|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
Diretoria propõe fim de presidencialismo
SANTOS
Proposta de estatuto prevê que toda decisão seja tomada por colegiado formado por nove cartolas
EDUARDO OHATA
DO PAINEL FC
LEONARDO LOURENÇO
ENVIADO ESPECIAL A SANTOS
O Santos propõe um novo
estatuto no qual o regime
presidencialista é extinto no
clube. Pelo documento, um
colegiado de nove cartolas
tomará as decisões pertinentes, incluindo contratações
de jogadores, em conjunto.
As figuras do presidente e
do vice continuarão a existir.
Porém todas as decisões apenas serão aprovadas com
maioria de votos em reuniões
que contem com, ao menos,
cinco destes conselheiros.
Se os nove membros estiverem presentes em uma votação, uma decisão somente
será aprovada com a anuência de cinco dos integrantes.
Em caso de empate, o presidente tem voto de minerva.
""É um tipo de sistema parlamentarista, mais democrático. Acho que será o primeiro clube a adotá-lo", argumenta Celso Gióia, gerente
jurídico-adjunto do Santos.
A ideia tem o aval do atual
presidente, Luis Alvaro de
Oliveira Ribeiro. "Nesta primeira versão, a ideia era estabelecer, de fato, um regime
parlamentarista", disse ele.
"Ela [a ideia] está aprovada. A abrangência, o mecanismo e o alcance das responsabilidades é que ainda
estão sendo discutidos", explica o presidente santista.
Ele critica o regime atual.
"Hoje o regime é quase imperial, o presidente pode tudo."
O documento, que prevê a
criação desse ""conselho de
administração" e pode receber emendas, necessita ser
aprovado ainda em assembleia geral de associados.
A proposta deve ser encaminhada para a apreciação
do Conselho Deliberativo em
novembro e, após isso, irá
para a votação dos sócios.
As mudanças aparecem a
partir do artigo 59 do texto.
"O conselho de administração é o órgão colegiado
responsável pela administração e gestão executiva do
Santos", diz. "É composto
por nove membros, sendo
um presidente, um vice-presidente e sete conselheiros
sem designação", continua.
A redução do poder do presidente fica explícita no artigo 62. "O conselho de administração [...] só pode tomar
decisões com presença de,
no mínimo, cinco membros,
e por maioria simples de votos." Ou seja, segundo esta
minuta do novo estatuto,
uma proposta do presidente
pode ser recusada se três
conselheiros rejeitarem.
Aliados do ex-presidente
Marcelo Teixeira veem na
proposta uma forma de engessar a administração no
formato atual. ""É a oficialização do que ocorre com esse
Grupo Guia", acusa Vasco
Vieira, que trabalhou na
campanha de Teixeira.
""O Grupo Guia auxilia o
presidente [Ribeiro], ele não
toma decisões em conjunto
com ele", argumenta Gióia.
Além disso, o tempo de
mandato do presidente aumenta de dois para três anos.
Texto Anterior: São Paulo: Alex Silva pode não jogar mais neste ano Próximo Texto: Frase Índice | Comunicar Erros
|