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FUTEBOL
Eletricista corintiano é apontado como autor de tiro na estação Tatuapé
Polícia diz ter identificado assassino de palmeirense
KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL
A polícia identificou e indiciou
ontem um torcedor corintiano
apontado como o autor do disparo que matou o palmeirense Diogo Lima Borges, 23, da Mancha
Alviverde, no último domingo, na
estação Tatuapé de trem e metrô.
Seu nome é Rodrigo de Azevedo
Lopes Fonseca. Eletricista, 21
anos, com passagem policial por
lesões corporais, ele foi indiciado
por crime de homicídio doloso
qualificado por motivo fútil, com
pena de 12 a 30 anos de reclusão.
Fonseca, que se apresentou à
polícia à noite, estava entre os 54
detidos e liberados no dia da briga
-ainda não estão prontos os exames que verificariam traços de
pólvora nos torcedores. Ele foi interrogado das 20h às 22h45 e se
negou a dar informações. Declarou que só falará em juízo.
Também foi indiciado ontem
Felipe Augusto de Souza, 20, por
tentativa de homicídio qualificado. Souza, que ostenta tatuagens
de símbolos do Corinthians no
corpo, depôs anteontem e, segundo a polícia, confessou ter sido
contratado por outro corintiano
- que está sendo procurado-
para levar em sua Kombi paus,
barras de ferro, bombas caseiras e
rojões que serviriam como armas
no duelo com os palmeirenses.
De acordo com o delegado Luiz
Carlos do Carmo, titular da 5ª
Seccional, os dois acusados não
poderão ser presos agora por conta da lei que veta a prisão de qualquer pessoa cinco dias antes ou
dois dias depois de uma eleição
-exceção feita a flagrante. Depois de amanhã, há o referendo
sobre a comercialização de armas.
"Se não tivesse essa coisa [o referendo], a polícia já teria prendido
os dois", declarou o delegado.
Para Do Carmo, não restam dúvidas de que Fonseca foi o autor
do disparo que matou o palmeirense. "As imagens mostram Rodrigo atirando. Há três testemunhas que o apontam como o autor do disparo. Além disso, fizemos uma recognição residuográfica [levantamento feito com croquis que permite reconstituir a
trajetória da bala]", disse. Nem a
bala nem a arma foram achadas.
O ponto inicial da investigação
policial que levou ao nome de
Fonseca foram as imagens gravadas pela CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).
Nas cenas gravadas, um homem
de camiseta preta caminha pela
plataforma de trem e atira entre
duas placas publicitárias. Em seguida, coloca a arma na cintura e
sai. Segundo a polícia, o mesmo
homem também fez disparos na
região das catracas, mas essas
imagens não foram registradas.
Do Carmo declarou que a briga
entre as duas torcidas rivais foi
agendada pelo Orkut, site de relacionamentos da internet. Essa
premeditação combinada e o número de envolvidos já levam o delegado a cogitar a caracterização
dos indiciados em crime de formação de quadrilha, e não de rixa.
Anteontem, a polícia havia indiciado seis corintianos pela briga,
dois por tentativa de homicídio
-um palmeirense sofreu traumatismo- e quatro por rixa.
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