São Paulo, quinta-feira, 21 de setembro de 2006

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Seleção atropela e joga para ir à final

Meninas do basquete passam fácil pela República Tcheca e voltam a disputar medalha no Mundial depois de oito anos

Equipe consegue "façanha" com vitória de 75 a 51 e hoje pega Austrália, vice-campeã olímpica e que derrotou o Brasil no último domingo


ADALBERTO LEISTER FILHO
EDGARD ALVES
MARIANA BASTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

A seleção feminina se manteve entre as quatro principais forças do mundo ontem, após vencer a República Tcheca, no ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, por 75 a 51. Hoje, disputa semifinal do Mundial contra a Austrália, vice-campeã olímpica e que eliminou a França. Nos últimos 12 anos, a seleção feminina chegou às semifinais de quase todos os Mundiais e Olimpíadas que disputou. A exceção ocorreu no Mundial-02, quando o time caiu nas quartas-de-final.
"É uma façanha manter o país tanto tempo entre os melhores do mundo. Especialmente por causa das condições do basquete brasileiro", declarou a armadora Helen.
A falta de investimentos obriga 8 das 12 atletas da seleção a atuar no exterior, em países como Espanha, Itália, EUA, Polônia e Coréia do Sul. "Gostaria de voltar a jogar no Brasil.
Mas de que jeito?", disse a pivô Alessandra, prestes a completar nove anos fora do país. Contra as campeãs européias, ontem, o Brasil começou com um volume forte de jogo, tentando surpreender nos tiros de três pontos de Iziane. O técnico Jan Bobrovsky pediu tempo e melhorou a marcação.
Além disso, com as tchecas dobrando marcação sobre Alessandra, a seleção tinha dificuldade em acionar a pivô, que invariavelmente perdia as bolas. O primeiro quarto viu empate em 19 a 19. "Me senti visada. Não é fácil arremessar com duas de 1,90 m no seu braço." No segundo quarto, as tchecas sentiram a pressão da torcida, que quase lotou o Ibirapuera. "A atmosfera do ginásio foi um pouco assustadora para nós", admitiu a ala Mokrosova.
Nervoso, o time tcheco errava seguidos arremessos (teve precisão de 34,8% dos tiros de quadra) e cometia seguidos erros -foram 16 na partida. Além disso, o Brasil também roubava muitas bolas (nove, no total).
As tchecas demoraram quase cinco minutos para marcar seu primeiro ponto no segundo quarto. E foi em um lance livre, com a pivô Klimesova.
Antonio Carlos Barbosa lançou então Adrianinha e Erika no jogo. A armadora deu maior velocidade ao ataque, enquanto a pivô melhorou o jogo no garrafão. Com elas, o Brasil deslanchou, fazendo 27 a 9 no segundo quarto e acumulando 46 a 28 ao fim do primeiro tempo.
Na segunda etapa, Barbosa retornou com as titulares, e a seleção nacional aumentou a diferença, que chegou a 22 pontos (62 a 40). No último quarto, com as tchecas quase entregues, o treinador poupou atletas. Janeth e Êga foram as primeiras a sair. Logo, o time inteiro foi trocado, dando chance inclusive a reservas pouco utilizadas no Mundial, como Kelly e as irmãs Karen e Sílvia.
No final, a República Tcheca ainda tentou fazer marcação por pressão, cometendo seguidas faltas. No ataque, insistiu em tiros de três pontos. Falhou em ambos. Faltando três minutos para o fim, o banco brasileiro já festejava muito a vitória.
"Sou carioca e gosto de festa", disse a pivô Erika, que chegou a ensaiar uns passos de samba. Na tribuna, Oscar, maior opositor da Confederação Brasileira de Basquete, viu o jogo com a camisa da seleção de futebol pentacampeã do mundo. "Para dar sorte", falou. Perto dali, Gerasime Bozikis, o Grego, presidente da CBB, também celebrava a vitória. Guardaram distância segura um do outro.


BRASIL: Helen (5 pontos), Iziane (23), Janeth (15), Êga (4), Alessandra (11); Adrianinha (6), Karen (0), Micaela (0), Sílvia (0), Erika (8), Cíntia Tuiú (2), Kelly (1);
REPÚBLICA TCHECA: Machova (10), Viteckova (7), Vesela (5), Kulishova (4), Pavlickova (4); Vecerova (3), Hartigova (0), Uhrova (3), Mokrosova (6), Klimesova (9)

Brasil x Austrália
Globo, ESPN Brasil e Sportv 2, ao vivo, às 15h15


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