São Paulo, segunda-feira, 21 de setembro de 2009

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Lapentti bate Brasil três vezes na Copa Davis

Em jogo de mais de 4 horas, veterano do Equador derruba Marcos Daniel

Equipe nacional desperdiça melhor chance de voltar à elite do tênis em seis anos contra atleta que, aos 33, já cogitava a aposentadoria

FERNANDO ITOKAZU
ENVIADO ESPECIAL A PORTO ALEGRE

Diante de um veterano de 33 anos que já mira a aposentadoria, o Brasil desperdiçou sua melhor chance de voltar ao Grupo Mundial da Copa Davis.
Desde que deixou a elite da competição, em 2003, o Brasil nunca teve condições tão favoráveis para voltar ao grupo de 16 países que disputam o título.
A equipe atuou em casa, nas condições solicitadas pela comissão técnica (saibro, ao nível do mar e em uma cidade não muito quente) e contra rivais com ranking muito inferior.
A única vantagem do Equador, que não disputa a elite desde 2001, era a experiência.
E Nicolas Lapentti aproveitou a sua como nunca.
Com mais jogos na competição do que todos os brasileiros somados, ele venceu suas duas partidas de simples e formou com o irmão, Giovanni, a dupla que ganhou o jogo anteontem.
O equatoriano, cujo apelido é Nico no circuito, já foi um tenista top. Chegou a ocupar a sexta colocação no ranking, mas atualmente está apenas na 144ª posição. Seu último título foi em 2002 e, nesta temporada, mais perdeu do que ganhou em torneios de primeira linha -9 vitórias em 23 jogos.
O equatoriano até aproveitou sua vinda ao país para um "bico" e defende o Pinheiros no Troféu Brasil, no próximo fim de semana, em São Paulo.
Mesmo assim, Lapentti não deu chances a Thomaz Bellucci (65º do ranking) e Marcos Daniel (56º), vencendo as duas partidas de simples por 3 sets a 0 e 3 sets a 2, respectivamente.
Em duplas, sua posição é ainda pior (242º). Apesar disso, venceu ao lado do irmão, no sábado, a partida em que eram azarões contra os especialistas Marcelo Melo (34º) e André Sá (38º), que atuam juntos no circuito profissional.
Ontem, em sua terceira disputa em três dias, derrotou Daniel por 6/4, 6/4, 1/6, 2/6 e 8/6, em quatro horas e 42 minutos de jogo e definiu a vitória no confronto melhor de cinco na quarta partida no Gigantinho.
Lapentti chegou a abrir 2 sets a 0, mas as mais de sete horas nos dois dias anteriores pesaram. No terceiro e quarto sets, passou a errar mais e conseguiu vencer apenas três games.
"Depois do quarto set, fui até o banheiro e falei para meu irmão: "Eu não vou perder esse jogo'", contou Nicolas. Se o irmão perdesse, Giovanni teria que decidir o confronto contra um, em tese, favorito Bellucci.
Na quinta e decisiva parcial, ainda desperdiçou três match points antes de selar a partida e ser aplaudido pelos torcedores brasileiros enquanto era abraçado pelos equatorianos no centro da quadra. "Estava muito cansado", afirmou Lapentti, ainda em quadra. "Mas isso é que é bonito na Copa Davis."
Assim, os equatorianos conseguiram prolongar a carreira de seu principal tenista. Lapentti, que ao chegar ao Brasil anunciou que já cogitava a aposentadoria ao final desta temporada, já declarou que joga o Grupo Mundial em 2010.


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