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Lapentti bate Brasil três vezes na Copa Davis
Em jogo de mais de 4 horas, veterano do Equador derruba Marcos Daniel
Equipe nacional desperdiça melhor chance de voltar à elite do tênis em seis anos contra atleta que, aos 33, já cogitava a aposentadoria
FERNANDO ITOKAZU
ENVIADO ESPECIAL A PORTO ALEGRE
Diante de um veterano de 33
anos que já mira a aposentadoria, o Brasil desperdiçou sua
melhor chance de voltar ao
Grupo Mundial da Copa Davis.
Desde que deixou a elite da
competição, em 2003, o Brasil
nunca teve condições tão favoráveis para voltar ao grupo de
16 países que disputam o título.
A equipe atuou em casa, nas
condições solicitadas pela comissão técnica (saibro, ao nível
do mar e em uma cidade não
muito quente) e contra rivais
com ranking muito inferior.
A única vantagem do Equador, que não disputa a elite desde 2001, era a experiência.
E Nicolas Lapentti aproveitou a sua como nunca.
Com mais jogos na competição do que todos os brasileiros
somados, ele venceu suas duas
partidas de simples e formou
com o irmão, Giovanni, a dupla
que ganhou o jogo anteontem.
O equatoriano, cujo apelido é
Nico no circuito, já foi um tenista top. Chegou a ocupar a
sexta colocação no ranking,
mas atualmente está apenas na
144ª posição. Seu último título
foi em 2002 e, nesta temporada, mais perdeu do que ganhou
em torneios de primeira linha
-9 vitórias em 23 jogos.
O equatoriano até aproveitou
sua vinda ao país para um "bico" e defende o Pinheiros no
Troféu Brasil, no próximo fim
de semana, em São Paulo.
Mesmo assim, Lapentti não
deu chances a Thomaz Bellucci
(65º do ranking) e Marcos Daniel (56º), vencendo as duas
partidas de simples por 3 sets a
0 e 3 sets a 2, respectivamente.
Em duplas, sua posição é ainda pior (242º). Apesar disso,
venceu ao lado do irmão, no sábado, a partida em que eram
azarões contra os especialistas
Marcelo Melo (34º) e André Sá
(38º), que atuam juntos no circuito profissional.
Ontem, em sua terceira disputa em três dias, derrotou Daniel por 6/4, 6/4, 1/6, 2/6 e 8/6,
em quatro horas e 42 minutos
de jogo e definiu a vitória no
confronto melhor de cinco na
quarta partida no Gigantinho.
Lapentti chegou a abrir 2 sets
a 0, mas as mais de sete horas
nos dois dias anteriores pesaram. No terceiro e quarto sets,
passou a errar mais e conseguiu
vencer apenas três games.
"Depois do quarto set, fui até
o banheiro e falei para meu irmão: "Eu não vou perder esse
jogo'", contou Nicolas. Se o irmão perdesse, Giovanni teria
que decidir o confronto contra
um, em tese, favorito Bellucci.
Na quinta e decisiva parcial,
ainda desperdiçou três match
points antes de selar a partida e
ser aplaudido pelos torcedores
brasileiros enquanto era abraçado pelos equatorianos no
centro da quadra. "Estava muito cansado", afirmou Lapentti,
ainda em quadra. "Mas isso é
que é bonito na Copa Davis."
Assim, os equatorianos conseguiram prolongar a carreira
de seu principal tenista. Lapentti, que ao chegar ao Brasil
anunciou que já cogitava a aposentadoria ao final desta temporada, já declarou que joga o
Grupo Mundial em 2010.
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