São Paulo, quinta-feira, 21 de outubro de 2004

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FUTEBOL

Em jogo violento, time de Luxemburgo tira o São Paulo do torneio internacional e agora põe titulares no Brasileiro

Santos reserva avança na Sul-Americana

DA REPORTAGEM LOCAL

A primeira batalha entre Santos e São Paulo deixou um saldo de dois expulsos, sete cartões amarelos e o time da Vila Belmiro classificado para a fase internacional da Copa Sul-Americana. A equipe de Luxemburgo, mesmo com reservas, empatou em 1 a 1 no Morumbi e, como havia vencido em casa por 1 a 0, vai pegar a LDU, do Equador, nas quartas-de-final.
No domingo, os times voltam a se enfrentar, mas pelo Nacional, prioridade para o técnico santista, que terá que se preocupar agora com viagem internacional, fuso e altitude, fatores que temia na reta final do Campeonato Brasileiro.
"A gente tem que ser igual a uma vara de marmelo: envergar, mas não quebrar", afirmou Vanderlei Luxemburgo, que, como técnico, nunca conquistou títulos com clubes fora do país.
Desde os primeiros minutos, aconteceram seguidas faltas, muitas dessas duras. Os jogadores das duas equipes demonstravam bastante nervosismo em campo. Os zagueiros Ávalos e Fabão, após uma dividida, trocaram empurrões, xingaram-se e acabaram expulsos ainda na primeira etapa.
O zagueiro são-paulino, aliás, é o único jogador que foi expulso na gestão do técnico Leão no time do Morumbi -já havia recebido cartão vermelho na fase anterior contra o São Caetano. "Jogador expulso por bobagem tem que ser punido", esbravejou o técnico.
Lugano, que virou um desafeto dos santistas, recebeu cartão amarelo também precocemente após exagerar na força em uma dividida em que acertou a bola -os adversários cobraram advertência do árbitro para o uruguaio
Chances de gol foram poucas. William aproveitou cruzamento da direita e chutou rente à trave são-paulina aos 12min. Renan, por duas vezes, arriscou chutes meio despretensiosos contra o gol santista antes do intervalo.
Em todo o primeiro tempo, os atletas se ameaçaram e aproveitavam as divididas para acertar o rival. ""O jogo foi violento por causa de tudo [críticas de Elano à truculência de Lugano após o primeiro jogo, que acabou 1 a 0 para o Santos] o que falaram", disse Rodrigo, outro zagueiro são-paulino.
No início do segundo tempo, na base da pressão, o São Paulo abriu o placar com o próprio Rodrigo, um dos jogadores mais motivados em campo. Ele foi ao ataque, recebeu a bola na direita e fuzilou com raiva aos 4min o goleiro Mauro, que nada pôde fazer.
Oito minutos depois, o atacante Jean perdeu um gol da pequena área quando o goleiro santista já estava batido. Grafite fez boa jogada pela direita e serviu o companheiro, que, após a falha bisonha na conclusão, foi substituído pouco pelo venezuelano Rondón.
Luxemburgo também mexeu em sua equipe após a desvantagem no marcador. Colocou os titulares Paulo César, na ala direita, e Deivid, no comando do ataque.
O ritmo da partida diminuiu um pouco a partir dos 20min. O São Paulo reduziu a pressão, e o Santos mostrava pouco apetite ofensivo. Os lances mais ríspidos passaram a rarear também.
Quando a partida caminhava para os pênaltis -ambos chegaram à essa fase após vencerem disputas de penalidades-, um titular santista fez a diferença.
Aos 37min, o Santos bateu rapidamente uma falta no meio-campo, e Deivid recebeu livre na esquerda. Teve tempo de dominar, olhar para a área, ajeitar e servir na medida para Preto Casagrande fazer de cabeça o gol do empate e da classificação santista.
Nos minutos finais, o São Paulo voltou a pressionar, mas mandou suas finalizações nas mãos de Mauro. "Soubemos jogar pelo empate", disse Preto Casagrande ao final do jogo, que não viu grande celebração dos classificados.
Desde o Paulista-03, quando venceu na Vila Belmiro por 2 a 1, o São Paulo não bate o Santos. O time via na Sul-Americana a chance mais fácil de ganhar um título no ano -está a sete pontos do líder Atlético-PR no Brasileiro.
Se vencer o vice-líder Santos domingo pelo Nacional, ainda assim a diferença entre os rivais será de três pontos na tabela. A missão, porém, deverá ser mais difícil, pois Luxemburgo usará os titulares, quase todos descansados.
No outro mata-mata brasileiro, o Inter bateu por 1 a 0 o Cruzeiro no Mineirão e se classificou.


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