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Seleção atropela e joga para ir à final
Meninas do basquete passam fácil pela República Tcheca e voltam a disputar medalha no Mundial depois de oito anos
Equipe consegue "façanha" com vitória de 75 a 51 e hoje pega Austrália, vice-campeã olímpica e que derrotou o Brasil no último domingo
ADALBERTO LEISTER FILHO
EDGARD ALVES
MARIANA BASTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
A seleção feminina se manteve entre as quatro principais
forças do mundo ontem, após
vencer a República Tcheca, no
ginásio do Ibirapuera, em São
Paulo, por 75 a 51. Hoje, disputa
semifinal do Mundial contra a
Austrália, vice-campeã olímpica e que eliminou a França.
Nos últimos 12 anos, a seleção feminina chegou às semifinais de quase todos os Mundiais e Olimpíadas que disputou. A exceção ocorreu no
Mundial-02, quando o time
caiu nas quartas-de-final.
"É uma façanha manter o
país tanto tempo entre os melhores do mundo. Especialmente por causa das condições
do basquete brasileiro", declarou a armadora Helen.
A falta de investimentos
obriga 8 das 12 atletas da seleção a atuar no exterior, em países como Espanha, Itália, EUA,
Polônia e Coréia do Sul. "Gostaria de voltar a jogar no Brasil.
Mas de que jeito?", disse a pivô
Alessandra, prestes a completar nove anos fora do país.
Contra as campeãs européias, ontem, o Brasil começou
com um volume forte de jogo,
tentando surpreender nos tiros
de três pontos de Iziane. O técnico Jan Bobrovsky pediu tempo e melhorou a marcação.
Além disso, com as tchecas
dobrando marcação sobre
Alessandra, a seleção tinha dificuldade em acionar a pivô, que
invariavelmente perdia as bolas. O primeiro quarto viu empate em 19 a 19. "Me senti visada. Não é fácil arremessar com
duas de 1,90 m no seu braço."
No segundo quarto, as tchecas sentiram a pressão da torcida, que quase lotou o Ibirapuera. "A atmosfera do ginásio foi
um pouco assustadora para
nós", admitiu a ala Mokrosova.
Nervoso, o time tcheco errava seguidos arremessos (teve
precisão de 34,8% dos tiros de
quadra) e cometia seguidos erros -foram 16 na partida. Além
disso, o Brasil também roubava
muitas bolas (nove, no total).
As tchecas demoraram quase
cinco minutos para marcar seu
primeiro ponto no segundo
quarto. E foi em um lance livre,
com a pivô Klimesova.
Antonio Carlos Barbosa lançou então Adrianinha e Erika
no jogo. A armadora deu maior
velocidade ao ataque, enquanto
a pivô melhorou o jogo no garrafão. Com elas, o Brasil deslanchou, fazendo 27 a 9 no segundo quarto e acumulando 46
a 28 ao fim do primeiro tempo.
Na segunda etapa, Barbosa
retornou com as titulares, e a
seleção nacional aumentou a
diferença, que chegou a 22 pontos (62 a 40). No último quarto,
com as tchecas quase entregues, o treinador poupou atletas. Janeth e Êga foram as primeiras a sair. Logo, o time inteiro foi trocado, dando chance
inclusive a reservas pouco utilizadas no Mundial, como Kelly e
as irmãs Karen e Sílvia.
No final, a República Tcheca
ainda tentou fazer marcação
por pressão, cometendo seguidas faltas. No ataque, insistiu
em tiros de três pontos. Falhou
em ambos. Faltando três minutos para o fim, o banco brasileiro já festejava muito a vitória.
"Sou carioca e gosto de festa",
disse a pivô Erika, que chegou a
ensaiar uns passos de samba.
Na tribuna, Oscar, maior
opositor da Confederação Brasileira de Basquete, viu o jogo
com a camisa da seleção de futebol pentacampeã do mundo.
"Para dar sorte", falou. Perto
dali, Gerasime Bozikis, o Grego,
presidente da CBB, também celebrava a vitória. Guardaram
distância segura um do outro.
BRASIL: Helen (5 pontos), Iziane (23), Janeth
(15), Êga (4), Alessandra (11); Adrianinha (6),
Karen (0), Micaela (0), Sílvia (0), Erika (8), Cíntia Tuiú (2), Kelly (1); REPÚBLICA TCHECA: Machova (10), Viteckova (7), Vesela (5), Kulishova
(4), Pavlickova (4); Vecerova (3), Hartigova (0),
Uhrova (3), Mokrosova (6), Klimesova (9)
Brasil x Austrália
Globo, ESPN Brasil e Sportv 2,
ao vivo, às 15h15
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