava em
apostas na internet, foi denunciado em 2005 pelo Ministério
Público de São Paulo. Sete pessoas foram acusadas de estelionato e formação de quadrilha.
A ação penal teve início em
2006, e as testemunhas de acusação já haviam sido ouvidas.
Quando seriam tomados os depoimentos das testemunhas de
defesa, o processo foi interrompido por um pedido de habeas
corpus de Nagib Fayad, acusado de ser o líder da quadrilha.
A alegação do advogado de
Fayad, Eduardo Silveira Melo
Rodrigues, é que as provas em
posse do Miinistério Público
não configuravam crime, argumentação que acabou sendo
aceita pelos desembargadores.
Os grampos telefônicos e a
confissão de Edilson Pereira de
Carvalho não foram levados em
conta. O Ministério Público
ainda pode recorrer ao Superior Tribunal de Justiça, em
Brasília, mas as chances de reviravolta no caso são remotas.
Neste ano, o governo enviou
ao Congresso projeto de lei que
altera o Estatuto do Torcedor e
prevê prisão de dois a seis anos
para quem "aceitar vantagem
para alterar ou falsear resultado de competição esportiva".
Segundo a acusação, Edilson
Pereira de Carvalho faturava
de R$ 10 mil a R$ 15 mil por
partida fraudada. O projeto já
foi aprovado pelos deputados,
mas ainda precisa passar pelo
Senado.
(MARTÍN FERNANDEZ)
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