São Paulo, domingo, 21 de setembro de 2008

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Della Monica, agora, quer a reeleição

EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

A paz foi definitivamente quebrada no Palmeiras. Ontem, o presidente Affonso della Monica decidiu que tentará concorrer a mais um mandato e que abandonou a idéia de estender sua permanência no cargo de janeiro a outubro do próximo ano.
Della Monica cansou de esperar a decisão do "Muda Palmeiras", que tem o controle do futebol do clube. Até agora, o grupo tem se mostrado contrário à continuidade do presidente.
"A insensibilidade política do "Muda Palmeiras" poderá eternizá-los fora do poder, em vez de 12 anos, como eles já ficaram", afirmou Fernando Pizzo, assessor especial da presidência. Ele se refere ao fato de o grupo só ter subido quando se aliou a Della Monica e tirou Mustafá Contursi, que ficou por mais de uma década no comando.
Curiosamente, o rompimento entre os grupos de situação agora pode até aproximar Della Monica de Mustafá. A facção do ex-presidente já se mostrou disposta a apoiar a candidatura a reeleição do atual mandatário, desde que possa lançar seu próprio candidato. O nome mais cotado é o de Roberto Frizzo, mas há quem aposte em uma união entre eles.
Pelo estatuto atual, Della Monica, que cumpre seu segundo mandato, não pode se reeleger. Por isso, o presidente já colhe assinaturas de conselheiros para levar a alteração estatutária ao conselho. Já tem quase cem, o que é suficiente para a apreciação do órgão. Para a proposta ser aprovada, é necessário o voto favorável de 145 conselheiros -a metade mais um dos componentes do órgão.
Caso isso aconteça, a proposta será definida pelos associados palmeirenses em uma assembléia geral.
O presidente do conselho, Seraphim del Grande, que pertence ao "Muda", afirmou ser contrário à prorrogação do mandato de Della Monica, mas que acompanhará a decisão do grupo. Nesta semana, o vice-presidente Gilberto Cipullo, líder do "Muda", deve se reunir com os colegas para tomar uma decisão em relação à crise política.
Conselheiros palmeirenses dizem que a facção não se acertou com Della Monica porque quer lançar um candidato. Os aliados do presidente, porém, acham que não há um nome com força suficiente para a disputa.
O próprio José Cyrillo Jr., diretor aliado ao presidente, e sempre cotado para o cargo, está descartado.
Para concorrer a um terceiro mandato em janeiro, Della Monica tem um forte aliado, o presidente da Federação Paulista de Futebol, Marco Polo del Nero, que também é conselheiro do Palmeiras. Ele disse à Folha ver com "bons olhos" a continuidade do colega no cargo.


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