São Paulo, terça-feira, 21 de setembro de 2010

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promessas

Ao assinar lei que aumenta poder do Estado no esporte, Lula defende uso de dinheiro público para que o país vire potência olímpica

FÁBIO AMATO
DE BRASÍLIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu ontem que o Estado brasileiro invista dinheiro público na formação de esportistas e no patrocínio de atletas de alto rendimento para viabilizar o país como uma nova potência olímpica, visando os Jogos de 2016, no Rio.
De acordo com o presidente, as empresas privadas só aceitam investir dinheiro em atletas de renome, que já tenham conquistado títulos e medalhas. Por isso, resta ao Estado a tarefa de injetar recursos em jovens para a formação de novos competidores para representar o Brasil.
"É muito fácil um empresário patrocinar um atleta que já ganhou uma medalha de ouro. Agora, é muito difícil você convencer alguém a pegar um menino de 12, 13 anos de idade da periferia e falar: "Nós vamos patrocinar". Enquanto não tiver retorno financeiro, não existe essa hipótese", disse Lula.
Em cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília, Lula assinou ontem medida provisória para incentivar o esporte de alto rendimento. Pela primeira vez, o governo federal deixará o papel de mero financiador do esporte para ter poder de decisão nas estratégias das confederações de cada modalidade.
Agora, técnicos do ministério, que antes se especializavam em programas da pasta, ficarão divididos por esportes e vão acompanhar o dia a dia das modalidades.
Também darão sugestões que serão discutidas pelo COB (Comitê Olímpico Brasileiro), pelo Ministério do Esporte e pelas confederações.
Os atletas que se inscreverem no Bolsa Atleta serão submetidos a testes antidoping, inclusive quando estiverem fora de competição.
Já as confederações que assinarem o contrato de desempenho proposto na medida provisória aceitarão discutir suas estratégias com o governo. A assinatura será obrigatória para o recebimento de recursos oriundos da Lei Piva, que repassa 2% dos recursos das loterias para os esportes olímpicos.
A medida provisória também alterou o programa Bolsa Atleta. Criou a categoria atleta pódio, em que esportistas com reais chances de medalha olímpica poderão receber até R$ 15 mil por mês. O critério para a definição desses atletas é que estejam entre os 20 melhores do ranking de suas modalidades.
O ministro do Esporte, Orlando Silva, defendeu as medidas dizendo que o governo tem o direito de opinar onde investe dinheiro público.
Silva também disse acreditar que, com a ampliação de investimentos, o Brasil tem condições de ficar entre os dez países com melhor desempenho em medalhas nas Olimpíadas de 2016.
"Eu não tenho a menor dúvida de que até 2016 o Brasil possa estar entre os dez principais países. Nós estamos falando de o Brasil conquistar 12, 13 medalhas de ouro, que é o número que alcançam os países que estão entre os dez", disse o ministro.


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