São Paulo, quinta-feira, 21 de outubro de 2010

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Diretoria propõe fim de presidencialismo

SANTOS
Proposta de estatuto prevê que toda decisão seja tomada por colegiado formado por nove cartolas


EDUARDO OHATA
DO PAINEL FC

LEONARDO LOURENÇO
ENVIADO ESPECIAL A SANTOS

O Santos propõe um novo estatuto no qual o regime presidencialista é extinto no clube. Pelo documento, um colegiado de nove cartolas tomará as decisões pertinentes, incluindo contratações de jogadores, em conjunto.
As figuras do presidente e do vice continuarão a existir. Porém todas as decisões apenas serão aprovadas com maioria de votos em reuniões que contem com, ao menos, cinco destes conselheiros.
Se os nove membros estiverem presentes em uma votação, uma decisão somente será aprovada com a anuência de cinco dos integrantes.
Em caso de empate, o presidente tem voto de minerva.
""É um tipo de sistema parlamentarista, mais democrático. Acho que será o primeiro clube a adotá-lo", argumenta Celso Gióia, gerente jurídico-adjunto do Santos.
A ideia tem o aval do atual presidente, Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro. "Nesta primeira versão, a ideia era estabelecer, de fato, um regime parlamentarista", disse ele.
"Ela [a ideia] está aprovada. A abrangência, o mecanismo e o alcance das responsabilidades é que ainda estão sendo discutidos", explica o presidente santista.
Ele critica o regime atual. "Hoje o regime é quase imperial, o presidente pode tudo."
O documento, que prevê a criação desse ""conselho de administração" e pode receber emendas, necessita ser aprovado ainda em assembleia geral de associados.
A proposta deve ser encaminhada para a apreciação do Conselho Deliberativo em novembro e, após isso, irá para a votação dos sócios.
As mudanças aparecem a partir do artigo 59 do texto.
"O conselho de administração é o órgão colegiado responsável pela administração e gestão executiva do Santos", diz. "É composto por nove membros, sendo um presidente, um vice-presidente e sete conselheiros sem designação", continua.
A redução do poder do presidente fica explícita no artigo 62. "O conselho de administração [...] só pode tomar decisões com presença de, no mínimo, cinco membros, e por maioria simples de votos." Ou seja, segundo esta minuta do novo estatuto, uma proposta do presidente pode ser recusada se três conselheiros rejeitarem.
Aliados do ex-presidente Marcelo Teixeira veem na proposta uma forma de engessar a administração no formato atual. ""É a oficialização do que ocorre com esse Grupo Guia", acusa Vasco Vieira, que trabalhou na campanha de Teixeira.
""O Grupo Guia auxilia o presidente [Ribeiro], ele não toma decisões em conjunto com ele", argumenta Gióia.
Além disso, o tempo de mandato do presidente aumenta de dois para três anos.


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