São Paulo, segunda-feira, 21 de setembro de 2009

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JUCA KFOURI

Não há desculpa para o São Paulo


Do Inter era esperado um tropeço em Salvador. Mas o do São Paulo, em Ribeirão Preto, foi imperdoável


ESQUEÇA o que escrevi na segunda-feira passada. Sabe o São Paulo, aquele time que não bobeia na hora agá? Era ficção. Pura ficção. Porque o time não só bobeou diante dos velhos pistoleiros do Ramalhão - gente como Gustavo Nery, Fernando, Marcelinho Carioca-, como, ainda por cima, teve a sorte de uma arbitragem que não marcou um pênalti de Miranda nem bem o jogo completara seu primeiro minuto.
Mesmo diante de 20 mil torcedores tricolores em Ribeirão Preto, o São Paulo fez uma partida que beirou a irresponsabilidade, tamanha a mornice com que tratou o jogo que deveria ter lhe valido, mesmo que temporariamente, a liderança do Brasileirão. A verdade é que o São Paulo abusou arrogantemente de sua óbvia superioridade sobre o adversário, depois que fez seu belo gol, com Jean, logo aos 8min, como se dissesse: "Fique aí com a bola que nós vamos descansar pensando no Corinthians, o rival de verdade, no próximo jogo".
Pois tomou o justo castigo no gol de empate de Pablo Escobar, que reduziu a pó a pretensão, no bom e no mau sentidos, são-paulina.
Ora, depois de ver o Inter, como era de se supor, esbarrar no Vitória no Barradão, o time deveria ter entrado em campo com a faca entre os dentes e não com a malemolência demonstrada. Bem feito!
A tal pressão que se imaginava seria posta sobre o time do Palmeiras, virou, isso sim, alento aos palmeirenses, que podem ir ao Mineirão tranquilos e até com um empate na cabeça, que não será ruim.

Festa goiana
O Pacaembu estava repleto, pronto para festejar a volta de Ronaldo, os tropeços do Inter, do Galo e do São Paulo e a vitória do Corinthians sobre o Goiás, que lhe deixaria em quinto lugar e a apenas quatro pontos dos líderes. Só que esqueceram de avisar o time esmeraldino. Que veio a São Paulo para jogar futebol. E jogou mais, muito mais que o Corinthians, desde que a bola começou a rolar.
Com tanta facilidade que em 23 minutos já vencia por 2 a 0, com um gol de Iarley e um golaço de Fernandão, belo jogador que tem prazer especial em vencer o Timão. Ronaldo mostrou até um comovente desprendimento, mas está, como se sabia, em difícil recuperação, em campo mais para ganhar ritmo para enfrentar o verdadeiro rival, o São Paulo, raciocínio que os dois grandões paulistas fizeram e esqueceram que tinham dois adversários a superar.
É claro que o fiasco do alvinegro, que acabou derrotado por 4 a 1, foi ainda pior que o do tricolor, até porque um segue vivo pelo título e o outro morreu.

Bingo!
Eles não aprendem. Ou sabem tudo. Não, não bastou caírem dois ministros envolvidos em confusões com bingos, um, Rafael Greca, no governo tucano, outro, José Dirceu, no petista. Véspera de eleição, sabe como é, garantia de financiamento de campanhas, dinheiro fácil, dinheiro sujo, dinheiro lavado, o bingo está voltando, sob a mentirosa justificativa, também, de ajudar o esporte. Só se for para comprar doping.

blogdojuca@uol.com.br

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