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Della Monica, agora, quer
a reeleição
EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL
A paz foi definitivamente
quebrada no Palmeiras. Ontem, o presidente Affonso
della Monica decidiu que
tentará concorrer a mais um
mandato e que abandonou a
idéia de estender sua permanência no cargo de janeiro a
outubro do próximo ano.
Della Monica cansou de
esperar a decisão do "Muda
Palmeiras", que tem o controle do futebol do clube. Até
agora, o grupo tem se mostrado contrário à continuidade do presidente.
"A insensibilidade política
do "Muda Palmeiras" poderá
eternizá-los fora do poder,
em vez de 12 anos, como eles
já ficaram", afirmou Fernando Pizzo, assessor especial da
presidência. Ele se refere ao
fato de o grupo só ter subido
quando se aliou a Della Monica e tirou Mustafá Contursi, que ficou por mais de uma
década no comando.
Curiosamente, o rompimento entre os grupos de situação agora pode até aproximar Della Monica de Mustafá. A facção do ex-presidente já se mostrou disposta
a apoiar a candidatura a reeleição do atual mandatário,
desde que possa lançar seu
próprio candidato. O nome
mais cotado é o de Roberto
Frizzo, mas há quem aposte
em uma união entre eles.
Pelo estatuto atual, Della
Monica, que cumpre seu segundo mandato, não pode se
reeleger. Por isso, o presidente já colhe assinaturas de
conselheiros para levar a alteração estatutária ao conselho. Já tem quase cem, o que
é suficiente para a apreciação do órgão. Para a proposta
ser aprovada, é necessário o
voto favorável de 145 conselheiros -a metade mais um
dos componentes do órgão.
Caso isso aconteça, a proposta será definida pelos associados palmeirenses em
uma assembléia geral.
O presidente do conselho,
Seraphim del Grande, que
pertence ao "Muda", afirmou
ser contrário à prorrogação
do mandato de Della Monica,
mas que acompanhará a decisão do grupo. Nesta semana, o vice-presidente Gilberto Cipullo, líder do "Muda",
deve se reunir com os colegas
para tomar uma decisão em
relação à crise política.
Conselheiros palmeirenses dizem que a facção não se
acertou com Della Monica
porque quer lançar um candidato. Os aliados do presidente, porém, acham que
não há um nome com força
suficiente para a disputa.
O próprio José Cyrillo Jr.,
diretor aliado ao presidente,
e sempre cotado para o cargo, está descartado.
Para concorrer a um terceiro mandato em janeiro,
Della Monica tem um forte
aliado, o presidente da Federação Paulista de Futebol,
Marco Polo del Nero, que
também é conselheiro do
Palmeiras. Ele disse à Folha
ver com "bons olhos" a continuidade do colega no cargo.
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