São Paulo, terça-feira, 21 de outubro de 2008

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JOSÉ ROBERTO TORERO

Matemágicas


Entre os times do G5, o São Paulo é o que terá um caminho mais fácil até o fim do Campeonato Brasileiro

CALCULADOR LEITOR, calculista leitora, este Campeonato Brasileiro é o mais disputado dos últimos anos. Assim, qualquer palpite baseado na intuição se mostra equivocado. Em momentos de tanta dúvida, há que recorrer à física quântica e aos cálculos logarítmicos.
Ou, pelo menos, à velha aritmética.
Assim, vamos ver quem, entre os cinco times que ainda disputam a liderança, terá um caminho mais fácil até o fim do campeonato.
Para isso, recorri ao velho lápis e à impagável borracha, somando os pontos de todos os clubes que enfrentarão os cinco líderes.
Antes de mais nada, descobri que dois clubes irão enfrentar quase todo o G5. Estes desafortunados fiéis da balança são Goiás e Vitória, que jogarão contra quatro dos cinco melhores times do Brasileiro.
O líder Grêmio terá dois confrontos diretos (Palmeiras e Cruzeiro), e seus oponentes somam hoje 340 pontos (média de 45 pontos por time). É o segundo caminho mais difícil até o fim do campeonato. E, lembrando que o clube gaúcho acaba de perder para a Portuguesa, que está apenas com 31 pontos, é de se imaginar que os gremistas ficarão por pouco tempo na ponta da tabela.
O único time que terá pela frente adversários mais duros que os do Grêmio é o Flamengo. Além de topar pela frente com dois rivais diretos pelo título (Cruzeiro e Palmeiras), o Flamengo enfrentará 350 pontos. Não cruzará com nenhum time que hoje esteja na zona de rebaixamento. Ou seja, o irregular Flamengo, que é o mais distante da liderança, ainda terá que enfrentar as mais duras pedras pelo caminho.
O Palmeiras, que alguns dizem que percorrerá o caminho mais fácil, tem, na verdade, o caminho do meio.
É apenas o terceiro mais fácil. Ou o apenas terceiro mais difícil, dependendo se você é otimista ou pessimista. Os palestrinos enfrentarão adversários que somam 338 pontos (incluindo dois inimigos diretos: Grêmio e Flamengo). As palmeiras do Parque Antártica enfrentarão ventos turbulentos.
Os oponentes do Cruzeiro têm apenas 320 pontos. Uma média de 40. Da mesma forma que todos os outros quatro líderes, terá quatro jogos em casa e quatro fora. Como está apenas um ponto atrás do Grêmio, se não for irregular como regularmente o é, tem boas chances de tomar a liderança em breve.
Mas o caminho mais fácil, o que tem asfalto mais plano, com menos desvios, é o do São Paulo. O Tricolor enfrentará só 304 pontos. Bem menos que seus outros quatro contendores. A média dos confrontados pelo time está em 37,5 pontos, ou seja, é mais ou menos como se ele jogasse todas as suas próximas oito partidas contra o Atlético-MG, que tem 37.
Além disso, enquanto todos os outros duelistas têm dois confrontos diretos, o São Paulo não enfrenta ninguém do G5. É, pensando bem, o tri não parece tão distante.
Mas, é claro, para um julgamento matemático preciso, não podemos nos basear só na aritmética. Há que levar em consideração a teoria da relatividade, os quasares, a teoria de Bohm sobre as variáveis escondidas, a teoria do caos, os objetos atirados pela torcida, as contusões, a miopia dos juízes e os buracos no campo.
Ou seja, esqueça o que leu acima e acenda uma vela para seu time.

torero@uol.com.br


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